Livros e Autores

Weyward

Emilia Hart

O perigo de estar no meu perfeito juízo

Rosa Montero

Os segredos de Juvenal Papisco

Bruno Paixão

Bom português

gratuito ou gratuíto?

ver mais

isenção ou insenção?

ver mais

precariedade ou precaridade?

ver mais

moinho ou moínho?

ver mais

verosímil ou verosímel?

ver mais

convalescença ou convalescência?

ver mais

incerto ou inserto?

ver mais

bolos-reis ou bolos-rei?

ver mais

Ciência e Estado: fusão e choque desde 1940

Ao longo do século XX, e principalmente a partir da década de 40 e na segunda metade do século, em vários países do Mundo, a ciência e a investigação científica passaram a ser consideradas assuntos de Estado. Isto acontece principalmente porque a ciência se torna na criadora de cada vez mais e mais avançados recursos militares e civis do Mundo contemporâneo.
Assim, os laboratórios e as fábricas são associados e englobados nos programas do Estado, estreitamente controlados pelas políticas de cada país, chegando alguns cientistas mais proeminentes a ser considerados como "tesouros nacionais".
Este processo é mais relevante nos países mais desenvolvidos, numa fase em que o Mundo se encontra polarizado e dividido em duas frentes rivais: o Bloco Ocidental e o Bloco de Leste, encabeçados respetivamente pelos Estados Unidos da América e pela União Soviética, encontrando-se a Europa Ocidental em pleno processo de reconstrução após a destruição provocada pela Segunda Guerra Mundial.
A bomba atómica foi uma das grandes conquistas científicas do século XX
Nos Estados Unidos, e já depois da criação da primeira pilha atómica em 1942, Roosevelt irá desenvolver um projeto de armamento nuclear, como resposta ao Projeto Urânio iniciado pelos cientistas alemães, e com algum receio das consequências que poderiam advir das experiências do inimigo. Os cientistas americanos contam agora com a colaboração de muitos europeus, para ali emigrados durante a guerra, estando também em contacto com os seus congéneres britânicos. Há assim dois objetivos principais: o desenvolvimento de meios de armamento destrutivo, que se reflete no Projeto Manhattan, com o intuito de estudar e construir, em Los Alamos, duas bombas nucleares - uma de urânio 235 produzido em Oak Ridge, outra de plutónio produzido em Hanford; o segundo objetivo prende-se com o desenvolvimento de um sistema defensivo cada vez mais avançado e que gravita em torno dos radares.
O projeto Manhattan, criado em 1943, é dirigido pelo general Groves e pelo físico Oppenheimer. Dá trabalho a 150 000 pessoas no centro de pesquisa experimental e nas fábricas de produção de matérias cindíveis, obrigando o Estado a despender dois mil milhões de dólares. Este projeto culmina em 1945 com a explosão de uma bomba de plutónio no deserto do Novo México.
A intenção dos cientistas era tornar a experiência pública, para que fosse, por si só, suficientemente dissuasiva e intimidativa, sem que o uso efetivo da bomba viesse a ser necessário. Contudo, este plano acaba por se revelar inaplicável, sobretudo porque se corria sempre o risco de a experiência não dar os resultados esperados. A 6 de agosto de 1945, Enola Gay lança a primeira bomba atómica, com o nome de código "Little Boy", em Hiroxima, e a 9 de agosto explode a "Fat Man" em Nagasáqui. Os efeitos, tanto imediatos como recorrentes, destas armas de destruição massiva foram aterradores.
A União Soviética inicia também o processo de fabrico de bombas nucleares, construindo a sua primeira bomba atómica em 1949, facto que provoca enorme alarme no Ocidente.
Quando em 1986 se dá a catástrofe de Tchernobyl, na Ucrânia, e se tornam patentes os perigos e malefícios das substâncias atómicas e nucleares - mesmo sem serem utilizadas em armamento - todo o Mundo é abalado pela necessidade de repensar a exploração deste tipo de recursos.
Mas estas não são as únicas conquistas da ciência na segunda metade do século XX. Esta foi também uma importante fase de combate a diversas doenças, que assolavam todo o Mundo e matavam milhares de pessoas. As condições de extrema miséria, pobreza e fome que se verificavam por toda a Europa que saía da guerra em 1945 e fez ressurgir graves surtos de cólera, tuberculose, desinteria e tifo. Os estados assumem as questões da saúde como tarefa sua e por toda a parte se lançam programas de saúde pública, a par da intensificação da investigação científica em busca de novos medicamentos, tratamentos e vacinas.
Nos Estados Unidos a tuberculose e mais tarde a poliomielite tornam-se também epidemias com alguma gravidade, até à Segunda Guerra Mundial.
A penicilina, apesar de ter sido descoberta na década de 30, é produzida para responder às necessidades dos soldados durante a guerra e acaba por salvar inúmeras vidas combatendo infeções que anos antes provocariam a morte. Também o DDT passa a ser muito utilizado por toda a Europa como forma de prevenir a desinteria, o tifo e os piolhos. Iniciam-se programas de prevenção sendo esta agora uma palavra-chave, como primeira preocupação, a de evitar a doença antes de se tornar numa epidemia.
A luta contra a tuberculose conhece em 1954 a sua primeira grande vitória, com a descoberta de um tratamento eficaz. Mais tarde é a vez de a poliomielite recuar perante a vacina desenvolvida pelo Dr. Salk.
Contudo, nos países subdesenvolvidos estas e outras doenças continuam a matar indiscriminadamente. O sarampo, a cólera, o tifo, a gripe, a peste, e sobretudo a varíola são responsáveis por milhares de mortes por toda a África, Índia e América Latina. Programas liderados pela Organização Mundial de Saúde iniciam um vastíssimo processo de rastreio e erradicação destas doenças, sendo 1980 o ano da erradicação mundial da varíola.
Estas conquistas da ciência e sobretudo da medicina vão abrir caminho a uma geração que viverá sem a sombra das doenças que ameaçavam as gerações anteriores. A esperança média de vida aumenta em cerca de 20 anos e generaliza-se uma sensação de plena confiança nas capacidades da ciência.
Contudo, esta confiança é profundamente abalada pelo aparecimento de novas epidemias, para as quais a medicina não encontrou, até hoje, qualquer solução. É o caso da sida, doença mortal que continua a fazer vítimas por toda a parte.
Outro campo em que se verificam importantes progressos científicos é o das tecnologias de informação: a informática. A primeira geração de computadores surge em 1946, com os computadores de tubos eletrónicos; a segunda geração é iniciada escassos 13 anos mais tarde, em 1959, com os computadores de transístores modelo IBM. Os circuitos integrados dão em 1965 início à terceira geração, com os computadores de modelo IBM 360, que têm já um tempo de resposta de 5 bilionésimos de segundo, a quarta geração arranca na década de 70 e a perspetiva é que a informática esteja sempre em constante evolução.
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – Ciência e Estado: fusão e choque desde 1940 na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-06-03 23:32:26]. Disponível em
Artigos
ver+
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – Ciência e Estado: fusão e choque desde 1940 na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-06-03 23:32:26]. Disponível em
Livros e Autores

Weyward

Emilia Hart

O perigo de estar no meu perfeito juízo

Rosa Montero

Os segredos de Juvenal Papisco

Bruno Paixão

Bom português

gratuito ou gratuíto?

ver mais

isenção ou insenção?

ver mais

precariedade ou precaridade?

ver mais

moinho ou moínho?

ver mais

verosímil ou verosímel?

ver mais

convalescença ou convalescência?

ver mais

incerto ou inserto?

ver mais

bolos-reis ou bolos-rei?

ver mais