António José de Almeida
Ativista do movimento republicano e membro da Maçonaria, tal como muitos outros republicanos, António José de Almeida nasceu a 27 de julho de 1866, em Penacova, e morreu em Lisboa, a 31 de outubro de 1929.
Extremamente popular pelos seus dotes oratórios, participou na preparação das revoltas fracassadas de 1891 e 1908 e da revolução triunfante de 1910, que instauraria a República. O seu combate contra o regime monárquico desenvolveu-se ora no Parlamento (foi eleito para as duas últimas legislaturas da Monarquia), ora na imprensa (dirigiu e fundou vários jornais e subscreveu artigos contundentes, como o "Bragança, o Último", contundente ataque ao monarca e ao regime). Instaurada a República, coube-lhe em 1910 assumir a pasta do Interior do Governo Provisório Republicano, o que levou a grande desgaste da sua figura, pois teve de enfrentar graves problemas sociais. Foram tão profundas as divergências, pessoais e políticas, em relação a Afonso Costa e outros republicanos, que António José de Almeida protagonizou uma cisão no Partido Republicano, formando o seu próprio partido (Partido Republicano Evolucionista, 1912-1919), mais conservador. Acederia, no entanto, a integrar o Governo da União Sagrada (1916-1917), que viria a chefiar, acumulando com a pasta das Colónias, no momento crucial da entrada na Primeira Guerra Mundial. Passado o interregno sidonista, em que foi perseguido, veio a ser eleito presidente da República em 1919. Nessa qualidade visitou o Brasil, numa altura em que ali se registava uma forte corrente nativista que se exprimia por atos xenófobos anti-portugueses, que António José de Almeida contribuiu para minimizar, mercê do seu invulgar talento oratório.
Foi, em toda a vigência da República parlamentar, o único presidente que completou o seu mandato, em anos caracterizados por uma grande crise social e política, que bem se espelha no facto de ter nomeado dezassete ministérios e de se terem registado numerosas alterações da ordem pública, a mais grave das quais seria a Noite Sangrenta (18-19 de outubro de 1921), episódio cujas motivações nunca foram inteiramente esclarecidas, em que um grupo de marinheiros amotinados atravessou Lisboa deixando atrás de si um rasto de sangue, tendo sido assassinados, entre outros, o chefe do Governo António Granjo e o contra-almirante Machado Santos.
Extremamente popular pelos seus dotes oratórios, participou na preparação das revoltas fracassadas de 1891 e 1908 e da revolução triunfante de 1910, que instauraria a República. O seu combate contra o regime monárquico desenvolveu-se ora no Parlamento (foi eleito para as duas últimas legislaturas da Monarquia), ora na imprensa (dirigiu e fundou vários jornais e subscreveu artigos contundentes, como o "Bragança, o Último", contundente ataque ao monarca e ao regime). Instaurada a República, coube-lhe em 1910 assumir a pasta do Interior do Governo Provisório Republicano, o que levou a grande desgaste da sua figura, pois teve de enfrentar graves problemas sociais. Foram tão profundas as divergências, pessoais e políticas, em relação a Afonso Costa e outros republicanos, que António José de Almeida protagonizou uma cisão no Partido Republicano, formando o seu próprio partido (Partido Republicano Evolucionista, 1912-1919), mais conservador. Acederia, no entanto, a integrar o Governo da União Sagrada (1916-1917), que viria a chefiar, acumulando com a pasta das Colónias, no momento crucial da entrada na Primeira Guerra Mundial. Passado o interregno sidonista, em que foi perseguido, veio a ser eleito presidente da República em 1919. Nessa qualidade visitou o Brasil, numa altura em que ali se registava uma forte corrente nativista que se exprimia por atos xenófobos anti-portugueses, que António José de Almeida contribuiu para minimizar, mercê do seu invulgar talento oratório.
Foi, em toda a vigência da República parlamentar, o único presidente que completou o seu mandato, em anos caracterizados por uma grande crise social e política, que bem se espelha no facto de ter nomeado dezassete ministérios e de se terem registado numerosas alterações da ordem pública, a mais grave das quais seria a Noite Sangrenta (18-19 de outubro de 1921), episódio cujas motivações nunca foram inteiramente esclarecidas, em que um grupo de marinheiros amotinados atravessou Lisboa deixando atrás de si um rasto de sangue, tendo sido assassinados, entre outros, o chefe do Governo António Granjo e o contra-almirante Machado Santos.
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Como referenciar
Porto Editora – António José de Almeida na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-12-11 16:42:56]. Disponível em
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