A Família de Pascual Duarte
Publicado pela primeira vez em 1942, por Camilo José Cela, na Argentina, devido ao seu carácter incompatível com as mentalidades saídas da vitória da Guerra Civil espanhola, A Família de Pascual Duarte foi o romance de estreia de Camilo José Cela.
Tradicional na forma, a obra teve uma influência significativa durante a década consecutiva à sua publicação. Utilizando técnicas da Renascença picaresca espanhola, Cela emprega o relato na forma de narrador em primeira pessoa, fazendo da obra uma autobiografia fictícia.
A 15 de fevereiro de 1937, Pascual Duarte, condenado à morte por matricídio, envia um manuscrito a um conhecido seu, relatando a sua vida e os seus feitos criminosos, fazendo pois uma confissão pública mas, acima de tudo, procurando dar uma justificação dos mesmos.
As violências de Pascual Duarte foram, por ordem cronológica, o ter ferido Zacarias numa disputa, morto à navalhada a égua que arreou a sua própria mulher, morto, com uma escopeta, a cadela Chispa porque incomodava a sua vista, morto "El Estirão" a golpes em luta provocada, morto a sua mãe à navalhada e assassinado o Conde de Torremejia. Pascual apenas se diz verdadeiramente culpado de dois destes crimes, já que o que o enfurece são as vicissitudes da vida e os infortúnios absurdos. Procura alguém a quem culpar, alguém em quem se possa vingar das injustiças do seu destino. Atormentado pelas mulheres que o rodeiam, Pascual não só demonstra intolerância, quando a má sorte se revela de uma crueza extrema, ao tirar-lhe os dois filhos, a primeira mulher, e o irmão, como vê nos atos uma forma de repor a ordem na sua vida.
Lidando com o lado trágico da vida, com a violência cumulativa, o horror e o desespero, no estilo literário denominado de tremendismo, A Família de Pascual Duarte é um clássico moderno que pode ser interpretado como a voz de um povo reprimido, condenado por um regime ditatorial, ou como uma anotação do absurdo e do vazio espiritual.
Tradicional na forma, a obra teve uma influência significativa durante a década consecutiva à sua publicação. Utilizando técnicas da Renascença picaresca espanhola, Cela emprega o relato na forma de narrador em primeira pessoa, fazendo da obra uma autobiografia fictícia.
A 15 de fevereiro de 1937, Pascual Duarte, condenado à morte por matricídio, envia um manuscrito a um conhecido seu, relatando a sua vida e os seus feitos criminosos, fazendo pois uma confissão pública mas, acima de tudo, procurando dar uma justificação dos mesmos.
As violências de Pascual Duarte foram, por ordem cronológica, o ter ferido Zacarias numa disputa, morto à navalhada a égua que arreou a sua própria mulher, morto, com uma escopeta, a cadela Chispa porque incomodava a sua vista, morto "El Estirão" a golpes em luta provocada, morto a sua mãe à navalhada e assassinado o Conde de Torremejia. Pascual apenas se diz verdadeiramente culpado de dois destes crimes, já que o que o enfurece são as vicissitudes da vida e os infortúnios absurdos. Procura alguém a quem culpar, alguém em quem se possa vingar das injustiças do seu destino. Atormentado pelas mulheres que o rodeiam, Pascual não só demonstra intolerância, quando a má sorte se revela de uma crueza extrema, ao tirar-lhe os dois filhos, a primeira mulher, e o irmão, como vê nos atos uma forma de repor a ordem na sua vida.
Lidando com o lado trágico da vida, com a violência cumulativa, o horror e o desespero, no estilo literário denominado de tremendismo, A Família de Pascual Duarte é um clássico moderno que pode ser interpretado como a voz de um povo reprimido, condenado por um regime ditatorial, ou como uma anotação do absurdo e do vazio espiritual.
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Como referenciar
Porto Editora – A Família de Pascual Duarte na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-05-31 16:21:31]. Disponível em
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