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Cultura de la Tène
Termo pelo qual se conhece a segunda Idade do Ferro, cronologicamente situada entre cerca de 500 a. C. e 200 a. C., e que deve o seu nome a um sítio arqueológico situado na Suíça, nas imediações do lago de Neuchâtel. A cultura dita de a Tène, posterior à de Hallstatt (nome de uma localidade austríaca da Idade do Ferro e também de outra cultura desta época), tornou-se uma referência em termos de indústrias e técnicas metalúrgicas pelo facto de ter consagrado o uso do ferro a múltiplas dimensões e práticas do quotidiano, desde a guerra à utensilagem doméstica, a agricultura ao artesanato. Tudo isto com um apuramento estilístico notável e uma técnica apreciável, revelando meticulosidade e algum requinte até.
Pela quantidade de despojos encontrados nesta estação arqueológica do Ferro (elmos, espadas, freios, escudos, pontas de lanças, ferramentas, etc.), e o perfeito estado de conservação, durante muito tempo considerou-se estar perante um valioso depósito votivo, mas estudos posteriores revelaram que ali mesmo viveu uma comunidade que utilizou diariamente aqueles objetos e que de repente os teve que deixar, sem se saber bem porquê. Relevante é o facto de que o uso do ferro, de acordo com o depósito de La Tène, estava naquela zona muito generalizado e era já uma realidade comum. La Tène parece corresponder a uma época de diluição das élites antigas, próprias da cultura de Hallstat - onde abundavam, antes de cerca de 600 a. C., inumações de cadáveres com espólios riquíssimos - e o aparecimento daquilo que se poderá chamar de melhor distribuição da riqueza, visível agora (La Tène) com a generalização do ferro.
Tradicionalmente, considera-se que a cultura de La Tène é essencialmente do Norte e Centro da Europa, onde existia uma técnica apuradíssima de trabalho dos metais, com requintes decorativos e uma grande complexidade artística. Todavia, há expressões atenuadas desse requinte e desenvolvimento técnico em povos da Europa Mediterrânica, principalmente na Península Ibérica, onde os contactos com os Romanos foram precoces e trouxeram novas influências. Os povos eram no entanto provenientes do tronco céltico, tendo em comum um conjunto de crenças e expressões religiosas, bem como adornos de guerra e de uso festivo ou até quotidiano. Mas o traço essencial era mesmo a generalização do ferro entre estes povos célticos, para além do uso da roda e da excelência da produção cerâmica. O ferro entrava também nos arados de lâminas duplas que os povos de La Tine usavam, o que pode ter contribuído para as melhorias agrícolas que influiram na nova distribuição da riqueza. Foram também os povos de La Tène que mais desenvolveram o "urbanismo" dito castrejo, nos oppida (topo de elevações), bem flanqueados por estacados de madeira paliçados dotados de robustez defensiva. Em termos militares refira-se também que La Tène generalizou igualmente o ferro no armamento da época, principalmente em espadas e lanças. Por isso, a par do espírito guerreiro dos guerreiros célticos, também as suas boas espadas criaram enormes dificuldades aos invasores romanos. Recorde-se que os Lusitanos, os Gauleses ou as tribos germânicas pertenciam à cultura de La Tène.
Pela quantidade de despojos encontrados nesta estação arqueológica do Ferro (elmos, espadas, freios, escudos, pontas de lanças, ferramentas, etc.), e o perfeito estado de conservação, durante muito tempo considerou-se estar perante um valioso depósito votivo, mas estudos posteriores revelaram que ali mesmo viveu uma comunidade que utilizou diariamente aqueles objetos e que de repente os teve que deixar, sem se saber bem porquê. Relevante é o facto de que o uso do ferro, de acordo com o depósito de La Tène, estava naquela zona muito generalizado e era já uma realidade comum. La Tène parece corresponder a uma época de diluição das élites antigas, próprias da cultura de Hallstat - onde abundavam, antes de cerca de 600 a. C., inumações de cadáveres com espólios riquíssimos - e o aparecimento daquilo que se poderá chamar de melhor distribuição da riqueza, visível agora (La Tène) com a generalização do ferro.
Tradicionalmente, considera-se que a cultura de La Tène é essencialmente do Norte e Centro da Europa, onde existia uma técnica apuradíssima de trabalho dos metais, com requintes decorativos e uma grande complexidade artística. Todavia, há expressões atenuadas desse requinte e desenvolvimento técnico em povos da Europa Mediterrânica, principalmente na Península Ibérica, onde os contactos com os Romanos foram precoces e trouxeram novas influências. Os povos eram no entanto provenientes do tronco céltico, tendo em comum um conjunto de crenças e expressões religiosas, bem como adornos de guerra e de uso festivo ou até quotidiano. Mas o traço essencial era mesmo a generalização do ferro entre estes povos célticos, para além do uso da roda e da excelência da produção cerâmica. O ferro entrava também nos arados de lâminas duplas que os povos de La Tine usavam, o que pode ter contribuído para as melhorias agrícolas que influiram na nova distribuição da riqueza. Foram também os povos de La Tène que mais desenvolveram o "urbanismo" dito castrejo, nos oppida (topo de elevações), bem flanqueados por estacados de madeira paliçados dotados de robustez defensiva. Em termos militares refira-se também que La Tène generalizou igualmente o ferro no armamento da época, principalmente em espadas e lanças. Por isso, a par do espírito guerreiro dos guerreiros célticos, também as suas boas espadas criaram enormes dificuldades aos invasores romanos. Recorde-se que os Lusitanos, os Gauleses ou as tribos germânicas pertenciam à cultura de La Tène.
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Como referenciar
Porto Editora – Cultura de la Tène na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-09-22 03:38:29]. Disponível em
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