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Adriano Correia de Oliveira
Compositor e intérprete português, Adriano Maria Correia Gomes de Oliveira nasceu a 9 de abril de 1942, no Porto, e morreu a 16 de outubro de 1982, em Avintes. Fez, nesta freguesia de Vila Nova de Gaia, a instrução primária e lá se estreou no teatro amador, ajudando a fundar a União Académica do Porto. Aos 17 anos ingressou no curso de Direito da Universidade de Coimbra. Não chegou a concluir o curso mas participou ativamente nas organizações estudantis, tendo sido solista no Grupo Universitário de Danças Regionais e no Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra (CITAC). Foi também guitarrista no Conjunto Ligeiro da Tuna Académica, que integrou juntamente com José Niza, Daniel Proença de Carvalho e Rui Ressurreição. É por esta altura que se aproxima do fado de Coimbra, privando com alguns dos músicos que ajudaram à transformação do tradicional fado coimbrão. Desse núcleo de conhecimentos, fizeram parte José Afonso, António Portugal, Rui Pato, José Niza e António Bernardino.
O lançamento do primeiro EP Noite de Coimbra (1960) revelou algumas insuficiências a nível das letras, pelo que Adriano Correia de Oliveira optou por dedicar-se apenas à composição da parte musical e à vocalização, partindo de poemas escritos por autores como António Cabral, António Ferreira Guedes, Luís Andrade e Urbano Tavares Rodrigues. Foi nesse espírito que nasceu o primeiro longa-duração do cantor, Fados de Coimbra (1963). A esse sucedeu Adriano Correia de Oliveira, em 1967. No ano seguinte, o cantor deixa a cidade de Coimbra e parte para Lisboa, trabalhando no gabinete de imprensa da FIL e mantendo trabalhos de produção musical. Entre 1968 e 1971, é editada uma trilogia dedicada à poesia de Manuel Alegre, com os álbuns O Canto E As Armas, Cantaremos e Gente D'Aqui E De Agora.. Nesta trilogia, surgiram diversos temas assumidos como hinos de resistência à opressão do regime do Estado Novo. O último álbum desta trilogia, editado em 1971, incluía um poema de Assis Pacheco (na contracapa) e um alinhamento de 11 canções, de onde se destacam temas como "O Senhor Morgado", "Cantar de Emigração" e "Como Hei de Amar Serenamente".
A esta trilogia seguiu-se um hiato de quatro anos sem gravações, motivado pela recusa do cantor em submeter-se à Comissão de Censura. O álbum Que Nunca Mais, editado em 1975, estava pronto antes do 25 de abril de 1974. Este registo valeu ao cantor o título de Artista do Ano, atribuído pela revista britânica Music Week.
Em 1979, depois de ter contribuído para a fundação da Cantabril, uma cooperativa de músicos ligados ao Partido Comunista Português, Adriano entra em rota de colisão com a Direção da cooperativa. É expulso, graças a uma dívida financeira, sendo que a cooperativa alegou também a inadaptação de Adriano à perspetiva mercantilista do mercado discográfico. A sua saída teve a solidariedade de nomes como José Afonso, Luís Cília e Fausto.
Morre em 1982, vítima de uma hemorragia no esófago. De entre os álbuns que gravou, destacam-se O Canto e as Armas (1969 com letras de Manuel Alegre), Que Nunca Mais (1975), Cantigas Portuguesas (1980) e Canção do Linho (1983). Na memória ficaram canções como "Trova do Vento que Passa", "Canção com Lágrimas" e "Barcas Novas".
A Movieplay editou, em 2001, a obra completa, em 7 CDs, acompanhada por um livro com as letras e poemas que foram musicados pelo cantor/compositor.
O lançamento do primeiro EP Noite de Coimbra (1960) revelou algumas insuficiências a nível das letras, pelo que Adriano Correia de Oliveira optou por dedicar-se apenas à composição da parte musical e à vocalização, partindo de poemas escritos por autores como António Cabral, António Ferreira Guedes, Luís Andrade e Urbano Tavares Rodrigues. Foi nesse espírito que nasceu o primeiro longa-duração do cantor, Fados de Coimbra (1963). A esse sucedeu Adriano Correia de Oliveira, em 1967. No ano seguinte, o cantor deixa a cidade de Coimbra e parte para Lisboa, trabalhando no gabinete de imprensa da FIL e mantendo trabalhos de produção musical. Entre 1968 e 1971, é editada uma trilogia dedicada à poesia de Manuel Alegre, com os álbuns O Canto E As Armas, Cantaremos e Gente D'Aqui E De Agora.. Nesta trilogia, surgiram diversos temas assumidos como hinos de resistência à opressão do regime do Estado Novo. O último álbum desta trilogia, editado em 1971, incluía um poema de Assis Pacheco (na contracapa) e um alinhamento de 11 canções, de onde se destacam temas como "O Senhor Morgado", "Cantar de Emigração" e "Como Hei de Amar Serenamente".
A esta trilogia seguiu-se um hiato de quatro anos sem gravações, motivado pela recusa do cantor em submeter-se à Comissão de Censura. O álbum Que Nunca Mais, editado em 1975, estava pronto antes do 25 de abril de 1974. Este registo valeu ao cantor o título de Artista do Ano, atribuído pela revista britânica Music Week.
Em 1979, depois de ter contribuído para a fundação da Cantabril, uma cooperativa de músicos ligados ao Partido Comunista Português, Adriano entra em rota de colisão com a Direção da cooperativa. É expulso, graças a uma dívida financeira, sendo que a cooperativa alegou também a inadaptação de Adriano à perspetiva mercantilista do mercado discográfico. A sua saída teve a solidariedade de nomes como José Afonso, Luís Cília e Fausto.
Morre em 1982, vítima de uma hemorragia no esófago. De entre os álbuns que gravou, destacam-se O Canto e as Armas (1969 com letras de Manuel Alegre), Que Nunca Mais (1975), Cantigas Portuguesas (1980) e Canção do Linho (1983). Na memória ficaram canções como "Trova do Vento que Passa", "Canção com Lágrimas" e "Barcas Novas".
A Movieplay editou, em 2001, a obra completa, em 7 CDs, acompanhada por um livro com as letras e poemas que foram musicados pelo cantor/compositor.
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Como referenciar
Porto Editora – Adriano Correia de Oliveira na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-03-29 05:37:34]. Disponível em
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