América dos Caudilhos
A invasão de Portugal e Espanha pelos exércitos napoleónicos e as constantes ameaças de conquista das suas colónias da América Central e do Sul pela França e Inglaterra fizeram surgir, nestes territórios americanos, movimentos autonomistas e, mais tarde, independentistas.
Estes movimentos de emancipação não são homogéneos, muito pelo contrário. Há uma grande diversidade de situações, que por vezes até se tornam antagónicas. Na América hispânica assistiu-se durante 15 anos a uma guerra civil, que dividiu as sociedades das colónias. Os adeptos independentistas lutavam por causas distintas: havia quem lutasse pelo integrismo religioso, como é o caso de Quito (Equador), por princípios liberais, como em Buenos Aires (Argentina) ou na Venezuela, enquanto outras regiões procuravam libertar-se simplesmente dos espanhóis, como outras regiões do Equador, e também o Paraguai e o Uruguai.
A independência da América espanhola tem como primeiro resultado a subdivisão ou fragmentação do continente sul-americano em territórios pouco densamente povoados e bastante fragilizados pelo seu envolvimento em guerras, com as terras parcialmente destruídas, bem como uma população dispersa e que sofreu os efeitos nocivos dos conflitos armados.
Estes novos Estados viveram cerca de três décadas de grande instabilidade, provocada pelos caudilhos, designação espanhola para os chefes locais, que dispunham de tropas irregulares que entre si disputavam o poder nestes territórios.
Estas guerras civis, mantidas principalmente nas décadas 60 e 70 do século XIX, vão ser disputadas entre os grupos federalistas e os defensores de um sistema governativo centralizado.
O Brasil é um caso à parte deste cenário, pois passou ao lado de toda esta instabilidade e violência. A sua situação foi muito diferente, porque a partir de janeiro de 1808 a família real portuguesa instalou-se de "armas e bagagens" no Rio de Janeiro, onde fixou a capital do Império. A administração do Brasil era feita pelo infante D. Pedro, que, em 1822, na sequência de um movimento independentista, foi proclamado imperador. Não houve incidentes tanto neste período como no seguinte. A instauração da República, em 1889, também se processou de modo ordeiro e sem grandes sobressaltos.
Em meados do século XIX, os novos Estados sul-americanos conseguiram ultrapassar as suas dificuldades mais prementes, através da exploração dos seus produtos e recursos naturais. No Peru, por exemplo, apostou-se na exploração do guano (excremento de aves para fabrico de adubo), no Equador a população dedicou-se à produção de cacau, na Venezuela e no Brasil plantou-se café e na Bolívia e no Chile os minérios (cobre, estanho) eram exportados para os Estados Unidos da América e para a Europa.
Outra fonte de instabilidade no continente estava relacionada com os problemas de definição dos limites destes novos países.
A Argentina empreendeu campanhas contra as povoações índias do interior para alargar as suas fronteiras com outros Estados. O Peru, a Bolívia e o Paraguai, embora em menor escala, também se envolveram em questões expansionistas.
Pelo final do século XIX alguns governos destes novos Estados, adeptos de políticas económicas liberais, lançaram programas voltados para o progresso, que muitas vezes não levavam em conta as populações tradicionais, lesadas pela cega aposta no desenvolvimento económico. Estas populações exteriorizaram frequentemente o seu descontentamento através de levantamentos por parte dos camponeses, como sucedeu com os índios dos Andes, ou através de movimentações messiânicas no sertão brasileiro.
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