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Cartismo
Cartismo é o nome comum a dois movimentos políticos do século XIX, um português e o segundo britânico, independentes um do outro e até, em muitos aspetos, de sentido contrário.
Em Portugal, o Cartismo foi um movimento de ideias de tendência conservadora que teve como ponto de referência a Carta Constitucional, outorgada em 29 de abril de 1826 por D. Pedro IV. Não foi um partido político formalmente constituído mas uma corrente ideológica, na qual se filiaram homens como Mouzinho da Silveira, Costa Cabral e os duques da Terceira, de Saldanha e de Palmela. Por oposição ao Setembrismo, defensor da Constituição de 1822, os cartistas representavam um liberalismo moderado: advogavam uma passagem sem saltos da monarquia absoluta para a monarquia constitucional e o regime liberal, e não queriam aprofundar tanto as reformas como outras tendências quiseram - e conseguiram.
Em terras britânicas, houve também um movimento político conhecido por Cartismo, agora de feição proletária e radical. O nome do movimento deriva da People's Charter, um manifesto escrito em 1838 por William Lovett (um ativista político londrino) que teve grande divulgação entre as massas operárias. O documento de Lovett incidia sobretudo na necessidade de reformas parlamentares, com a intenção óbvia de abrir oportunidades de intervenção política às largas camadas da população que se encontravam desprovidas dela: entre outras medidas, reclamava a extensão do sufrágio a todos os adultos do sexo masculino, a realização de eleições anuais, a adoção do voto secreto e a supressão das restrições à elegibilidade que tinham por base o património dos cidadãos. O movimento cartista foi responsável por ações de vários tipos, de distúrbios violentos em certas áreas urbanas, reprimidos pela polícia e pelo sistema judicial, à entrega de petições ao Parlamento. Uma destas petições, em 1842, contou com a assinatura de três milhões de apoiantes, o que é bem significativo da expansão alcançada pelo movimento em poucos anos (em larga medida devida a descontentamentos com crises económicas sucessivas). O Cartismo, todavia, nunca teve resposta positiva do Parlamento, mas a sua ação de pressão foi importante para a adoção, a prazo, de determinadas reformas.
Em Portugal, o Cartismo foi um movimento de ideias de tendência conservadora que teve como ponto de referência a Carta Constitucional, outorgada em 29 de abril de 1826 por D. Pedro IV. Não foi um partido político formalmente constituído mas uma corrente ideológica, na qual se filiaram homens como Mouzinho da Silveira, Costa Cabral e os duques da Terceira, de Saldanha e de Palmela. Por oposição ao Setembrismo, defensor da Constituição de 1822, os cartistas representavam um liberalismo moderado: advogavam uma passagem sem saltos da monarquia absoluta para a monarquia constitucional e o regime liberal, e não queriam aprofundar tanto as reformas como outras tendências quiseram - e conseguiram.
Em terras britânicas, houve também um movimento político conhecido por Cartismo, agora de feição proletária e radical. O nome do movimento deriva da People's Charter, um manifesto escrito em 1838 por William Lovett (um ativista político londrino) que teve grande divulgação entre as massas operárias. O documento de Lovett incidia sobretudo na necessidade de reformas parlamentares, com a intenção óbvia de abrir oportunidades de intervenção política às largas camadas da população que se encontravam desprovidas dela: entre outras medidas, reclamava a extensão do sufrágio a todos os adultos do sexo masculino, a realização de eleições anuais, a adoção do voto secreto e a supressão das restrições à elegibilidade que tinham por base o património dos cidadãos. O movimento cartista foi responsável por ações de vários tipos, de distúrbios violentos em certas áreas urbanas, reprimidos pela polícia e pelo sistema judicial, à entrega de petições ao Parlamento. Uma destas petições, em 1842, contou com a assinatura de três milhões de apoiantes, o que é bem significativo da expansão alcançada pelo movimento em poucos anos (em larga medida devida a descontentamentos com crises económicas sucessivas). O Cartismo, todavia, nunca teve resposta positiva do Parlamento, mas a sua ação de pressão foi importante para a adoção, a prazo, de determinadas reformas.
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Como referenciar
Porto Editora – Cartismo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-02-02 09:17:26]. Disponível em
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