Dinastia Sassânida

Trata-se duma dinastia que reinou na Pérsia (Fárs) entre 224 e 651.
Após a derrota do Império dos Partos, os sassânidas, oriundos do Irão Central, edificaram um império que abarcava aquela região, a Mesopotâmia e o Vale do Indo. O seu epónimo é Sâssân, nome de um deus desconhecido.
Ardacher I, ao desembaraçar-se do arsácida Artaban IV, foi o primeiro rei da dinastia sassânida (c. 226-241). Seu filho Shapur I (241-272) prosseguiu a política de conquista, chegando mesmo a capturar o imperador romano Valeriano (em 260) e 70 000 legionários.
Com Bahrân II (276-293), os romanos, porém, recuperaram a Mesopotâmia e a Arménia, batendo mais tarde Narsès (293-302) e penetrando na Geórgia. A luta entre romanos e sassânidas manter-se-ia até Shapuhr II (310-379), que conheceu igualmente lutas na sua corte. A Arménia será mesmo dividida com os romanos, visto não se chegar a soluções militares.
O cristianismo será tolerado na Pérsia sassânida com Yazdghard I (399-420). Depois de, posteriormente, se darem perseguições, Roma forçará à tolerância de vários cultos.
Um outro perigo, mais temível, para Roma será o dos hunos, neste caso os heftalitas (ou brancos). Peroz, rei sassânida (459-584), será mesmo morto em combate com aqueles. Todavia, Cósroes I (531-579) afastará o perigo huno, para além de atacar o imperador romano do Oriente Justiniano e de se assenhorear do Iémen.
Mais tarde os Sassânidas atingem o Bósforo e mesmo o Egito; porém, o bizantino Heráclio I contra-ataca e mata Cósroes II. Com a morte deste, os sassânidas decaem, sendo absorvidos pelos Árabes em 651, islamizando-se a região persa, cujo antigo culto, o mazdaísmo, perde importância.
Os Sassânidas cortaram com a influência helenística que antes imperava na Pérsia. Reataram com a tradição aqueménida, instituindo, por outro lado, uma monarquia forte e centralizada. O masdeísmo zoroástrico conferia também uma unidade espiritual.