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Georg Brandes
Crítico e estudioso dinamarquês, Georg Morris Cohen Brandes nasceu a 4 de fevereiro de 1842, em Copenhaga. Oriundo de uma família da classe média judaica, não foi contudo educado no ambiente religioso que é característico deste grupo étnico. Estudou na Universidade de Copenhaga, resolvendo nesse período da sua vida uma crise de valores com que se havia deparado ao tomar conhecimento com a obra de Kierkegaard. Recebeu o seu diploma em Estética em 1964, tornando-se depois leitor e crítico de teatro.
Publicou os seus primeiros escritos em Æsthetiske Studier (1868, Estudos Estéticos) e Kritiker Og Portraiter (1870). Em 1870 apresentou a sua tese de doutoramento, dedicada ao tema da Estética francesa, com especial incidência no pensamento de Taine, que o havia deslocado da Filosofia hegeliana, mas mantendo a opinião de que o génio não era uma manifestação do Zeitgeist, o espírito dos tempos.
A 3 de novembro de 1871 começou a apresentar um ciclo de conferências que marcaram profundamente os meios culturais dinamarqueses e escandinavos. Neste ciclo, intitulado Høvedstrømminger I Det 19De Aarhundredes Litteratur, e publicado posteriormente em seis volumes entre 1872 e 1887, Brandes afirmava que a Dinamarca estava cerca de quarenta anos atrasada em relação ao resto da Europa, defendendo portanto uma orientação para o modernismo na reforma da sociedade. Mal acolhidas nos círculos conservadores, trouxeram a Brandes uma reação hostil, que se manifestou na destituição da cadeira de Estética na Universidade de Estocolmo, que lhe havia sido prometida. Entre 1870 e 1871 Brandes havia viajado pela Europa, tendo visitado a Inglaterra, a Itália e a França, deixando-se impressionar pelo clima mediterrânico e pela arte renascentista.
De 1874 a 1877 publicou a revista Det Nittende Aahundrede, em parceria com o seu irmão Edvard Brandes e, com o fracasso desta publicação, abandonou a Dinamarca para ir viver para Berlim, onde esteve durante cinco anos. Aí preparou a gestação do pensamento a que os filósofos iriam chamar de Brandesianismo. Publicou, durante este período, monografias, de que se destacam Benjamin Disraëli (1879) e Ferdinand Lassalle (1881).
Tornando-se a figura de vanguarda do movimento naturalista da literatura escandinava, e estabelecendo contacto com nomes com August Strindberg, Henrik Ibsen e Bjørnstjerne Bjørnson, teve discípulos significativos, como Jens Peter Jacobsen.
Em 1888, num outro ciclo de conferências, apresentou a sua interpretação do pensamento do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, que o desprezou. Brandes considerava os génios como os melhores produtos de uma civilização avançada. Publicou biografias de grandes figuras históricas, como William Shakespeare, Goethe, Voltaire, Júlio César e Michelangelo.
Na fase final da sua vida viajou extensivamente. Foi-lhe dada uma cadeira na Universidade de Copenhaga, em reconhecimento pelos seus trinta anos de serviço. Manteve-se, porém, uma figura controversa quando se opôs à Primeira Grande Guerra e professou o seu ceticismo religioso. Recebeu, portanto, protestos com a publicação de Sagnet Om Jesus (1925).
Faleceu a 19 de fevereiro de 1927.
Publicou os seus primeiros escritos em Æsthetiske Studier (1868, Estudos Estéticos) e Kritiker Og Portraiter (1870). Em 1870 apresentou a sua tese de doutoramento, dedicada ao tema da Estética francesa, com especial incidência no pensamento de Taine, que o havia deslocado da Filosofia hegeliana, mas mantendo a opinião de que o génio não era uma manifestação do Zeitgeist, o espírito dos tempos.
A 3 de novembro de 1871 começou a apresentar um ciclo de conferências que marcaram profundamente os meios culturais dinamarqueses e escandinavos. Neste ciclo, intitulado Høvedstrømminger I Det 19De Aarhundredes Litteratur, e publicado posteriormente em seis volumes entre 1872 e 1887, Brandes afirmava que a Dinamarca estava cerca de quarenta anos atrasada em relação ao resto da Europa, defendendo portanto uma orientação para o modernismo na reforma da sociedade. Mal acolhidas nos círculos conservadores, trouxeram a Brandes uma reação hostil, que se manifestou na destituição da cadeira de Estética na Universidade de Estocolmo, que lhe havia sido prometida. Entre 1870 e 1871 Brandes havia viajado pela Europa, tendo visitado a Inglaterra, a Itália e a França, deixando-se impressionar pelo clima mediterrânico e pela arte renascentista.
De 1874 a 1877 publicou a revista Det Nittende Aahundrede, em parceria com o seu irmão Edvard Brandes e, com o fracasso desta publicação, abandonou a Dinamarca para ir viver para Berlim, onde esteve durante cinco anos. Aí preparou a gestação do pensamento a que os filósofos iriam chamar de Brandesianismo. Publicou, durante este período, monografias, de que se destacam Benjamin Disraëli (1879) e Ferdinand Lassalle (1881).
Tornando-se a figura de vanguarda do movimento naturalista da literatura escandinava, e estabelecendo contacto com nomes com August Strindberg, Henrik Ibsen e Bjørnstjerne Bjørnson, teve discípulos significativos, como Jens Peter Jacobsen.
Em 1888, num outro ciclo de conferências, apresentou a sua interpretação do pensamento do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, que o desprezou. Brandes considerava os génios como os melhores produtos de uma civilização avançada. Publicou biografias de grandes figuras históricas, como William Shakespeare, Goethe, Voltaire, Júlio César e Michelangelo.
Na fase final da sua vida viajou extensivamente. Foi-lhe dada uma cadeira na Universidade de Copenhaga, em reconhecimento pelos seus trinta anos de serviço. Manteve-se, porém, uma figura controversa quando se opôs à Primeira Grande Guerra e professou o seu ceticismo religioso. Recebeu, portanto, protestos com a publicação de Sagnet Om Jesus (1925).
Faleceu a 19 de fevereiro de 1927.
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Como referenciar
Porto Editora – Georg Brandes na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-09-30 09:58:43]. Disponível em
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