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Fontes Pereira de Melo
Nascido em 1819, António Maria de Fontes Pereira de Melo assentou praça na Armada aos 15 anos, onde fez os seus estudos, transitando para a arma de Engenharia do Exército, após conclusão do curso naval.
Como cadete, participou nas lutas liberais e, já oficial, serviu sob as ordens diretas de Saldanha durante a revolta da Maria da Fonte (1847).
Em 1848 entra na vida política, tendo sido eleito deputado por Cabo Verde, não obstante a suspeita de fraude eleitoral.
Após a Regeneração (1851), ascendeu a funções governativas. De início, foi ministro da Marinha e do Ultramar, acumulando pouco depois a pasta da Fazenda. Em 1852 tornou-se o primeiro titular do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria.
Em 1856, o governo de Saldanha cai devido à crise económica e financeira. Fontes passou então 3 anos na oposição, embora em 1858 tenha assumido a chefia do Partido Regenerador, por morte de Rodrigo da Fonseca.
Foi ministro da Guerra de Joaquim António de Aguiar (1866), conselheiro de Estado (1866) e par do Reino (1870). Em 1871, foi, pela primeira vez, presidente do Ministério. Curiosamente, ao comparecer na Câmara, Fontes não apresentou um programa de Governo, mas antes uma declaração de intenções.
Voltaria ainda duas vezes à chefia do executivo (1878-79 e 1881-1886).
Pelas funções que ocupou e pela importância que teve na condução do país nas vertentes económica e financeira, Fontes Pereira de Melo foi uma das figuras mais importantes do seu tempo. Coube-lhe o papel de liderança e impulsionamento da transformação material do país.
Imprimiu um tal cunho pessoal à sua política de "melhoramentos materiais" que esta passaria à História sob o nome de fontismo. Quando aparece no governo, a retórica da liberdade é substituída pela do progresso, criando, segundo Oliveira Martins,"um novo género de política".
A ele se devem, entre outras medidas de fomento: a concessão da construção e exploração do caminho de ferro do Barreiro à Mexoalheira (1872); a construção do caminho de ferro do Porto à Galiza (1873); a aprovação dos contratos de navegação a vapor para o Algarve (1876); a construção de um cais, docas e caminho de ferro marginal do Tejo (1876); a aprovação do contrato da navegação a vapor para as Ilhas (1876).
Também do ponto de vista financeiro, foi protagonista de uma série de medidas que se revelariam fundamentais para a economia nacional: o empréstimo nacional para a consolidação da dívida pública; o aumento das receitas ordinárias, através de uma reforma fiscal; etc.
Graças ao fontismo, o país vive, ainda que fugazmente, um período de prosperidade e confiança.
Para levar a cabo as suas opções, Fontes Pereira de Melo procurou controlar as rédeas do poder, tendendo a reforçar-se a sua posição na política nacional. Para tal, criou uma teia de solidariedades pessoais, conseguindo sobreviver às inimizades e aos escândalos que o afetaram.
Quando morreu, em 1887, era general do Exército, governador da Companhia do Crédito Predial Português e presidente do Supremo Tribunal Administrativo.
Como cadete, participou nas lutas liberais e, já oficial, serviu sob as ordens diretas de Saldanha durante a revolta da Maria da Fonte (1847).
Em 1848 entra na vida política, tendo sido eleito deputado por Cabo Verde, não obstante a suspeita de fraude eleitoral.
Após a Regeneração (1851), ascendeu a funções governativas. De início, foi ministro da Marinha e do Ultramar, acumulando pouco depois a pasta da Fazenda. Em 1852 tornou-se o primeiro titular do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria.
Em 1856, o governo de Saldanha cai devido à crise económica e financeira. Fontes passou então 3 anos na oposição, embora em 1858 tenha assumido a chefia do Partido Regenerador, por morte de Rodrigo da Fonseca.
Foi ministro da Guerra de Joaquim António de Aguiar (1866), conselheiro de Estado (1866) e par do Reino (1870). Em 1871, foi, pela primeira vez, presidente do Ministério. Curiosamente, ao comparecer na Câmara, Fontes não apresentou um programa de Governo, mas antes uma declaração de intenções.
Voltaria ainda duas vezes à chefia do executivo (1878-79 e 1881-1886).
Pelas funções que ocupou e pela importância que teve na condução do país nas vertentes económica e financeira, Fontes Pereira de Melo foi uma das figuras mais importantes do seu tempo. Coube-lhe o papel de liderança e impulsionamento da transformação material do país.
Imprimiu um tal cunho pessoal à sua política de "melhoramentos materiais" que esta passaria à História sob o nome de fontismo. Quando aparece no governo, a retórica da liberdade é substituída pela do progresso, criando, segundo Oliveira Martins,"um novo género de política".
A ele se devem, entre outras medidas de fomento: a concessão da construção e exploração do caminho de ferro do Barreiro à Mexoalheira (1872); a construção do caminho de ferro do Porto à Galiza (1873); a aprovação dos contratos de navegação a vapor para o Algarve (1876); a construção de um cais, docas e caminho de ferro marginal do Tejo (1876); a aprovação do contrato da navegação a vapor para as Ilhas (1876).
Também do ponto de vista financeiro, foi protagonista de uma série de medidas que se revelariam fundamentais para a economia nacional: o empréstimo nacional para a consolidação da dívida pública; o aumento das receitas ordinárias, através de uma reforma fiscal; etc.
Graças ao fontismo, o país vive, ainda que fugazmente, um período de prosperidade e confiança.
Para levar a cabo as suas opções, Fontes Pereira de Melo procurou controlar as rédeas do poder, tendendo a reforçar-se a sua posição na política nacional. Para tal, criou uma teia de solidariedades pessoais, conseguindo sobreviver às inimizades e aos escândalos que o afetaram.
Quando morreu, em 1887, era general do Exército, governador da Companhia do Crédito Predial Português e presidente do Supremo Tribunal Administrativo.
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Como referenciar
Porto Editora – Fontes Pereira de Melo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-09-29 10:34:21]. Disponível em
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