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Ciclo Arturiano
As referências mais antigas ao rei Artur situam-se cerca do ano 600 d. C., em dois poemas galeses. Mais tarde, na Historia Brittonum (História da Bretanha) do monge escocês Nennius do século IX, é apelidado de senhor dos exércitos, que numa só das batalhas matou novecentos e sessenta homens.
É conhecida a menção feita nas Mirabilia (Maravilhas) à pedra que tem a pegada que o seu cão Cabal deixou na caçada ao porco Twrch Twryth e o sepulcro de Amr, filho do rei.
O rei Artur aparece como um juiz que milagrosamente se coloca do lado do Bem nas Vidas de Santos dos séculos IX e XII.
Também se refere uma batalha, a de Camlann, na qual caíram Artur e Medrawd nos Annales Cambriae (Anais da Cambria) do século X.
É relatado num poema galês, no livro de Chrétien de Troyes e na Vita Gildae o reencontro de Artur com Gwenhwyfar (nome galês de Guinevere), sua mulher, que tinha sido raptada pelo rei do País do verão, Melwas. Os romances de Chrétien de Troyes e de Marie de France, dos séculos XII e XIII, lançaram as bases do mito da altura da Távola Redonda.
Foi quando Edmond Faral publicou A Lenda Artúrica, estudando a origem de textos latinos medievais que se falou pela primeira vez num Ciclo Arturiano. Neste livro se fala de obras como a Historiae Regum Britaniae (História do Reino da Bretanha) de Geoffroi de Monmouth, datada de 1137 e que relata as lendas das conquistas e da morte de Artur em 542 d. C.
Uma das origens indicadas para este Ciclo é a da fusão de lendas do século VI teriam levado para a Bretanha referentes um chefe guerreiro chamado Artur e de um deus celta chamado Artaius.
Em 1191 os monges da Abadia da Ilha de Glastonbury (que foi por alguns identificada com Avalon) declararam ter descoberto o túmulo de Guinevere e de Artur, causando grande agitação. Em 1278 os ossos foram transportados para uma nova sepultura e perdidos quando esta foi destruída durante a Reforma.
No poema de Chrétien de Troyes aparece como rei de Camelot, acompanhado por pelo sábio feiticeiro Merlim e rodeado de nobres cavaleiros que participam em grandiosas aventuras (como a da procura do Santo Graal). Entre estes cavaleiros, pertencentes à Távola (Mesa) Redonda, estão Lancelot, Gawain e Galahad.
Artur terá ganho o direito de ser rei depois de ter arrancado uma espada (Excalibur) que estava cravada numa rocha. Esta espada só podia ser retirada pelo herdeiro do rei Uther Pendragon, que seria o "verdadeiro rei", e cortava qualquer material. Noutros contos diz-se que a Excalibur teria sido dada ao rei pela Dama do Lago.
Foi na batalha de Camlann contra o exército de Mordred que foi morto. Algumas versões dizem que apenas ficou ferido e foi depois transportado para a ilha de Avalon. Mordred é apresentado também como filho do incesto de Artur com a sua irmã e como Cavaleiro da Távola Redonda, tendo conseguido matar o pai porque este não usava a cota de malha que lhe dava a invencibilidade.
A Távola Redonda teria sido o dote da rainha Guinevere, e o facto de ser circular evitava lutas pela precedência.
A história de Tristão e Isolda é também associada ao Ciclo Arturiano, apesar do rei Artur não desempenhar um papel muito importante.
A queda de Camelot está diretamente ligada ao romance da rainha Guinevere com Lancelot.
A verdade é que não se sabe se as lendas referentes ao rei Artur e aos Cavaleiros da Távola Redonda foram inventadas e escritas por romancistas da Idade Média ou se têm origem em mitos populares transmitidos por via oral. O mais provável é que este Ciclo tenha surgido da mesma maneira que surgiu quase toda a literatura: juntavam-se vários elementos diferentes para criar uma história nova.
A história da ida de Artur para Avalon reflete uma inconformidade comum a muitos povos, que não aceitam a desaparição do herói salvador acreditando que um dia voltará.
Artur tem a sua corte ou na Cornualha ou no Sudeste do País de Gales (conforme o mencionado em obras como Culhwch e Olwen), sendo caçador de bruxas, javalis mágicos, monstros, guerreiro que chefia um exército magnífico e heroico, generoso, destemido e protetor das mulheres, aventurando-se através de todos os enigmas para chegar aos mistérios do Além, parecendo-se assim aos Fianna irlandeses (exércitos nómadas e aventureiros, de hábitos severos, liderado por Finn mac Cumhal, do qual também se diz que voltará numa hora de necessidade). Estas características estão também presentes nos seus Cavaleiros, que vivem aventuras nobres, maravilhosas e arriscadas e quando cometem algum erro são repreendidos em público.
No Ciclo Arturiano estão representadas as três funções indo-europeias (o Conhecimento, o Combate e a Riqueza) nas aventuras dos heróis Peredur, Owain e Geraint.
O Sonho de Rhonabwy, A Dama da Fonte, Lancelot, o Cavaleiro do Carro e a Lenda de Taliesin são outras lendas arturianas.
