Feudalismo em Portugal
A questão acerca da existência ou não de um regime verdadeiramente feudal em Portugal tem animado diversos debates e suscitado algumas dúvidas. Assim, e tendo em conta a especificidade portuguesa, aplica-se o conceito de "Regime Senhorial", em alternativa ao conceito mais lato de "Feudalismo", que caracteriza normalmente a ordem social, económica e política da França ao longo da Idade Média.
Desta forma, vários autores e historiadores portugueses distinguem, em primeiro lugar, o feudo do senhorio. As diferenças recaem sobretudo no aspeto político. No feudo francês o senhor detém maior poder, nomeadamente em termos de jurisdição, administração, cobrança de impostos, criação de exército próprio, e mesmo cunhagem de moeda, enquanto que no senhorio português tudo se passa de forma diferente: o rei mantém para si o direito exclusivo da cunhagem da moeda, o direito de cobrança de determinados impostos (jantar, fossadeira, etc.) assim como a jurisdição sobre todo o território.
Do ponto de vista económico, o feudo e o senhorio não apresentam diferenças significativas, ambos constituem unidades produtivas economicamente autónomas e independentes.
O facto de em Portugal os senhorios - quer sejam honras (da nobreza), coutos (do clero), ou concelhos (os chamados senhorios coletivos) - não terem arrebatado os poderes alcançados pelos feudos em França (por concessão régia ou de moto-próprio), pode explicar-se pela relativa força que a realeza manteve nos reinos da Península. O processo da Reconquista Cristã e das guerras contra os árabes mantém uma certa unidade política e militar em torno do rei enquanto que em França, e noutros países da Europa, se assiste a um progressivo enfraquecimento do poder real e ao consequente fortalecimento dos poderes dos pequenos senhores feudais.
Contudo, não é totalmente errado falarmos de feudalismo no contexto geográfico da Península Ibérica. Na verdade muitos autores consideram que a atribuição do Condado Portucalense ao Conde D. Henrique não é mais do que um pacto de carácter feudal, hereditário, baseado em laços de vassalagem para com o rei de Leão e Castela.
Uma das mais importantes características do feudalismo reside precisamente nos laços de vassalagem entre um rei e o seu vassalo, ou entre um senhor e os seus cavaleiros. Estes vínculos, traduzidos em juramentos solenes e cerimónias de investidura, criam relações de serviço e proteção, baseados na honra e nos valores da cavalaria, aspetos que se tornam típicos de toda a época medieval.
Desta forma, vários autores e historiadores portugueses distinguem, em primeiro lugar, o feudo do senhorio. As diferenças recaem sobretudo no aspeto político. No feudo francês o senhor detém maior poder, nomeadamente em termos de jurisdição, administração, cobrança de impostos, criação de exército próprio, e mesmo cunhagem de moeda, enquanto que no senhorio português tudo se passa de forma diferente: o rei mantém para si o direito exclusivo da cunhagem da moeda, o direito de cobrança de determinados impostos (jantar, fossadeira, etc.) assim como a jurisdição sobre todo o território.
Do ponto de vista económico, o feudo e o senhorio não apresentam diferenças significativas, ambos constituem unidades produtivas economicamente autónomas e independentes.
O facto de em Portugal os senhorios - quer sejam honras (da nobreza), coutos (do clero), ou concelhos (os chamados senhorios coletivos) - não terem arrebatado os poderes alcançados pelos feudos em França (por concessão régia ou de moto-próprio), pode explicar-se pela relativa força que a realeza manteve nos reinos da Península. O processo da Reconquista Cristã e das guerras contra os árabes mantém uma certa unidade política e militar em torno do rei enquanto que em França, e noutros países da Europa, se assiste a um progressivo enfraquecimento do poder real e ao consequente fortalecimento dos poderes dos pequenos senhores feudais.
Contudo, não é totalmente errado falarmos de feudalismo no contexto geográfico da Península Ibérica. Na verdade muitos autores consideram que a atribuição do Condado Portucalense ao Conde D. Henrique não é mais do que um pacto de carácter feudal, hereditário, baseado em laços de vassalagem para com o rei de Leão e Castela.
Uma das mais importantes características do feudalismo reside precisamente nos laços de vassalagem entre um rei e o seu vassalo, ou entre um senhor e os seus cavaleiros. Estes vínculos, traduzidos em juramentos solenes e cerimónias de investidura, criam relações de serviço e proteção, baseados na honra e nos valores da cavalaria, aspetos que se tornam típicos de toda a época medieval.
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Como referenciar
Porto Editora – Feudalismo em Portugal na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-12-06 07:22:50]. Disponível em
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