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Castelo da Amieira

Numa das onze vilas que o priorado da ordem Hospitalária de S. João de Jerusalém detinha nesta região, a da Amieira, pela sua posição estratégica sobre o rio Tejo e proximidade da fronteira, foi mandado construir um poderoso castelo em meados do século XIV.
Sob a direção de D. Álvaro Gonçalves Pereira, pai do futuro Condestável, a construção da fortaleza deve igualmente ter sido auxiliada monetariamente por el-rei D. Afonso IV e, na orientação de algumas obras, pelo seu filho D. Pedro Pereira. As obras arrastaram-se por alguns anos não estando ainda concluídas em 1359, como se depreende de uma carta régia enviada nessa data a D. Álvaro.
A estrutura do castelo compõe-se de um extenso recinto retangular muralhado - guarnecido nos ângulos por quatro grandes torres e pela torre de menagem, de maior vulto - e a barbacã, constituída por poderosos muros ameados.
O primeiro cerco que este Castelo sofreu data de 1440, aquando das dissensões entre D. Leonor, princesa de Aragão, e o infante D. Pedro. A princesa retira-se, sob a cumplicidade do prior Nuno de Góis, para o Crato, no intento de fazer intervir a seu favor o poder militar de Castela. Perante tal rebeldia D. Pedro ordena a ocupação dos castelos do priorado, naquela zona raiana, incumbindo D. Álvaro Vaz de Almada, conde de Abranches, de acometer o Castelo da Amieira.
Incapazes de oferecer resistência os castelos renderam-se, o prior do Crato e D. Leonor puseram-se em fuga e a paz foi restabelecida. À frente do Castelo da Amieira surge então Pedro Rodrigues de Castro, não voltando esta fortificação a sofrer alguma ação bélica.
Desta apatia militar resultaram dois aspetos que convém realçar. Por um lado permitiu que a fortificação chegasse até aos nossos dias sem grandes alterações, isto é, com a autenticidade de um castelo do século XIV. Um outro aspeto, intimamente relacionado com o primeiro, advém do facto de não ter sido necessário proceder a grandes obras ao longo dos séculos votando-o, de certa forma, a algum abandono.
De todas as maneiras, conhecem-se algumas obras de beneficiação levadas a cabo pelos monarcas portugueses: a recuperação de alguns muros por D. João II, as obras de maior vulto de D. Manuel, e, na altura da Restauração, provavelmente por receio da instabilidade então vivida, a construção de casas de habitação no interior do castelo. Estariam já abandonadas e semidestruídas em 1747, segundo o padre Luí Cardoso.
Há ainda que referir a construção de uma igreja, de invocação a S. João, no século XVI.
A ação do tempo encarregou-se do que veio depois, ou seja a apropriação, por parte de particulares, dos terrenos livres da barbacã para plantação de árvores de fruto, para a construção pocilgas, de casebres, etc., e, por fim, a transformação da praça de armas em cemitério, possivelmente depois de 1846, quando se publica o decreto que proíbe os enterramentos nas igrejas.
Nos anos 20 do século XX, o Castelo da Amieira transita para o Ministério da Guerra. A Junta de Freguesia obtém então um contrato de arrendamento que lhe permitiu usufruir deste monumento.
Em meados do mesmo século o Estado Português recuperou a fortificação tentando restituir-lhe a dignidade que o tempo foi consumindo.
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Como referenciar
Porto Editora – Castelo da Amieira na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-03-23 12:27:35]. Disponível em
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