Duarte Leite
Prestigiado intelectual e professor universitário, Duarte Leite Pereira da Silva nasceu em 1864, no Porto, tendo completado os seus estudos universitários em Coimbra, onde se formou em Matemática em 1885. Voltaria então para a sua cidade natal, para exercer cargos docentes na Academia Politécnica do Porto durante vinte e cinco anos. Homem de grande erudição, era dotado de um saber enciclopédico e uma cultura universalista, apesar da sua formação natural em Ciências Exatas. Professor estimado, defendeu sempre ideais liberais e democráticos, abraçando a causa republicana. A sua cultura e visão política fizeram de Duarte Leite uma figura muito requisitada para escrever artigos de opinião sobre o estado do País e outras questões de carácter didático ou cultural. Colaborou no jornal do Porto A Voz Pública e no A Pátria, onde chegou a ser diretor.
Ativista empenhado da causa republicana, Duarte Leite fez parte da vereação municipal presidida por Jacinto de Magalhães, na sequência da vitória autárquica de uma lista de inspiração republicana, corria o ano de 1906, consagrada à cidade e aos seus problemas e anseios. Era a génese da carreira política de Duarte Leite que, em 1911, logo a seguir à implantação da República, por que muito lutara, era nomeado vogal do conselho de administração dos Comboios de Portugal. Abandonou nesse ano o cargo para aceitar um convite de João Chagas para dirigir o ministério das Finanças no seu governo formado em 3 de setembro, executivo que acabaria por durar apenas até 12 de novembro seguinte. No entanto, a sua conduta e erudição granjearam-lhe simpatias em termos políticos, o que fez com que logo no ano seguinte, 1912, tenha sido chefe de um governo que durou mais do que a média da Primeira República, pois iniciou-se em 16 de junho de 1912 e terminou no ano seguinte, em 9 de janeiro. Durante o seu executivo, teve de enfrentar uma grande agitação laboral que chegou a ganhar contornos de situação grave: a greve dos funcionários da Companhia Carris de Ferro de Lisboa.
Como independente que sempre foi, sem pertencer a qualquer partido político, Duarte Leite conquistou um importante estatuto na vida pública portuguesa, facto que lhe valeu a nomeação para embaixador de Portugal no Brasil, cargo que ocupou até 1931, com grande apreço e dedicação. Esta estadia em terras de Vera Cruz proporcionou-lhe a possibilidade de escrever sobre um dos seus temas favoritos. Ainda que fosse uma figura das ciências puras e exatas, Duarte Leite sempre tivera grande paixão pela história, nomeadamente pelo período da expansão portuguesa. O Brasil era assim o cenário perfeito e inspirador para esses estudos, que se plasmaram na sua História da Colonização do Brasil, obra em dois volumes, a par de Descobridores do Brasil, Coisas de Vária História e Acerca da "Cronica dos Feitos da Guinee". Estes títulos foram coligidos, com outros, na História dos Descobrimentos Portugueses, publicada em dois volumes em 1952-1962.
Em 1931 deixou o Rio de Janeiro e a carreira diplomática, por limite de idade, fixando-se em Meinedo, no Douro, onde na sua casa de campo, retirado da vida pública, prosseguiu os seus estudos e artigos, alguns publicados no jornal portuense O Primeiro de janeiro ou na célebre revista Seara Nova. Recusou sempre qualquer tipo de condecoração, mesmo as inerentes aos cargos diplomáticos. Faleceu em 1950.
Ativista empenhado da causa republicana, Duarte Leite fez parte da vereação municipal presidida por Jacinto de Magalhães, na sequência da vitória autárquica de uma lista de inspiração republicana, corria o ano de 1906, consagrada à cidade e aos seus problemas e anseios. Era a génese da carreira política de Duarte Leite que, em 1911, logo a seguir à implantação da República, por que muito lutara, era nomeado vogal do conselho de administração dos Comboios de Portugal. Abandonou nesse ano o cargo para aceitar um convite de João Chagas para dirigir o ministério das Finanças no seu governo formado em 3 de setembro, executivo que acabaria por durar apenas até 12 de novembro seguinte. No entanto, a sua conduta e erudição granjearam-lhe simpatias em termos políticos, o que fez com que logo no ano seguinte, 1912, tenha sido chefe de um governo que durou mais do que a média da Primeira República, pois iniciou-se em 16 de junho de 1912 e terminou no ano seguinte, em 9 de janeiro. Durante o seu executivo, teve de enfrentar uma grande agitação laboral que chegou a ganhar contornos de situação grave: a greve dos funcionários da Companhia Carris de Ferro de Lisboa.
Como independente que sempre foi, sem pertencer a qualquer partido político, Duarte Leite conquistou um importante estatuto na vida pública portuguesa, facto que lhe valeu a nomeação para embaixador de Portugal no Brasil, cargo que ocupou até 1931, com grande apreço e dedicação. Esta estadia em terras de Vera Cruz proporcionou-lhe a possibilidade de escrever sobre um dos seus temas favoritos. Ainda que fosse uma figura das ciências puras e exatas, Duarte Leite sempre tivera grande paixão pela história, nomeadamente pelo período da expansão portuguesa. O Brasil era assim o cenário perfeito e inspirador para esses estudos, que se plasmaram na sua História da Colonização do Brasil, obra em dois volumes, a par de Descobridores do Brasil, Coisas de Vária História e Acerca da "Cronica dos Feitos da Guinee". Estes títulos foram coligidos, com outros, na História dos Descobrimentos Portugueses, publicada em dois volumes em 1952-1962.
Em 1931 deixou o Rio de Janeiro e a carreira diplomática, por limite de idade, fixando-se em Meinedo, no Douro, onde na sua casa de campo, retirado da vida pública, prosseguiu os seus estudos e artigos, alguns publicados no jornal portuense O Primeiro de janeiro ou na célebre revista Seara Nova. Recusou sempre qualquer tipo de condecoração, mesmo as inerentes aos cargos diplomáticos. Faleceu em 1950.
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Como referenciar
Porto Editora – Duarte Leite na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-03-20 22:24:52]. Disponível em
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