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gripe
Doença infeciosa do aparelho respiratório causada por um vírus Influenza (A, B ou C), membro da família ortomixoviridae.
A primeira referência aos sintomas da gripe terá sido feita por Hipócrates, cerca de 412 a. C., enquanto que os registos sobre a primeira pandemia gripal datam de 1580.
As diferentes classes de vírus subdividem-se em diferentes tipos, responsáveis por quadros sintomáticos diversos. Assim, enquanto que os vírus A (encontrados quer no ser humano quer em animais) e B (normalmente exclusivo dos seres humanos), em constante circulação e mutação, têm sido os responsáveis pelas epidemias e pandemias, o C está geralmente associado a casos menos frequentes e isolados.
Todos os anos surgem epidemias de gripe, com gravidade e extensão variáveis. Surtos localizados aparecem cada 1 a 3 anos e as pandemias costumam aparecer com intervalos de 10 a 15 anos. São exemplos destas últimas a gripe "espanhola" (1918-1920), que matou cerca de 40 milhões de pessoas, e as gripes "asiática" (1957-1958) e "de Hong-Kong" (1969-1970), responsáveis por mais de 4 milhões de mortes. O vírus H5N1, do tipo A, autor da chamada gripe "das aves" - assim designada por, durante muito tempo, pensar-se ser exclusiva desta classe -, foi isolado pela 1.ª vez em 1961, mas só em 1997 foi isolado num ser humano, em Hong Kong. Ainda nesse ano e nessa cidade, foram noticiadas as primeiras infeções num elevado número de galinhas e, posteriormente, num grupo alargado de pessoas residentes no território.
À medida que a população vai contactando com os vírus Influenza, vai-se imunizando. Os novos surtos surgem como resultado da capacidade dos vírus modificarem os seus antigénios de superfície. Deixam assim de ser reconhecidos pelo sistema imunológico do organismo, o que possibilita a replicação vírica (processo de reprodução vírica que provoca o seu aumento) e a expressão exuberante da doença.
A gripe é caracterizada pelo início abrupto de cefaleias, febre, arrepios, dores musculares, mal estar, tosse e rouquidão. Nas formas não complicadas, a recuperação acontece em 2 a 5 dias e, na maioria das vezes, quase completamente em menos de uma semana. Os problemas mais graves resultam das complicações secundárias: a pneumonia (vírica, bacteriana ou vírica com sobre-infeção bacteriana) é a mais frequente, mas também podem surgir complicações extra-pulmonares (a síndroma de Reye, a miosite, a rabdomiólise, a encefalite e a síndrome de Guillain-Barré são as mais comuns). Estas complicações são as mais frequentes e as que têm maior gravidade, sendo muitas vezes fatais nos chamados grupos de risco: crianças, idosos, portadores de doenças crónicas cardíacas, respiratórias, endócrinas ou debilitantes, e imunodeprimidos (indivíduos com diminuição das defesas naturais por doença infeciosa como a SIDA, por doença autoimune que causa disfunção do próprio sistema imunitário ou por medicamentos com esse efeito secundário, como os corticosteroides ou quimioterápicos antineoplásicos).
O diagnóstico é feito pelo quadro clínico que surge num contexto epidémico e pode ser confirmado pelo isolamento e caracterização do vírus nas secreções nasofaríngeas ou expetoração. A caracterização antigénica do vírus não se usa como rotina clínica mas apenas com intenção de caracterizar a difusão da infeção e determinar o tipo de vacina a desenvolver (o aparecimento de uma nova estirpe obriga, por exemplo, ao desenvolvimento de uma nova vacina).
O tratamento é feito com medidas inespecíficas de suporte geral destinadas a tratar os sintomas. Não há ainda nenhum medicamento antivírico eficaz. A identificação e tratamento precoce das complicações contribui para reduzir a morbilidade e a mortalidade associadas a esta situação.
A medida mais eficaz no combate à infeção é profilática. Estirpes víricas mais frequentes no ano anterior e cuja expansão se preveja para uma determinada área geográfica são identificadas, inativadas e administradas à população em risco. A Organização Mundial de Saúde recomenda a sua administração a todas as pessoas com mais de 6 meses de idade com doença pulmonar ou cardiovascular crónica, residentes em lares ou instituições, a indivíduos com mais de 65 anos de idade, trabalhadores de saúde, diabéticos, doentes renais ou imunodeprimidos. A imunidade surge 10 a 15 dias após a injeção da vacina. A vacinação é um processo que se acredita ser seguro e eficaz para evitar a infeção por estes agentes. Nos grupos de risco atrás definidos, deve ser feita anualmente em setembro/outubro.
