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estruturalismo (linguística)
Corrente teórica da linguística baseada nos princípios do Cours de Linguistique Générale (1916) de Ferdinand de Saussure, que se desenvolveu na Europa e nos Estados Unidos da América a partir dos anos 30 do século XX. Saussure é considerado o fundador do estruturalismo, embora tivesse preferido a designação de sistema em vez da de estrutura para definir a língua como um todo cujas partes se relacionam entre si e concorrem para a sua organização global. As relações entre as partes do sistema ou estrutura foram descritas por Saussure em termos de relações sintagmáticas (no plano do sintagma, num eixo horizontal) e paradigmáticas (no plano da semântica, num eixo vertical).
É com as teorias defendidas pelo Círculo Linguístico de Praga (1929) e ventiladas no Congresso Internacional de Haia (1930) que surge o termo estrutura, inicialmente aplicado à fonologia por Troubetzkoy, mas rapidamente alargado aos outros domínios da linguística e até mesmo à antropologia dita estrutural com Claude Levi-Strauss (1958).
Apesar do princípio subjacente ao estruturalismo ser o mesmo na Europa e nos Estados Unidos - a conceção da língua como uma estrutura definida pela relação entre os seus elementos, a verdade é que surgiram orientações diversas em ambos os continentes, o que nos permite falar de um estruturalismo europeu e de um estruturalismo americano.
O estruturalismo europeu encontrou os primeiros desenvolvimentos nas obras do discípulo de Saussure, C. Bally (1932) e dos linguistas saídos do Círculo Linguístico de Praga, N. S. Troubetskoy (1939) e R. Jakobson (1963). Mas o estruturalismo europeu é sobretudo identificado com as escolas da Glossemática de L. Hjelmslev (1943) e do Funcionalismo de A. Martinet. Em traços muito gerais, a glossemática desenvolveu-se no Círculo Linguístico de Copenhaga e consistia na conceção da língua como forma e não substância, distinguindo assim dois planos na língua: o da expressão, constituído pela parte fónica da língua, e o do conteúdo, representado pelo conceito. Já o funcionalismo ou estruturalismo funcional, desenvolvido por Martinet, considera a língua como uma dupla articulação (entre a fonologia e a morfologia) e estuda-a do ponto de vista sincrónico e diacrónico, sempre com um objetivo descritivista.
O estruturalismo americano, por seu turno, nasceu dos estudos das línguas ameríndias de F. Boas (1940) e de E. Sapir (1921, 1949), tendo conhecido desenvolvimentos mais profundos no Distribucionalismo de L. Bloomfield, C. F. Hockett (1958) e Z. S. Harris (1951, 1962) e vindo a encontrar a sua mais ampla expressão no Generativismo de N. Chomsky (1957, 1965) e seus seguidores, embora esta escola tenha nascido da constestação de muitos trabalhos anteriores. Também muito sumariamente, o distribucionalismo consistiu num método de análise, fundamentalmente aplicado à fonologia e morfologia, em que se localizavam unidades em função dos contextos em que elas ocorriam e em função das suas capacidades combinatórias. O generativismo apresenta um modelo formal, de base lógico-matemática, para a descrição da língua como estrutura e para a descrição da competência e da performance do conhecimento linguístico humano.
É com as teorias defendidas pelo Círculo Linguístico de Praga (1929) e ventiladas no Congresso Internacional de Haia (1930) que surge o termo estrutura, inicialmente aplicado à fonologia por Troubetzkoy, mas rapidamente alargado aos outros domínios da linguística e até mesmo à antropologia dita estrutural com Claude Levi-Strauss (1958).
Apesar do princípio subjacente ao estruturalismo ser o mesmo na Europa e nos Estados Unidos - a conceção da língua como uma estrutura definida pela relação entre os seus elementos, a verdade é que surgiram orientações diversas em ambos os continentes, o que nos permite falar de um estruturalismo europeu e de um estruturalismo americano.
O estruturalismo europeu encontrou os primeiros desenvolvimentos nas obras do discípulo de Saussure, C. Bally (1932) e dos linguistas saídos do Círculo Linguístico de Praga, N. S. Troubetskoy (1939) e R. Jakobson (1963). Mas o estruturalismo europeu é sobretudo identificado com as escolas da Glossemática de L. Hjelmslev (1943) e do Funcionalismo de A. Martinet. Em traços muito gerais, a glossemática desenvolveu-se no Círculo Linguístico de Copenhaga e consistia na conceção da língua como forma e não substância, distinguindo assim dois planos na língua: o da expressão, constituído pela parte fónica da língua, e o do conteúdo, representado pelo conceito. Já o funcionalismo ou estruturalismo funcional, desenvolvido por Martinet, considera a língua como uma dupla articulação (entre a fonologia e a morfologia) e estuda-a do ponto de vista sincrónico e diacrónico, sempre com um objetivo descritivista.
O estruturalismo americano, por seu turno, nasceu dos estudos das línguas ameríndias de F. Boas (1940) e de E. Sapir (1921, 1949), tendo conhecido desenvolvimentos mais profundos no Distribucionalismo de L. Bloomfield, C. F. Hockett (1958) e Z. S. Harris (1951, 1962) e vindo a encontrar a sua mais ampla expressão no Generativismo de N. Chomsky (1957, 1965) e seus seguidores, embora esta escola tenha nascido da constestação de muitos trabalhos anteriores. Também muito sumariamente, o distribucionalismo consistiu num método de análise, fundamentalmente aplicado à fonologia e morfologia, em que se localizavam unidades em função dos contextos em que elas ocorriam e em função das suas capacidades combinatórias. O generativismo apresenta um modelo formal, de base lógico-matemática, para a descrição da língua como estrutura e para a descrição da competência e da performance do conhecimento linguístico humano.
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Como referenciar
Porto Editora – estruturalismo (linguística) na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-09-22 01:42:09]. Disponível em
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