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Fernando Farinha
Fadista, poeta popular e ator, Fernando Tavares Farinha nasceu a 20 de dezembro de 1928, no Barreiro, e faleceu a 12 de fevereiro de 1988, em Lisboa. Aos cinco anos mudou-se, com a família, para o bairro lisboeta da Bica. Foi ali que iniciou precocemente a sua carreira de fadista. Começou a cantar em público aos sete anos, vencendo mesmo vários concursos para crianças na Verbena dos Paulistas, o que lhe valeu desde logo uma grande popularidade e a alcunha de "O Miúdo da Bica". Com essa idade, de resto, chegou a ser a mascote da Marcha da Bica. Para compensar a estatura de criança, costumava cantar em cima de um banco.
Aos 11 anos gravou o primeiro disco, um single com os temas Sempre Linda e Meu Destino. Aos 12, já atuava nos serões de trabalhadores da FNAT e, aos 14, estreou-se no teatro de revista, na peça Boa-vai-ela, ao lado de Hermínia Silva. Começou então a circular pelas casas de fado. A primeira foi o Retiro da Severa, a que se seguiram muitas outras, como o Café Mondego, Café Latino, Solar da Alegria, Café Luso e a Adega Mesquita, onde, durante dez anos, foi cabeça de cartaz.
A partir do final da década de 40, tornou-se uma figura popular em todo o país e começou a atuar fora de Lisboa, chegando mesmo a fazer digressões no estrangeiro, em países como Brasil, Estados Unidos, Bélgica, França, Reino Unido, Alemanha, África do Sul e Argentina.
Foi uma das vozes mais conhecidas da rádio, recebendo inúmeros prémios, como o da "Voz mais portuguesa de Portugal", atribuída pela Rádio Peninsular. E em 1962 foi-lhe entregue, no Coliseu de Lisboa, o título de Rei da Rádio Portuguesa. Além destes recebeu os prémios Guitarra de Prata e o Óscar da Casa da Imprensa.
Em 1963, estreou o filme O Miúdo da Bica, por Constantino Esteves. Uma obra que traça a sua biografia e em que Fernando Farinha fez de si próprio. A esta bem-sucedida estreia cinematográfica seguiu-se A Última Pega (1964), de Luís Sttau Monteiro, em que, para além de atuar, colaborou também na construção dos diálogos.
Além de ter sido um intérprete notável, Fernando Farinha foi um letrista talentoso, tendo também escrito para o reportório de outros fadistas, como Carlos Ramos, Tony de Matos, Argentina Santos, Manuel de Almeida e Hermínia Silva. Entre outros, são seus os temas "Isto é Fado", "Fado Ramboia", "Já não tens Coração", "Teu Olhar", "Canção de Lisboa" e "Sem Razão". Também se tornaram famosas as suas interpretações de "A Minha Apresentação", "Aguarela Fadista", "Belos Tempos", "Beijo Emprestado", "A Camélia dos Jornais" ou a desgarrada com Alfredo Marceneiro em "Antes e Depois". Caricaturista amador, ficaram para a história os seus retratos de fadistas da época.
A sua discografia é extensa e dispersa, como era habitual na época. Destacam-se as coletâneas editadas em CD Biografia do Fado (Emi-VC, 1998), 50 anos de Fado (Movieplay, 2004) e Belos Tempos (Emi-VC, 2005).
Dois anos depois foi colocada, no prédio da Travessa do Cabral, na Bica, onde o seu pai tivera uma barbearia, uma lápide com a inscrição: «Em 1936 neste local iniciou a sua carreira artística o grande fadista e poeta popular Fernando Tavares Farinha (Miúdo da Bica). Homenagem do povo deste bairro.»
Aos 11 anos gravou o primeiro disco, um single com os temas Sempre Linda e Meu Destino. Aos 12, já atuava nos serões de trabalhadores da FNAT e, aos 14, estreou-se no teatro de revista, na peça Boa-vai-ela, ao lado de Hermínia Silva. Começou então a circular pelas casas de fado. A primeira foi o Retiro da Severa, a que se seguiram muitas outras, como o Café Mondego, Café Latino, Solar da Alegria, Café Luso e a Adega Mesquita, onde, durante dez anos, foi cabeça de cartaz.
A partir do final da década de 40, tornou-se uma figura popular em todo o país e começou a atuar fora de Lisboa, chegando mesmo a fazer digressões no estrangeiro, em países como Brasil, Estados Unidos, Bélgica, França, Reino Unido, Alemanha, África do Sul e Argentina.
Foi uma das vozes mais conhecidas da rádio, recebendo inúmeros prémios, como o da "Voz mais portuguesa de Portugal", atribuída pela Rádio Peninsular. E em 1962 foi-lhe entregue, no Coliseu de Lisboa, o título de Rei da Rádio Portuguesa. Além destes recebeu os prémios Guitarra de Prata e o Óscar da Casa da Imprensa.
Em 1963, estreou o filme O Miúdo da Bica, por Constantino Esteves. Uma obra que traça a sua biografia e em que Fernando Farinha fez de si próprio. A esta bem-sucedida estreia cinematográfica seguiu-se A Última Pega (1964), de Luís Sttau Monteiro, em que, para além de atuar, colaborou também na construção dos diálogos.
Além de ter sido um intérprete notável, Fernando Farinha foi um letrista talentoso, tendo também escrito para o reportório de outros fadistas, como Carlos Ramos, Tony de Matos, Argentina Santos, Manuel de Almeida e Hermínia Silva. Entre outros, são seus os temas "Isto é Fado", "Fado Ramboia", "Já não tens Coração", "Teu Olhar", "Canção de Lisboa" e "Sem Razão". Também se tornaram famosas as suas interpretações de "A Minha Apresentação", "Aguarela Fadista", "Belos Tempos", "Beijo Emprestado", "A Camélia dos Jornais" ou a desgarrada com Alfredo Marceneiro em "Antes e Depois". Caricaturista amador, ficaram para a história os seus retratos de fadistas da época.
A sua discografia é extensa e dispersa, como era habitual na época. Destacam-se as coletâneas editadas em CD Biografia do Fado (Emi-VC, 1998), 50 anos de Fado (Movieplay, 2004) e Belos Tempos (Emi-VC, 2005).
Dois anos depois foi colocada, no prédio da Travessa do Cabral, na Bica, onde o seu pai tivera uma barbearia, uma lápide com a inscrição: «Em 1936 neste local iniciou a sua carreira artística o grande fadista e poeta popular Fernando Tavares Farinha (Miúdo da Bica). Homenagem do povo deste bairro.»
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Como referenciar
Porto Editora – Fernando Farinha na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-03-26 09:25:36]. Disponível em
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