Numerosos agentes infeciosos podem estar na origem de infeções de tipo gripal (febre, rinite, coriza, faringite, pneumonia e diarreia). Ao contrário da gripe, estas infeções são benignas e curam espontaneamente ao fim de alguns dias. A vacinação anti-gripal não é eficaz em relação a estes agentes. É por isso importante distinguir o conceito popular de gripe da verdadeira gripe.
A primeira referência aos sintomas da gripe terá sido feita por Hipócrates, cerca de 412 a. C., enquanto que os registos sobre a primeira pandemia gripal datam de 1580.
As diferentes classes de vírus subdividem-se em diferentes tipos, responsáveis por quadros sintomáticos diversos. Assim, enquanto que os vírus A (encontrados quer no ser humano quer em animais) e B (normalmente exclusivo dos seres humanos), em constante circulação e mutação, têm sido os responsáveis pelas epidemias e pandemias, o C está geralmente associado a casos menos frequentes e isolados.
À medida que a população vai contactando com os vírus Influenza, vai-se imunizando. Os novos surtos surgem como resultado da capacidade dos vírus modificarem os seus antigénios de superfície. Deixam assim de ser reconhecidos pelo sistema imunológico do organismo, o que possibilita a replicação vírica (processo de reprodução vírica que provoca o seu aumento) e a expressão exuberante da doença.
A gripe é caracterizada pelo início abrupto de cefaleias, febre, arrepios, dores musculares, mal estar, tosse e rouquidão. Nas formas não complicadas, a recuperação acontece em 2 a 5 dias e, na maioria das vezes, quase completamente em menos de uma semana. Os problemas mais graves resultam das complicações secundárias: a pneumonia (vírica, bacteriana ou vírica com sobre-infeção bacteriana) é a mais frequente, mas também podem surgir complicações extra-pulmonares (a síndroma de Reye, a miosite, a rabdomiólise, a encefalite e a síndrome de Guillain-Barré são as mais comuns). Estas complicações são as mais frequentes e as que têm maior gravidade, sendo muitas vezes fatais nos chamados grupos de risco: crianças, idosos, portadores de doenças crónicas cardíacas, respiratórias, endócrinas ou debilitantes, e imunodeprimidos (indivíduos com diminuição das defesas naturais por doença infeciosa como a SIDA, por doença autoimune que causa disfunção do próprio sistema imunitário ou por medicamentos com esse efeito secundário, como os corticosteroides ou quimioterápicos antineoplásicos).
O diagnóstico é feito pelo quadro clínico que surge num contexto epidémico e pode ser confirmado pelo isolamento e caracterização do vírus nas secreções nasofaríngeas ou expetoração. A caracterização antigénica do vírus não se usa como rotina clínica mas apenas com intenção de caracterizar a difusão da infeção e determinar o tipo de vacina a desenvolver (o aparecimento de uma nova estirpe obriga, por exemplo, ao desenvolvimento de uma nova vacina).
O tratamento é feito com medidas inespecíficas de suporte geral destinadas a tratar os sintomas. Não há ainda nenhum medicamento antivírico eficaz. A identificação e tratamento precoce das complicações contribui para reduzir a morbilidade e a mortalidade associadas a esta situação.
A medida mais eficaz no combate à infeção é profilática. Estirpes víricas mais frequentes no ano anterior e cuja expansão se preveja para uma determinada área geográfica são identificadas, inativadas e administradas à população em risco. A Organização Mundial de Saúde recomenda a sua administração a todas as pessoas com mais de 6 meses de idade com doença pulmonar ou cardiovascular crónica, residentes em lares ou instituições, a indivíduos com mais de 65 anos de idade, trabalhadores de saúde, diabéticos, doentes renais ou imunodeprimidos. A imunidade surge 10 a 15 dias após a injeção da vacina. A vacinação é um processo que se acredita ser seguro e eficaz para evitar a infeção por estes agentes. Nos grupos de risco atrás definidos, deve ser feita anualmente em setembro/outubro.
Numerosos agentes infeciosos podem estar na origem de infeções de tipo gripal (febre, rinite, coriza, faringite, pneumonia e diarreia). Ao contrário da gripe, estas infeções são benignas e curam espontaneamente ao fim de alguns dias. A vacinação anti-gripal não é eficaz em relação a estes agentes. É por isso importante distinguir o conceito popular de gripe da verdadeira gripe.
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Como referenciar
Porto Editora – gripe na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-06-10 02:58:42]. Disponível em
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