Álvaro de Castro

Governante, militar e advogado, Álvaro Xavier de Castro, natural da Guarda, onde nasceu a 9 de novembro de 1878, tendo falecido em Coimbra, a 29 de junho de 1928, foi deputado às Constituintes de 1911 e nas legislaturas seguintes. Em 1913, ascende à pasta da Justiça, no ano seguinte à das Finanças, chegando à da Guerra em 1920, ano em que foi também chefe do governo, o que voltou a acontecer em 1923. Três anos antes, quando chegou pela primeira vez à presidência do governo, este oficial do Exército fundou o Partido Republicano de Reconstituição Nacional.
Todavia, outros cargos tivera já Xavier de Castro antes de ascender aos lugares mais altos do governo. De facto, entre 31 de outubro de 1915 e 17 de dezembro de 1917, foi governador-geral de Moçambique. Neste último ano, e a partir de abril, dadas as suas qualificações militares e dada a pressão alemã sobre a colónia, Xavier de Castro detivera também o comando supremo das tropas em campanha contra as investidas germânicas a partir da sua colónia de Tanganica (Tanzânia), a partir da qual passavam o rio Rovuma e embrenhavam-se em Moçambique, principalmente na região de Cabo Delgado. Com a "República Nova" de Sidónio Pais (ou sidonismo), Xavier de Castro demite-se das suas funções em Moçambique.
Neste território, voltou a ter uma posição de destaque, ao ser nomeado em 1919 e mais tarde em 1926 alto comissário, ainda que tenha retirado a sua disponibilidade antes de ser empossado. Foi condecorado com a mais alta condecoração portuguesa, a da Torre e Espada, de que era oficial. Após a sua morte, foi guindado ao estatuto de figura nacional e condecorado postumamente com a grã-cruz da Ordem do Império.
Como grande conhecedor da realidade portuguesa em África, e particularmente da de Moçambique, é o autor de África Oriental Portuguesa, Lisboa, 1918 (?), tendo-lhe sido também dedicados alguns títulos.