Corvo (Açores)

Aspetos Geográficos
Corvo localiza-se na ilha com o mesmo nome e é um concelho constituído por uma única freguesia, denominada Vila Nova do Corvo, sendo assim a cidade mais pequena da Europa.
Em 2005, o concelho registava 435 habitantes. A ilha pertence ao grupo ocidental do arquipélago dos Açores, ocupando uma superfície de 17,1 km². Integra-se na Região Autónoma dos Açores (RAA) (NUT I, II e III). O clima nesta região é ameno e húmido, com temperaturas médias que oscilam entre os 14 ºC e os 22 ºC, e com uma precipitação regular ao longo do ano, responsável pela fertilidade dos solos e pela existência de alguns recursos hídricos, de que são exemplo as ribeiras da Cancela do Pico, da Picada, do Cerrado das Vacas e da Ponte. O relevo é caracterizado por basaltos, materiais de projeção e cones de escórias. É possível encontrar as seguintes formações geológicas: Morro da Fonte (371 m), Morro dos Homens (715 m), o vulcão Monte Grosso (770 m), Malaguetas (442 m), Montinho do Queijo (425 m), Caldeirão (cratera vulcânica), Ponta Negra e Ponta do Marco.
História e Monumentos
Corvo, inicialmente batizada de Santa Iria, foi descoberta em 1452 por Diogo de Teive. O povoamento da ilha começou quase um século depois, em 1548, e desde então o seu povo levou uma existência pacata, dedicada à agricultura e à pastorícia.
Do património arquitetónico existente no concelho destaca-se a Igreja de Nossa Senhora dos Milagres, que veio substituir a capela primitiva, em 1795. No seu interior podem admirar-se a estátua da padroeira da ilha - Nossa Senhora dos Milagres -, do século XVI, um Cristo em marfim e uma imagem de madeira de Nossa Senhora da Conceição. Além da igreja, é digna de ser visitada a Casa do Espírito Santo, que remonta a 1871, e se encontra no coração da vila, também ela um monumento, tendo sido a vila considerada património regional.
Tradições, Lendas e Curiosidades
A atividade cultural no concelho é marcada pelas Festas do Espírito Santo. Estas festas remontam ao tempo dos primeiros colonos, que pediam proteção contra os desastres naturais. O ritual inclui a coroação de uma criança, que usa o cetro e uma placa de prata, símbolos do Espírito Santo, tendo lugar uma grande festa no sétimo domingo depois da Páscoa. Para além desta festa, que é celebrada em praticamente todas as ilhas, tem lugar a Festa da Sagrada Família, no terceiro domingo de julho.
Não existem obras de artesanato ou pratos gastronómicos típicos do Corvo a referenciar.
No Corvo corre a lenda do milagre da Nossa Senhora dos Milagres, que reza assim:
No ano da graça de 1632, a ilha sofreu um ataque dos piratas do Norte de África, no cais Porto da Casa. A imagem de Nossa Senhora dos Milagres foi transportada para o lugar Canada da Rocha e daqui protegeu a população das balas disparadas: atraiu as balas para as suas mãos e devolveu-as à sua origem, fazendo com que estas matassem sete invasores de cada vez. Os atacantes acabaram por fugir, deixando a população em paz.
Economia
O setor primário é a principal área de atividade económica do Corvo. A área agrícola ocupa cerca de 17,5% da área do concelho. O cultivo é praticado em pequenas explorações, destacando-se as culturas forrageiras, as culturas permanentes de batata e citrinos, as culturas temporárias de cereais para grão, as culturas hortícolas intensivas, os prados, as pastagens permanentes e os prados temporários.
A pecuária é a principal atividade económica do setor primário, em que os bovinos, os suínos e as aves constituem as principais espécies de criação.
A região apresenta uma densidade florestal muito baixa, de 0,6%, que corresponde a uma área de 1 hectare, salientando-se as seguintes espécies: cedros, zimbros e loureiros.
O concelho começa a despertar para o turismo (setor terciário), oferecendo como principais atividades e atrações turísticas a volta à ilha de barco, com partida do cais Porto da Casa, e os passeios na ilha, com destaque para a visita à cratera do Caldeirão.