Emídio Guerreiro
Político português, nasceu a 6 de setembro de 1899, em Guimarães, e morreu a 29 de junho de 2005, também naquela cidade. Pode dizer-se que Emídio Guerreiro foi uma das poucas figuras efetivamente oposicionistas, de forma ativa e militante, das ditaduras que governaram a Península Ibérica durante grande parte do século XX. De facto, este famoso político e empresário combateu na Guerra Civil Espanhola (1936-1939) contra Franco, ao lado dos republicanos, sendo já na altura um experimentado revolucionário e um verdadeiro conhecedor dos meandros das oposições políticas. Tal deve-se ao facto de ainda jovem ter começado a sua carreira política, sempre do lado da barricada contrário aos regimes totalitários, pois foi grande a sua atividade na oposição ao regime que adveio do golpe de Estado do 28 de maio de 1926. Na sequência dessa luta contra o regime ditatorial, Emídio Guerreiro teve que abandonar o País e lançar-se num prolongado exílio em França, onde testemunhou, depois da sua experiência espanhola, a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e a luta da Resistência antinazi.
Apesar de geograficamente afastado do País e da sua ditadura, não deixou de a combater, alinhando com um grupo de exilados políticos portugueses em ações de luta antifascista. Assim, em 1967, com alguns desses exilados, como ele próprio, fundou na clandestinidade a LUAR, ou Liga de União e de Ação Revolucionária, autora de algumas ações de grande impacto contra o regime de Salazar. Emídio Guerreiro só regressou a Portugal depois do 25 de abril de 1974, em junho daquele ano. Mantendo a sua atividade política como figura de grande prestígio da luta antifascista e detentora de um curriculum revolucionário ímpar em Portugal, merecedora do respeito unânime de todos os setores e figuras da vida nacional, participou então na fundação do Partido Popular Democrático (PPD), atual Partido Social Democrata (PSD). Em 24 de maio de 1975, Francisco Sá Carneiro, por motivos de saúde, pediu a suspensão da ocupação do cargo de secretário-geral do PPD. Foi então substituído, interinamente, por Emídio Guerreiro.
Contudo, na sequência do Congresso do PPD iniciado a 6 de dezembro de 1975 (centrado no debate interno em relação à atuação do partido face ao PCP), um grupo de 21 deputados, os mesmos aliás que subscreveram a moção "Política Social Democrática para o Socialismo", face a dissensões internas com outros militantes (com Sá Carneiro, por exemplo) abandonaram o partido e tornaram-se independentes, ainda que se mantendo em formação parlamentar na Assembleia Constituinte. Nesse grupo dos "21" estava Emídio Guerreiro, uma das suas figuras proeminentes, a par de José Augusto Seabra. Outras figuras abandonariam o PPD, na altura, como Vasco Graça Moura, Mota Pinto, Júlio Castro Caldas, Carlos Macedo e Sá Borges. Estas saídas deveram-se a problemas políticos internos cujo epicentro era Sá Carneiro e a orientação que pretendia para o PPD.
Emídio Guerreiro, um "velho combatente" da liberdade e da democracia, reconhecido e admirado por todos os quadrantes e figuras da política nacional, afastou-se progressivamente da vida política ativa, mantendo-se como uma referência nacional e uma reserva moral e patriótica da sociedade portuguesa do século XX.
Em setembro de 1999, Emídio Guerreiro foi condecorado com a Grã Cruz da Ordem da Liberdade.
Apesar de geograficamente afastado do País e da sua ditadura, não deixou de a combater, alinhando com um grupo de exilados políticos portugueses em ações de luta antifascista. Assim, em 1967, com alguns desses exilados, como ele próprio, fundou na clandestinidade a LUAR, ou Liga de União e de Ação Revolucionária, autora de algumas ações de grande impacto contra o regime de Salazar. Emídio Guerreiro só regressou a Portugal depois do 25 de abril de 1974, em junho daquele ano. Mantendo a sua atividade política como figura de grande prestígio da luta antifascista e detentora de um curriculum revolucionário ímpar em Portugal, merecedora do respeito unânime de todos os setores e figuras da vida nacional, participou então na fundação do Partido Popular Democrático (PPD), atual Partido Social Democrata (PSD). Em 24 de maio de 1975, Francisco Sá Carneiro, por motivos de saúde, pediu a suspensão da ocupação do cargo de secretário-geral do PPD. Foi então substituído, interinamente, por Emídio Guerreiro.
Contudo, na sequência do Congresso do PPD iniciado a 6 de dezembro de 1975 (centrado no debate interno em relação à atuação do partido face ao PCP), um grupo de 21 deputados, os mesmos aliás que subscreveram a moção "Política Social Democrática para o Socialismo", face a dissensões internas com outros militantes (com Sá Carneiro, por exemplo) abandonaram o partido e tornaram-se independentes, ainda que se mantendo em formação parlamentar na Assembleia Constituinte. Nesse grupo dos "21" estava Emídio Guerreiro, uma das suas figuras proeminentes, a par de José Augusto Seabra. Outras figuras abandonariam o PPD, na altura, como Vasco Graça Moura, Mota Pinto, Júlio Castro Caldas, Carlos Macedo e Sá Borges. Estas saídas deveram-se a problemas políticos internos cujo epicentro era Sá Carneiro e a orientação que pretendia para o PPD.
Emídio Guerreiro, um "velho combatente" da liberdade e da democracia, reconhecido e admirado por todos os quadrantes e figuras da política nacional, afastou-se progressivamente da vida política ativa, mantendo-se como uma referência nacional e uma reserva moral e patriótica da sociedade portuguesa do século XX.
Em setembro de 1999, Emídio Guerreiro foi condecorado com a Grã Cruz da Ordem da Liberdade.
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Como referenciar
Porto Editora – Emídio Guerreiro na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-03-28 03:25:57]. Disponível em
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