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diário
O diário apresenta-se como uma obra escrita que regista as peripécias quotidianas e atuais na perspetiva do seu autor, que franqueia uma provável privacidade e mantém a sua identidade. Mas o pacto autobiográfico (implícito ou explícito) de identidade de nome entre autor, narrador e personagem implica um pacto de insinuação do grau de intimidade que pode ou quer revelar aos potenciais destinatários.
A escrita diarística não pretende o confessionalismo, mas procura refletir sobre pessoas e factos históricos contemporâneos, datados e localizáveis. O tempo presente, as datas, os locais, as pessoas, os factos dão corpo e sentido ao diário. Ao contrário da memória ou da autobiografia, que se ocupam do passado, ao diário interessa a atualidade.
Até ao século XIX, a escrita diarística apresenta-se utilitária, quer para ajudar a prolongar a memória, quer para preservar a personalidade ou ajudar a aliviar o sofrimento. São disso exemplo, os diários da adolescência que ajudam a desabafar os problemas íntimos ou servem de cofre íntimo, face à incomunicabilidade com os outros. As pessoas escrevem por necessidade de escrever qualquer coisa, embora sem pensarem fazer literatura.
A partir do século XIX, o diário íntimo começa a ter bastante divulgação com diversos escritores importantes que a ele se dedicam e publicam. No século XX, apresenta-se já como um género literário que concilia o intimismo com o diálogo exterior com o público. O diário deixou de ser um diálogo consigo mesmo tornando-se um diálogo de si com outrem (imaginário).
Muitos escritores utilizaram esta tipologia textual para registarem as suas reflexões sobre o mundo, os acontecimentos e as pessoas: Miguel Torga que, entre 1941 e 1993, publicou dezasseis volumes do seu Diário; Sebastião da Gama, cujo Diário apenas seria publicado em 1958, após a morte do autor; José Saramago que, entre 1994 e 1998, publicou cinco volumes dos Cadernos de Lanzarote.
O século XXI será o da grande divulgação de páginas íntimas, de opiniões, de reflexões, utilizando as novas potencialidades que a Internet permite: a blogosfera é um mundo novo em franca expansão. Em novembro de 2005, no "Jornal de Notícias", Francisco José Viegas afirmava que o mundo dos blogs permite "a travessia imediata da internet por cidadãos anónimos ou com nome que, diariamente, dão opinião, escrevem sobre todos os assuntos (de política a medicina, de sociologia a arquitetura, de literatura - sobretudo - ao dia a dia de gente que não conhecemos)".
A escrita diarística não pretende o confessionalismo, mas procura refletir sobre pessoas e factos históricos contemporâneos, datados e localizáveis. O tempo presente, as datas, os locais, as pessoas, os factos dão corpo e sentido ao diário. Ao contrário da memória ou da autobiografia, que se ocupam do passado, ao diário interessa a atualidade.
Até ao século XIX, a escrita diarística apresenta-se utilitária, quer para ajudar a prolongar a memória, quer para preservar a personalidade ou ajudar a aliviar o sofrimento. São disso exemplo, os diários da adolescência que ajudam a desabafar os problemas íntimos ou servem de cofre íntimo, face à incomunicabilidade com os outros. As pessoas escrevem por necessidade de escrever qualquer coisa, embora sem pensarem fazer literatura.
A partir do século XIX, o diário íntimo começa a ter bastante divulgação com diversos escritores importantes que a ele se dedicam e publicam. No século XX, apresenta-se já como um género literário que concilia o intimismo com o diálogo exterior com o público. O diário deixou de ser um diálogo consigo mesmo tornando-se um diálogo de si com outrem (imaginário).
Muitos escritores utilizaram esta tipologia textual para registarem as suas reflexões sobre o mundo, os acontecimentos e as pessoas: Miguel Torga que, entre 1941 e 1993, publicou dezasseis volumes do seu Diário; Sebastião da Gama, cujo Diário apenas seria publicado em 1958, após a morte do autor; José Saramago que, entre 1994 e 1998, publicou cinco volumes dos Cadernos de Lanzarote.
O século XXI será o da grande divulgação de páginas íntimas, de opiniões, de reflexões, utilizando as novas potencialidades que a Internet permite: a blogosfera é um mundo novo em franca expansão. Em novembro de 2005, no "Jornal de Notícias", Francisco José Viegas afirmava que o mundo dos blogs permite "a travessia imediata da internet por cidadãos anónimos ou com nome que, diariamente, dão opinião, escrevem sobre todos os assuntos (de política a medicina, de sociologia a arquitetura, de literatura - sobretudo - ao dia a dia de gente que não conhecemos)".
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Como referenciar
Porto Editora – diário na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-09-21 14:02:51]. Disponível em
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