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Língua Portuguesa
Gomes Leal
Filho de um modesto funcionário da Alfândega, Gomes Leal começa por trabalhar como escrevente ao serviço de um notário lisboeta. Depois de uma breve passagem pelo Curso Superior de Letras, depressa se interessa pela boémia literária lisboeta e pelo jornalismo, publicando os primeiros poemas na Gazeta de Portugal (entre 1866 e 1867) e os primeiros folhetins na Revolução de setembro. Em 1869, o crítico Luciano Cordeiro inclui-o entre os "poetas novos", junto a Antero de Quental, Teófilo Braga, Guilherme Braga e Guerra Junqueiro, entre outros, o que contribui para o seu reconhecimento público. Depois de uma vasta colaboração jornalística dispersa por periódicos tão diversos como a República, o Diário de Notícias, A Alvorada, Ilustração de Portugal e Brasil, ou a revista feminina Boudoir, funda, em 1872, juntamente com Magalhães Lima, Silva Pinto, Luciano Cordeiro e Guilherme de Azevedo, o jornal satírico O Espetro de Juvenal. Em 1875, publica o seu primeiro volume de poesias, Claridades do Sul. Em 1881, funda, mais uma vez ao lado de Magalhães Lima, o jornal O Século, onde assegura a rubrica "Carteira de Mefistófeles", que publicará importantes artigos de teorização sobre a poesia moderna. É também nesse ano que publica o panfleto A Traição, dirigido contra o rei D. Luís e visando a sua passividade perante a possibilidade da venda de Lourenço Marques aos ingleses. Por causa desse texto, onde apelida o rei de "salafrário", "assassino e ladrão", é preso. Depois da morte da mãe, em 1910, converte-se ao catolicismo, mas cai na miséria e no alcoolismo, acabando a viver da caridade alheia e de uma pensão do Estado, reivindicada por um grupo de escritores, à frente dos quais estava Teixeira de Pascoaes. Apesar de Gomes Leal ter sido reconhecido em vida essencialmente como poeta social e satírico, a sua "arte compósita", assim lhe chamou Vitorino Nemésio, assinala uma renovação na expressão poética portuguesa, abrindo caminho à poesia moderna.