anuro

Os anuros são uma ordem muito antiga (em que se encontram em maior número as espécies vulgarmente conhecidas por "sapos" e "rãs"), conhecida desde o período Jurássico, há 150 milhões de anos.
As rãs e o sapos ocupam os mais diversos habitats. A sua reprodução (que ocorre na água) e a sua pele permeável implicam que se encontrem em habitats húmidos; a sua ectotermia impossibilita que ocupem habitats árticos e sub-árticos.
Os sapos e as rãs estão distribuídos por 21 famílias. As famílias mais conhecidas de rãs são a Ranidae, que é constituída por indivíduos que podem não ser os que vulgarmente são conhecidos por rãs, e a Hylidae, a família das rãs das árvores. Os verdadeiros sapos são da família Bufonidae, e têm patas curtas, corpo robusto, pele fina e verrugosa. O termo "sapo" é utilizado também para designar os membros de vida mais ou menos terrestre, de outras famílias.
O maior anuro é da espécie Conrana goliath, que se encontra em África, e pode atingir o comprimento de 30 centímetros. O menor anuro é a rã Psyllophryne didactyla, que tem menos de um centímetro de comprimento. É também o tetrápode mais pequeno que se conhece.
Provavelmente as rãs mais abundantes são as cerca de 260 espécies do género Rana que se encontram em todas as regiões temperadas e tropicais do mundo (com exceção da Nova Zelândia), ilhas oceânicas e sudoeste da América do Sul. Encontram-se, normalmente, próximo da água. Contudo, algumas espécies, tais como a Rana Sylvatica, passam a maior parte do seu tempo no solo das florestas húmidas, donde, possivelmente, regressam à água na época da reprodução.
A maior parte das rãs têm habitats solitários exceto durante o período de reprodução. Durante este período, muitas rãs, especialmente os machos, são muito barulhentas. Cada macho marca o seu território próximo da água, onde permanece horas ou dias, procurando atrair a fêmea. Durante os meses de inverno as rãs hibernam no lodo dos lagos e correntes. Durante este período os seus processos vitais são muito reduzidos e a sua energia é fornecida por reservas de glicogénio e de gorduras armazenadas no seu corpo durante os meses de primavera e verão. As rãs de vida terrestre, tais como as rãs das árvores, hibernam na manta morta ou na camada húmida dos solos florestais.
Os anuros adultos têm numerosos inimigos, tais como as serpentes, as aves aquáticas, as tartarugas, etc. Os peixes podem comer as larvas das rãs e, geralmente, somente um número relativamente reduzido atinge o estado adulto. Contudo, geralmente sem defesas, muitos anuros tropicais e sub-tropicais são agressivos, saltando e ferindo os predadores. Todavia, a sua melhor proteção é a capacidade de dar grandes saltos e a utilização das suas glândulas venenosas.
A migração de rãs e sapos está correlacionada com os seus hábitos reprodutivos. Geralmente os machos chegam próximo dos pântanos ou riachos antes das fêmeas que procuram atrair com os seus chamamentos. O estímulo inicial para a migração é atribuído ao ciclo normal das hormonas das gónadas, cuja alteração aumenta, nos anuros, a sensibilidade para as mudanças de humidade e temperatura.
O desenvolvimento do ovo, começa imediatamente a seguir à fertilização, ocorrendo metamorfoses ou uma série de fases que geralmente se completam em três meses. Na espécie Rana catesbeiana o processo das metamorfoses demora dois a três anos a completar-se.