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Batalha de Guadalcanal
Guadalcanal é uma das ilhas do arquipélago de Salomão, situando-se na parte meridional deste, no Pacífico Ocidental, não longe da Austrália. Antiga colónia britânica, as ilhas achavam-se ocupadas pelos Japoneses na sequência do ataque surpresa a Pearl Harbour, Hawai, na madrugada de 7 de dezembro de 1941. Depois das batalhas de Midway e do mar de Coral, no primeiro semestre de 1942, os Aliados, encabeçados pelos norte-americanos, mas integrando forças da Austrália e da Nova Zelândia, apostaram tudo numa grande ofensiva pelo ar, mar e terra contra o avanço inexorável das tropas japonesas no Pacífico Sul. As matérias-primas australianas (carvão, minerais metálicos, trigo, lã) eram o zénite da cobiça nipónica. A fraqueza e derrotas sucessivas dos Britânicos em Singapura e dos Holandeses na Indonésia abriam as portas da Austrália a Tóquio. Era imperativo estrangular a ofensiva japonesa e virar a guerra, na direção do Japão.
A ilha de Guadalcanal foi a escolhida, a par das ilhas vizinhas de Florida, Gavutu, Tanambogo e Tulagi, para se inverter o curso dos acontecimentos, numa operação denominada Watchtower ("atalaia", "torre de vigia"). Entre 7 de agosto de 1942 e 9 de fevereiro de 1943, 60 000 tropas [ ]de ar, terra e mar dos EUA, Austrália e Nova Zelândia (além de naturais de Tonga e das Ilhas Salomão), comandadas pelos vice-almirantes Robert Ghormley e Frank J. Fletcher (comando tático), o Major-General marine Alexander Vandegrift (comando das operações terrestres), secundados pelos almirantes William Halsey e Richmond K. Turner e pelo general marine Alexander Patch, lutaram contra cerca de 37 000 (ou 30 000) nipónicos, comandados pelo general Hyakutake Haruyoshi (Exército Imperial) e pelo almirante Gunichi Mikawa (Armada Imperial), além dos alimirantes Isoroku Yamamoto e Nishizo Tsukahara e do vice-almirante Jinichi Kusaka.
As baixas foram enormes do lado japonês, saldando-se em cerca de 25 000 mortos em terra, 3500 no mar, 1200 em combates aéreos e 1000 prisioneiros, não esquecendo cerca de 40 navios afundados e perto de 900 aviões abatidos. Do lado dos vencedores, os Aliados, cerca de 1800 militares tombaram em combates terrestres, quase 5000 no mar e aproximadamente 400 no ar, além de 30 navios e mais de 600 aviões abatidos.
A posição assaltada foi a japonesa, cujos efetivos se entrincheiraram nas referidas ilhas, mais em Guadalcanal, onde estavam, à data do começo das operações, a construir um aeroporto, que teria como objetivo a interceção de comunicações e ligações aeronavais entre os EUA e a Austrália. Num ataque relâmpago, o aeroporto em construção foi atacado e ocupado pelos Aliados, passando a chamar-se de Henderson Field, sem que tivesse havido grande resistência. O que parecia uma operação fácil e rápida logo se revelou sangrenta e delicada, pois o contra-ataque japonês foi fulminante: a 8 de agosto de 1942, no dia seguinte à tomada do aeroporto, deu-se a mais importante batalha naval depois de Pearl Harbour, no Pacífico, na Segunda Guerra Mundial. Os Aliados foram derrotados na chamada batalha da ilha de Savo. Os Aliados perdiam o controlo da rota de apoio logístico a Henderson Field, mas este aeroporto não caiu nas mãos dos Japoneses, o que fez o contra-ataque destes um insucesso. Mantida a pista de aviação nas mãos dos Aliados, sustida a contraofensiva nipónica, chegou a vez daqueles, de atacar e banir a ocupação japonesa de toda a ilha e outras circundantes. O poder de fogo e a diferença na capacidade de abastecimento, de tecnologia, além do número de efetivos, potenciaram o decurso favorável aos EUA e seus aliados.
Uma vitória dura e sangrenta, que se tornou o teatro decisivo da campanha do Pacífico, pois passou-se de uma lógica de defesa e contra-ataque dos Aliados para uma estratégia ofensiva e de combinação inter-armas para impor derrotas sucessivas ao Japão, conquistando-se ilha por ilha, atol por atol.
Guadalcanal foi assim o ponto de viragem da Guerra do Pacífico, como o foi a Normandia na Europa ou El-Alamein em África.
Esta campanha militar tornou-se num dos ícones históricos e de memória dos EUA em relação à Segunda Guerra Mundial, só comparável a Pearl Harbour, Iwo Jima ou Okinawa, para não falar em Hiroshima e Nagasáki, entre outros marcos decisivos da vitória sobre o Império do Sol Nascente.
