canções de resistência
As canções de resistência ou canções de protesto, consideradas após a revolução de abril de 1974 como canções de intervenção, são constituídas por poemas e músicas de denúncia de um presente de repressão e surgem como luta por um mundo melhor. Sem finalidade comercial, recorrendo, com frequência, à balada e com acompanhamento à viola ou à guitarra, possuem uma mensagem universalista, livre de qualquer constrangimento social.
Se olharmos as grandes revoluções, houve sempre escritores, músicos, pintores e escultores, na sua génese, a provocar a consciência para aceitar a mudança. Fernando Namora, em Sentados na Relva afirma que "A arte era o nosso veículo de protesto; impunha-se que os romances e os poemas que escrevíamos fossem a voz desses homens cujo grito não era ouvido, fossem o registo de uma realidade iníqua que urgia denunciar e resgatar."
Na base das canções da resistência, estiveram, muitas vezes, poemas que exprimiam o sentimento de um povo oprimido, com a esperança da liberdade. Em alguns países, constituem, sobretudo, canção de protesto de movimentos pacifistas e anti-belicistas.
Nas grandes contestações ao longo do século XX estiveram, igualmente, os artistas. Poetas como Rimbaud, dramaturgos como Bertold Brecht ou Sttau Monteiro, e compositores e intérpretes de inspiração country como Woody Guthrie marcaram uma geração que fez da arte o seu combate. Muitos recordam ainda o folk-rock americano com as mesmas inquietudes que caracterizavam o rock'n'roll e o pop. Basta recordar Joan Baez ou Bob Dylan com as suas guitarras e as baladas de Zeca Afonso ou Adriano Correia de Oliveira.
Em Portugal as canções da resistência assumem uma função social e política desde o princípio dos anos 60, nomeadamente com a eclosão da Guerra Colonial em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. Muitos foram os poetas que encontraram a palavra exata para esse momento. Mesmo aqueles que, aparentemente, não entraram na denúncia do regime, fizeram músicas onde a revolta se sente presente. O guitarrista Carlos Paredes, por exemplo, que considerava a música, antes de tudo, como um ato de amor, toca, frequentemente, no meio dos amigos, com cantores como Adriano Correia de Oliveira ("Que Nunca Mais", com textos de Manuel da Fonseca e arranjos de Fausto) e Carlos do Carmo ("Um Homem no País", com letras de José Carlos Ary dos Santos), ao lado de poetas como Manuel Alegre ("É Preciso Um País") ou incentivando e procurando entender as experiências sonoras de músicos mais jovens.
Pela consciência social que a arte podia formar, muitos destes poetas, compositores e intérpretes viram os seus discos censurados pelo Estado Novo: Adriano Correia de Oliveira, José Afonso, Luís Cília, Manuel Freire, José Mário Branco, José Barata Moura, Sérgio Godinho, Carlos Alberto Moniz, Maria do Amparo, Teresa Paula Brito, Fausto, Carlos Paredes e muitos outros.
Se olharmos as grandes revoluções, houve sempre escritores, músicos, pintores e escultores, na sua génese, a provocar a consciência para aceitar a mudança. Fernando Namora, em Sentados na Relva afirma que "A arte era o nosso veículo de protesto; impunha-se que os romances e os poemas que escrevíamos fossem a voz desses homens cujo grito não era ouvido, fossem o registo de uma realidade iníqua que urgia denunciar e resgatar."
Na base das canções da resistência, estiveram, muitas vezes, poemas que exprimiam o sentimento de um povo oprimido, com a esperança da liberdade. Em alguns países, constituem, sobretudo, canção de protesto de movimentos pacifistas e anti-belicistas.
Em Portugal as canções da resistência assumem uma função social e política desde o princípio dos anos 60, nomeadamente com a eclosão da Guerra Colonial em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. Muitos foram os poetas que encontraram a palavra exata para esse momento. Mesmo aqueles que, aparentemente, não entraram na denúncia do regime, fizeram músicas onde a revolta se sente presente. O guitarrista Carlos Paredes, por exemplo, que considerava a música, antes de tudo, como um ato de amor, toca, frequentemente, no meio dos amigos, com cantores como Adriano Correia de Oliveira ("Que Nunca Mais", com textos de Manuel da Fonseca e arranjos de Fausto) e Carlos do Carmo ("Um Homem no País", com letras de José Carlos Ary dos Santos), ao lado de poetas como Manuel Alegre ("É Preciso Um País") ou incentivando e procurando entender as experiências sonoras de músicos mais jovens.
Pela consciência social que a arte podia formar, muitos destes poetas, compositores e intérpretes viram os seus discos censurados pelo Estado Novo: Adriano Correia de Oliveira, José Afonso, Luís Cília, Manuel Freire, José Mário Branco, José Barata Moura, Sérgio Godinho, Carlos Alberto Moniz, Maria do Amparo, Teresa Paula Brito, Fausto, Carlos Paredes e muitos outros.
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Como referenciar
Porto Editora – canções de resistência na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-06-06 23:44:45]. Disponível em
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