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Conflito de Darfur
Iniciado em 2003, trata-se de um conflito armado de carácter étnico, opondo os povos não-arabizados da região de Darfur, no Oeste do Sudão, a etnias arabizadas apoiadas pelo regime islâmico de Cartum. O governo do Sudão tem apoiado, apesar da negação, os Janjaweed, grupo miliciano com base étnica nos Baggara, povo nómada arabizado e muçulmano da região do Darfur, que tem perseguido, atacado e aniquilado os povos não-arabizados da região. O apoio de Cartum pode ter como base a acusação e revolta, em 2003, por parte de dois grupos armados não-arabizados, de apoio do governo aos arabizados e muçulmanos do Darfur, mas principalmente de se esquecer da região favorecendo mais o Norte islâmico em detrimento do resto do país. Os dois movimentos são o Movimento de Justiça e Igualdade (MJI) e o Exército de Libertação Sudanesa (ELS), que tiveram como resposta de Cartum bombardeamentos aéreos de aviões governamentais e ataques terrestres dos Janjaweed, desde então. Estes violam mulheres, saqueiam, atacam e matam aldeias inteiras, além de provocarem êxodos maciços das populações, muitos para o vizinho Chade. Ao fim de um ano de conflito, quase 100 mil pessoas tinham sido mortas, além de um milhão fugido das suas terras de origem.
De acordo com fontes internacionais, o número de mortes entre estes últimos poderá já ter atingido o meio milhão de vítimas, a que se juntam mais de 2 milhões de refugiados, condenados à perseguição, ataques e violações dos direitos humanos por parte das milícias Janjaweed, com apoio e armamento governamental, segundo várias fontes. O espetro da fome e subnutrição tornou-se real, reforçando os piores tons de crise humanitária no Darfur. Esta é uma das regiões mais pobres e atrasadas do Sudão, com índices de desenvolvimento humano (IDH) baixos, elevada mortalidade infantil e analfabetismo comum. As tribos maioritárias na região são negroides e muçulmanas, maioritariamente: os Fur, mais numerosos (base do nome da região), os Zaghawa e os Masalit.
Em maio de 2006 foi assinado em Abuja, capital da Nigéria, um acordo de paz, entre o Exército de Libertação Sudanesa e o governo do Sudão, sem contar com o Movimento Justiça e Igualdade, que recusou a trégua, tal como uma tendência radical do ELS, o que despoletou novamente o reacender do conflito.
Com a comunicação social, em sintonia com a posição oficial dos EUA (que têm o regime sudanês entre os seus piores inimigos, por suspeita de ligação à Al-Qaeda e ao terrorismo islâmico a partir do Sudão), a denunciar a situação de genocídio ou limpeza étnica no Darfur, a situação parece não ter nem fim nem abrandamento. Só no começo do verão de 2007 é que a ONU alinhou na denúncia de genocídio e no reconhecimento de uma urgência de intervenção da comunidade internacional na região.
De recordar que esta situação de crise humanitária e militar não decorre das anteriores guerras civis sudanesas (1955-1972 e 1983-2005), entre o Norte arabizado e muçulmano e o Sul, cristão e de tradição centro-africana, ambos os conflitos com milhões de mortos, desaparecidos e deslocados. No Darfur, a maioria da população, de ambas as fações em conflito, é muçulmana.
De acordo com fontes internacionais, o número de mortes entre estes últimos poderá já ter atingido o meio milhão de vítimas, a que se juntam mais de 2 milhões de refugiados, condenados à perseguição, ataques e violações dos direitos humanos por parte das milícias Janjaweed, com apoio e armamento governamental, segundo várias fontes. O espetro da fome e subnutrição tornou-se real, reforçando os piores tons de crise humanitária no Darfur. Esta é uma das regiões mais pobres e atrasadas do Sudão, com índices de desenvolvimento humano (IDH) baixos, elevada mortalidade infantil e analfabetismo comum. As tribos maioritárias na região são negroides e muçulmanas, maioritariamente: os Fur, mais numerosos (base do nome da região), os Zaghawa e os Masalit.
Em maio de 2006 foi assinado em Abuja, capital da Nigéria, um acordo de paz, entre o Exército de Libertação Sudanesa e o governo do Sudão, sem contar com o Movimento Justiça e Igualdade, que recusou a trégua, tal como uma tendência radical do ELS, o que despoletou novamente o reacender do conflito.
Com a comunicação social, em sintonia com a posição oficial dos EUA (que têm o regime sudanês entre os seus piores inimigos, por suspeita de ligação à Al-Qaeda e ao terrorismo islâmico a partir do Sudão), a denunciar a situação de genocídio ou limpeza étnica no Darfur, a situação parece não ter nem fim nem abrandamento. Só no começo do verão de 2007 é que a ONU alinhou na denúncia de genocídio e no reconhecimento de uma urgência de intervenção da comunidade internacional na região.
De recordar que esta situação de crise humanitária e militar não decorre das anteriores guerras civis sudanesas (1955-1972 e 1983-2005), entre o Norte arabizado e muçulmano e o Sul, cristão e de tradição centro-africana, ambos os conflitos com milhões de mortos, desaparecidos e deslocados. No Darfur, a maioria da população, de ambas as fações em conflito, é muçulmana.
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Como referenciar
Porto Editora – Conflito de Darfur na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-03-23 18:48:09]. Disponível em
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