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Ermida de Santo André

De acordo com a tradição local, a Ermida de Sto. André da cidade de Beja é uma obra que foi fundada em 1162 pelo rei D. Sancho I, para comemorar a hipotética conquista da cidade aos mouros. Seja como for, dessa época não restou quaisquer vestígios materiais, que desapareceram devido à construção do novo templo nos inícios do reinado de D. Manuel I (c.1500).
A Ermida de Sto. André localiza-se no arredores da cidade, nas proximidades das muralhas de Beja, e foi secularizada, estando na posse da Câmara Municipal local, que a utiliza para os mais diversos eventos culturais.
De baixa volumetria, todas as paredes externas da ermida são marcadas pelos doze botaréus cilíndricos rematados por coruchéus cónicos, intercalados ao nível da cimalha por coroamento de ameias chanfradas. A abside é igualmente coroada por ameias chanfradas, notando-se ainda gárgulas zoomórficas.
Ermida de Santo André, construção de estilo gótico-mudéjar quinhentista
Na frontaria, a empena triangular possui um pequeno campanário. Aqui ressalta o porticado nártex formado por três arcos de volta perfeita chanfrados, fechados por ornamentadas grades de ferro forjado. A cobertura desta galilé é de cruzaria ogival com chave circular, sustentada por pentagonais mísulas. A porta do templo é do gótico ogival, tendo decoração emblemática do período manuelino.
Interiormente, a nave desenha um módulo retangular, coberto por abóbada de berço quebrado e dividida em quatro tramos por arcos formeiros. As paredes caiadas têm ainda vestígios de frescos.
A ousia é um módulo quadrado, enquadrado por arco cruzeiro em ogiva sustentado por pilastras chanfradas. A capela-mor é coberta por abóbada de aresta, que arranca de mísulas facetadas, fechada por bocete floral. As paredes foram posteriormente forradas de azulejos policromados, com motivos de maçarocas, datados do século XVII e provenientes do desaparecido Convento de Sta. Clara.
O frontal de altar pertence à campanha de obras do período manuelino, apresentando pintura a fresco das armas reais de D. Manuel I seguras por anjos heráldicos. O retábulo-mor é uma composição maneirista, provavelmente obra dos inícios de Seiscentos, tendo na empena uma bela escultura de Cristo, de madeira estofada. Lateralmente, estão duas faixas de pintura quinhentista a fresco, mostrando com algumas falhas a figuração do Calvário de Cristo e o Martírio de Sto. André. No centro da composição retabular abre-se um nicho com a imagem do Orago, peça dos inícios do século XVII de madeira estofada.
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Como referenciar
Porto Editora – Ermida de Santo André na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-03-21 10:08:15]. Disponível em
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