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Língua Portuguesa
Fialho de Almeida
Com uma adolescência bastante atribulada, filho de um mestre-escola e pequeno proprietário rural no Alentejo, de 1866 a 1872 faz os estudos elementares em Lisboa num colégio interno. Depois desses seis anos, e devido às dificuldades económicas da sua família, emprega-se como ajudante de botica num bairro pobre de Lisboa, onde contacta com as camadas sociais mais humildes. Entre 1875 e 1878, faz os estudos preparatórios para o ingresso no curso de Medicina na Escola Politécnica. Acaba por se formar aos 38 anos, mas exerce durante pouco tempo, preferindo cada vez mais a vida jornalística e literária e movendo-se nos ambientes boémios que tão bem descreverá nas suas crónicas. Cedo começou a frequentar o café Martinho da Arcada, em Lisboa, local de predileção da maioria dos escritores da altura.
Em 1880, funda e dirige a revista literária A Crónica e, dois anos depois, A Ilustração, mas colabora assiduamente em muitos outros periódicos como A Renascença (1878-1881), O Contemporâneo (1879), Museu Ilustrado (1878-1879), O Ocidente (1878-1891), A Ilustração Portuguesa (1884-1890) e A Folha Nova (1882-1890). Os seus primeiros volumes de contos, Contos, A Cidade do Vício e O País das Uvas saem respetivamente em 1881, 1882 e 1893. Em 1879, começa a publicar no diário Novidades um romance naturalista, intitulado "Os Decadentes - Romance da Vida Contemporânea", que deixará inacabado.
Foi considerado um artista de natureza anárquica, revoltado com tudo e todos. Como crítico de arte e de costumes, publicou uma série de folhetos mensais, onde o seu espírito revoltado estava bem patente: Pasquinadas, Vida Irónica e Os Gatos, estes últimos inspirados pelas Farpas de Ramalho Ortigão e Eça de Queirós.
Em 1893, casa por conveniência com uma abastada proprietária alentejana, que o deixará viúvo dez meses depois. Nos últimos anos de vida, dedica-se à agricultura e viaja pela Europa. Morre, deixando um vasto espólio de dispersos, alguns dos quais serão publicados postumamente. A sua obra ficcional está marcada por tendências estéticas diversas, que vão desde a influência romântica de Camilo ao decadentismo finissecular, patente na ideia da degenerescência nacional, passando pelo realismo-naturalismo de Zola e de Eça de Queirós.
Ao longo da sua obra, Fialho de Almeida sempre sentiu dificuldades de expressão, que fazem dele um escritor estilisticamente limitado. A sua obra, porém, permanece interessante, sobretudo pela finura da ironia e da crítica. Os temas que trata são variados: ora é a vida da cidade, com a sua pobreza, os vícios, a decadência, ora é a vida tranquila, serena e realista da sua terra, o Alentejo.