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Língua Portuguesa
Guerra dos Canudos
As condições de vida no sertão eram duras. As terras estavam nas mãos dos latifundiários e uma massa de desempregados arrastava uma vida miserável numa terra fustigada pela seca prolongada. A religião representava um porto de abrigo numa vida sem esperança de dias melhores. António Vicente Manuel Conselheiro percorria o nordeste brasileiro, pregando a religião ao mesmo tempo que cuidava dos cemitérios e das capelas abandonadas. As suas palavras e ações acabaram por atrair uma multidão de miseráveis que viam nele o Messias, enviado para os libertar da sua sorte. António Conselheiro fixou-se no Arraial dos Canudos e aí fundou o Império de Belo Monte. As regras eram simples: dividiam os bens e os vícios da bebida e da carne eram proibidos.
A pregação da doutrina por António Conselheiro desagradou desde logo à Igreja, mas não era só a Igreja que se sentia incomodada. A Republica que tinha sido proclamada em 1891 também estava na mira das críticas de Conselheiro, que rejeitava o casamento civil e os impostos. Na sua pregação culpava a República pela miséria social. As ideias de justiça social acabaram por conduzi-los ao roubo e a atos de vandalismo, que não passaram impunes.
Em novembro de 1896, o governo da Baía não podia mais conter a turba de revoltosos e pediu ajuda ao poder central. O governo enviou tropas para combater o Arraial dos Canudos mas a tarefa não foi fácil e só terminou a 5 de outubro de 1897. Estima-se que combateram cerca de 10 000 soldados vindos de 17 estados brasileiros, durante quatro campanhas militares. Os mortos ascenderam a cerca de 25 000 e a destruição total dos Canudos. O escritor brasileiro, Euclides da Cunha imortalizou a Guerra dos Canudos na sua obra Os Sertões publicado em 1902.