Na catedral de Módena, em Itália, foi gravada no século XII, na arquivolta do portal virado a norte, uma cena que representa o ataque de um castelo pelo rei Artur e os seus cavaleiros. Este exemplo demonstra a importância que o tema atingiu.
É conhecida a menção feita nas Mirabilia (Maravilhas) à pedra que tem a pegada que o seu cão Cabal deixou na caçada ao porco Twrch Twryth e o sepulcro de Amr, filho do rei.
O rei Artur aparece como um juiz que milagrosamente se coloca do lado do Bem nas Vidas de Santos dos séculos IX e XII.
É relatado num poema galês, no livro de Chrétien de Troyes e na Vita Gildae o reencontro de Artur com Gwenhwyfar (nome galês de Guinevere), sua mulher, que tinha sido raptada pelo rei do País do verão, Melwas. Os romances de Chrétien de Troyes e de Marie de France, dos séculos XII e XIII, lançaram as bases do mito da altura da Távola Redonda.
Foi quando Edmond Faral publicou A Lenda Artúrica, estudando a origem de textos latinos medievais que se falou pela primeira vez num Ciclo Arturiano. Neste livro se fala de obras como a Historiae Regum Britaniae (História do Reino da Bretanha) de Geoffroi de Monmouth, datada de 1137 e que relata as lendas das conquistas e da morte de Artur em 542 d. C.
Uma das origens indicadas para este Ciclo é a da fusão de lendas do século VI teriam levado para a Bretanha referentes um chefe guerreiro chamado Artur e de um deus celta chamado Artaius.
Em 1191 os monges da Abadia da Ilha de Glastonbury (que foi por alguns identificada com Avalon) declararam ter descoberto o túmulo de Guinevere e de Artur, causando grande agitação. Em 1278 os ossos foram transportados para uma nova sepultura e perdidos quando esta foi destruída durante a Reforma.
No poema de Chrétien de Troyes aparece como rei de Camelot, acompanhado por pelo sábio feiticeiro Merlim e rodeado de nobres cavaleiros que participam em grandiosas aventuras (como a da procura do Santo Graal). Entre estes cavaleiros, pertencentes à Távola (Mesa) Redonda, estão Lancelot, Gawain e Galahad.
Artur terá ganho o direito de ser rei depois de ter arrancado uma espada (Excalibur) que estava cravada numa rocha. Esta espada só podia ser retirada pelo herdeiro do rei Uther Pendragon, que seria o "verdadeiro rei", e cortava qualquer material. Noutros contos diz-se que a Excalibur teria sido dada ao rei pela Dama do Lago.
Foi na batalha de Camlann contra o exército de Mordred que foi morto. Algumas versões dizem que apenas ficou ferido e foi depois transportado para a ilha de Avalon. Mordred é apresentado também como filho do incesto de Artur com a sua irmã e como Cavaleiro da Távola Redonda, tendo conseguido matar o pai porque este não usava a cota de malha que lhe dava a invencibilidade.
A Távola Redonda teria sido o dote da rainha Guinevere, e o facto de ser circular evitava lutas pela precedência.
A história de Tristão e Isolda é também associada ao Ciclo Arturiano, apesar do rei Artur não desempenhar um papel muito importante.
A queda de Camelot está diretamente ligada ao romance da rainha Guinevere com Lancelot.
A verdade é que não se sabe se as lendas referentes ao rei Artur e aos Cavaleiros da Távola Redonda foram inventadas e escritas por romancistas da Idade Média ou se têm origem em mitos populares transmitidos por via oral. O mais provável é que este Ciclo tenha surgido da mesma maneira que surgiu quase toda a literatura: juntavam-se vários elementos diferentes para criar uma história nova.
A história da ida de Artur para Avalon reflete uma inconformidade comum a muitos povos, que não aceitam a desaparição do herói salvador acreditando que um dia voltará.
Artur tem a sua corte ou na Cornualha ou no Sudeste do País de Gales (conforme o mencionado em obras como Culhwch e Olwen), sendo caçador de bruxas, javalis mágicos, monstros, guerreiro que chefia um exército magnífico e heroico, generoso, destemido e protetor das mulheres, aventurando-se através de todos os enigmas para chegar aos mistérios do Além, parecendo-se assim aos Fianna irlandeses (exércitos nómadas e aventureiros, de hábitos severos, liderado por Finn mac Cumhal, do qual também se diz que voltará numa hora de necessidade). Estas características estão também presentes nos seus Cavaleiros, que vivem aventuras nobres, maravilhosas e arriscadas e quando cometem algum erro são repreendidos em público.
No Ciclo Arturiano estão representadas as três funções indo-europeias (o Conhecimento, o Combate e a Riqueza) nas aventuras dos heróis Peredur, Owain e Geraint.
O Sonho de Rhonabwy, A Dama da Fonte, Lancelot, o Cavaleiro do Carro e a Lenda de Taliesin são outras lendas arturianas.
Na catedral de Módena, em Itália, foi gravada no século XII, na arquivolta do portal virado a norte, uma cena que representa o ataque de um castelo pelo rei Artur e os seus cavaleiros. Este exemplo demonstra a importância que o tema atingiu.
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Como referenciar
Porto Editora – Ciclo Arturiano na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-05-29 06:03:40]. Disponível em
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