Além da literatura e dos ensaios de história militar e contemporânea, além das memórias de ex-combatentes, destacam-se as produções fílmicas, desde logo do final da guerra, como Flying Leathernecks, de Nicholas Ray (1951) e, mais recentemente, uma da obras-primas do cinema contemporâneo, The Thin Red Line, de Terence Malick (1998), onde se destaca o quotidiano, palmo a palmo, da batalha terrestre de Guadalcanal.
A ilha de Guadalcanal foi a escolhida, a par das ilhas vizinhas de Florida, Gavutu, Tanambogo e Tulagi, para se inverter o curso dos acontecimentos, numa operação denominada Watchtower ("atalaia", "torre de vigia"). Entre 7 de agosto de 1942 e 9 de fevereiro de 1943, 60 000 tropas [ ]de ar, terra e mar dos EUA, Austrália e Nova Zelândia (além de naturais de Tonga e das Ilhas Salomão), comandadas pelos vice-almirantes Robert Ghormley e Frank J. Fletcher (comando tático), o Major-General marine Alexander Vandegrift (comando das operações terrestres), secundados pelos almirantes William Halsey e Richmond K. Turner e pelo general marine Alexander Patch, lutaram contra cerca de 37 000 (ou 30 000) nipónicos, comandados pelo general Hyakutake Haruyoshi (Exército Imperial) e pelo almirante Gunichi Mikawa (Armada Imperial), além dos alimirantes Isoroku Yamamoto e Nishizo Tsukahara e do vice-almirante Jinichi Kusaka.
As baixas foram enormes do lado japonês, saldando-se em cerca de 25 000 mortos em terra, 3500 no mar, 1200 em combates aéreos e 1000 prisioneiros, não esquecendo cerca de 40 navios afundados e perto de 900 aviões abatidos. Do lado dos vencedores, os Aliados, cerca de 1800 militares tombaram em combates terrestres, quase 5000 no mar e aproximadamente 400 no ar, além de 30 navios e mais de 600 aviões abatidos.
A posição assaltada foi a japonesa, cujos efetivos se entrincheiraram nas referidas ilhas, mais em Guadalcanal, onde estavam, à data do começo das operações, a construir um aeroporto, que teria como objetivo a interceção de comunicações e ligações aeronavais entre os EUA e a Austrália. Num ataque relâmpago, o aeroporto em construção foi atacado e ocupado pelos Aliados, passando a chamar-se de Henderson Field, sem que tivesse havido grande resistência. O que parecia uma operação fácil e rápida logo se revelou sangrenta e delicada, pois o contra-ataque japonês foi fulminante: a 8 de agosto de 1942, no dia seguinte à tomada do aeroporto, deu-se a mais importante batalha naval depois de Pearl Harbour, no Pacífico, na Segunda Guerra Mundial. Os Aliados foram derrotados na chamada batalha da ilha de Savo. Os Aliados perdiam o controlo da rota de apoio logístico a Henderson Field, mas este aeroporto não caiu nas mãos dos Japoneses, o que fez o contra-ataque destes um insucesso. Mantida a pista de aviação nas mãos dos Aliados, sustida a contraofensiva nipónica, chegou a vez daqueles, de atacar e banir a ocupação japonesa de toda a ilha e outras circundantes. O poder de fogo e a diferença na capacidade de abastecimento, de tecnologia, além do número de efetivos, potenciaram o decurso favorável aos EUA e seus aliados.
Uma vitória dura e sangrenta, que se tornou o teatro decisivo da campanha do Pacífico, pois passou-se de uma lógica de defesa e contra-ataque dos Aliados para uma estratégia ofensiva e de combinação inter-armas para impor derrotas sucessivas ao Japão, conquistando-se ilha por ilha, atol por atol.
Guadalcanal foi assim o ponto de viragem da Guerra do Pacífico, como o foi a Normandia na Europa ou El-Alamein em África.
Esta campanha militar tornou-se num dos ícones históricos e de memória dos EUA em relação à Segunda Guerra Mundial, só comparável a Pearl Harbour, Iwo Jima ou Okinawa, para não falar em Hiroshima e Nagasáki, entre outros marcos decisivos da vitória sobre o Império do Sol Nascente.
Além da literatura e dos ensaios de história militar e contemporânea, além das memórias de ex-combatentes, destacam-se as produções fílmicas, desde logo do final da guerra, como Flying Leathernecks, de Nicholas Ray (1951) e, mais recentemente, uma da obras-primas do cinema contemporâneo, The Thin Red Line, de Terence Malick (1998), onde se destaca o quotidiano, palmo a palmo, da batalha terrestre de Guadalcanal.
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Como referenciar
Porto Editora – Batalha de Guadalcanal na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-06-08 20:23:57]. Disponível em
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