Campos Henriques
Magistrado e estadista português, Artur Alberto de Campos Henriques nasceu a 28 de abril de 1853, no Porto, e faleceu a 7 de novembro de 1922, em Lisboa. Era filho de José António de Campos e de Ermelinda Amália de Castro Pereira. Foi bacharel em Direito pela Universidade Coimbra, curso que terminou com distinção em 1875, enveredando posteriormente pela magistratura, tendo sido procurador real nas comarcas da Póvoa de Varzim, Marco de Canaveses, Guimarães e Braga. Alcançou o posto de juiz, precisamente na sua cidade natal, aquando da criação dos tribunais administrativos. Foi ainda juiz de 2.ª classe em Vila do Conde, em 1894, passando depois para a 3ª vara cível em Lisboa. Filiou-se no Partido Regenerador, pelo qual foi eleito deputado em 1890 pelo círculo de Viseu, quando o seu grupo político estava no poder. Como membro da oposição, foi depois eleito por Pinhel dois anos mais tarde. Cinco anos volvidos, integrava a câmara legislativa, eleito pelo círculo de Paredes, passando a representar o de Lousada em 1900. Neste percurso político, tinha já ocupado o cargo de governador civil do Porto, embora interinamente, em 1891, sendo-o de forma plena e efetiva em 1893, função em que se notabilizou.
Um ano depois, era convidado por Hintze Ribeiro a fazer parte do governo, sendo ministro da Obras Públicas, no lugar de Carlos Lobo de Ávila, que transitara para os Negócios Estrangeiros. Em 1897, o governo do conselheiro Hintze Ribeiro cai, o que faz com Campos Henriques regresse ao seu lugar de juiz em Vila do Conde; todavia, com Hintze Ribeiro novamente no poder em 1900, é outra vez chamado a Lisboa para participar no governo, agora com uma pasta mais conforme à sua formação e carreira: a da Justiça. Neste setor da vida pública, atuou como um reformador, como no caso do notariado, promovendo, por exemplo, uma lei das incompatibilidades. Foi posteriormente chamado a governos regeneradores, sendo ministro da Justiça pela quarta vez durante o ministério dito da "acalmação", formado após o assassinato do rei D. Carlos, tendo como presidente do Conselho de Ministros o vice-almirante Ferreira do Amaral. Campos Henriques veio a substituí-lo no seu posto, ainda que durante muito pouco tempo (1908-1909).
Apesar de ter sido um estadista respeitado em Portugal, a sua ascensão ao cargo de chefe de governo foi mal digerida dentro do Partido Regenerador, cujo líder, o conselheiro Júlio de Vilhena, se viria a demitir dessa função em 1909. Esta demissão do dirigente regenerador provocou um grande mal-estar no partido e fora dele, afetando a sociedade civil e dando um profundo golpe na monarquia, regime já num estertor e letargia política assinaláveis e que tinha no Partido Regenerador um dos seus baluartes e bases de apoio. Na cisão registada, Campos Henriques ficou a liderar a tendência mais conservadora dos regeneradores, contra o grupo de Teixeira de Sousa.
Com a chegada da República, o conselheiro Campos Henriques, juiz da 3.ª vara cível de Lisboa, afasta-se da vida política. Nesta conheceu grandes distinções, como a de Par do Reino, e recebeu importantes condecorações, como as grã-cruzes das ordens de Cristo e de N. Sra. da Conceição, para além de diversos graus noutras ordens. Curiosamente, fora da esfera política, é de recordar a sua colaboração na edição litográfico-manuscrita dos Lusíadas.
Um ano depois, era convidado por Hintze Ribeiro a fazer parte do governo, sendo ministro da Obras Públicas, no lugar de Carlos Lobo de Ávila, que transitara para os Negócios Estrangeiros. Em 1897, o governo do conselheiro Hintze Ribeiro cai, o que faz com Campos Henriques regresse ao seu lugar de juiz em Vila do Conde; todavia, com Hintze Ribeiro novamente no poder em 1900, é outra vez chamado a Lisboa para participar no governo, agora com uma pasta mais conforme à sua formação e carreira: a da Justiça. Neste setor da vida pública, atuou como um reformador, como no caso do notariado, promovendo, por exemplo, uma lei das incompatibilidades. Foi posteriormente chamado a governos regeneradores, sendo ministro da Justiça pela quarta vez durante o ministério dito da "acalmação", formado após o assassinato do rei D. Carlos, tendo como presidente do Conselho de Ministros o vice-almirante Ferreira do Amaral. Campos Henriques veio a substituí-lo no seu posto, ainda que durante muito pouco tempo (1908-1909).
Apesar de ter sido um estadista respeitado em Portugal, a sua ascensão ao cargo de chefe de governo foi mal digerida dentro do Partido Regenerador, cujo líder, o conselheiro Júlio de Vilhena, se viria a demitir dessa função em 1909. Esta demissão do dirigente regenerador provocou um grande mal-estar no partido e fora dele, afetando a sociedade civil e dando um profundo golpe na monarquia, regime já num estertor e letargia política assinaláveis e que tinha no Partido Regenerador um dos seus baluartes e bases de apoio. Na cisão registada, Campos Henriques ficou a liderar a tendência mais conservadora dos regeneradores, contra o grupo de Teixeira de Sousa.
Com a chegada da República, o conselheiro Campos Henriques, juiz da 3.ª vara cível de Lisboa, afasta-se da vida política. Nesta conheceu grandes distinções, como a de Par do Reino, e recebeu importantes condecorações, como as grã-cruzes das ordens de Cristo e de N. Sra. da Conceição, para além de diversos graus noutras ordens. Curiosamente, fora da esfera política, é de recordar a sua colaboração na edição litográfico-manuscrita dos Lusíadas.
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Como referenciar
Porto Editora – Campos Henriques na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-06-06 13:47:49]. Disponível em
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