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Arquitetura Megalítica

Por megalitismo, cujas balizas cronológicas, embora variem consoante as regiões do globo, podem ter como limites os anos 5000 a 200 a. C. (abrangendo o Neolítico e a Idade do Ferro), entende-se o conjunto de manifestações artísticas (arquitetura, pintura, escultura) materializadas nos monumentos megalíticos.
Uma das características fundamentais destas expressões arquitetónicas é a permanência das formas e das tipologias, que se repetem num espaço geograficamente muito alargado e numa cronologia também extensa. Desta forma, é possível descobrir, desde a Dinamarca à região mediterrânica, os mesmos tipos de construção megalítica que se podem dividir em duas categorias principais: uma que define espaços interiores e é geralmente enterrada; outra que procura o espaço exterior e a afirmação territorial. Fazem parte da primeira categoria os dólmenes e os tholoi, da segunda os menires e os cromeleques.
O Dólmen ou Anta era uma espécie de grande mesa formada por pedras verticais (esteios) e uma de cobertura (mesa ou tampa). Os dólmenes originalmente estariam cobertos por colinas de terra, designadas por mamoas, assumindo-se como um pequeno acidente topográfico artificial. O acesso à câmara (que possuía forma poligonal) era feito por um curto corredor ao ar livre. A tendência para orientar estas construções a nascente denuncia rituais ligados ao culto solar mas é possível associar estas construções subterrâneas ao culto dos mortos, uma vez que se verificavam aqui enterramentos coletivos.
Cromeleque de Xarez, Reguengos de Monsaraz
Dólmen da Zambujeira, Évora
Stonehenge, Inglaterra
Os Tholoi apresentam solução morfológica idêntica aos dólmenes, associando um corredor de acesso a uma câmara circular, às vezes dotada de nichos laterais, que era coberta por uma falsa cúpula (cobertura em forma cónica obtida por justaposição de lajes de pedra colocadas na horizontal).
O menir, monólito erguido verticalmente no solo, por vezes afeiçoado, podia ser retirado de fraturas geológicas ou trabalhados a partir de peças já existentes no chão. Admitiam formas cilíndricas, cónicas ou ovoides e, às vezes, eram esculpidos por forma a ganharem o recorte de gigantescos falos. Este sentido fálico dos menires liga-os a cultos de fertilidade.
Os menires surgem individualmente ou em grupos. Neste caso a sua composição pode variar entre o padrão aleatório e o alinhamento. Esquemas mais complexos, que associam geralmente uma composição circular, oval ou de quadrado com um elemento central tomam o nome de cromeleque. Muitos destes, como o de Stonehenge em Inglaterra (um dos mais famosos monumentos megalíticos), ligam-se ao culto solar.
Por vezes os menires surgem dentro de dólmenes. Era frequente a associação de diferentes tipologias ou a sua sobreposição, sendo possível observar menires dentro de dolmens ou dolmens pontuando cromeleques.
As estelas-menires, realizadas em épocas mais recentes, utilizam muitas vezes elementos pré-existentes. Associam a forma de menir a esculturas em relevo ou de vulto, adquirindo geralmente formas antropomórficas. Às vezes a sua face é alisada por forma a receber relevos de carácter figurativo.
Em Portugal existe uma grande densidade de monumentos megalíticos, em especial na zona do Alto Alentejo. Dólmen do Zambujeiro em Évora, o menir da Bulhoa em Reguengos de Monsaraz e o Cromeleque de Xarez, também em Monsaraz.
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Como referenciar
Porto Editora – Arquitetura Megalítica na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-03-21 11:58:34]. Disponível em
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