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Guerra na Argélia
Começou na noite de 30 de outubro para 1 de novembro de 1954. Os principais focos de tensão e revolta estavam sediados na Baixa Cabília e no Aurés. Pouco depois, Ben Bella, antigo chefe da OS (Organização Secreta) do MTLD, funda no Cairo a FLN (Frente de Libertação Nacional), na qual Messali Hadj, outro ativista argelino, recusa entrar. A FLN propõe-se lutar pela "independência nacional através da restauração do Estado argelino".
A Guerra na Argélia levada a cabo pela FLN resume-se a operações de guerrilha e inúmeras ações terroristas, nos campos e nas cidades, não só contra o exército e os colonos, mas também contra argelinos favoráveis à França e contra os seguidores de Messali (os messalistas), que combatiam simultaneamente a França e a FLN. O objetivo desta era separar definitivamente os argelinos da França, provocando um sistema de combinação de terrorismo e repressão.
O Exército francês, que tinha por missão oficial a "pacificação" e manutenção da ordem, não a podia concretizar sem percorrer o país continuamente, o que exigia numerosos meios humanos. Depois de 1955 teve que começar a recorrer a "reservistas", chegando a ter na Argélia cerca de 400 000 homens.
Em 1956, o conflito é marcado pelo captura, a 22 de outubro, de um avião marroquino que levava os principais chefes da rebelião (Ben Bella e Boudiaf, por exemplo) e pela entrada dos líderes moderados do PC argelino na FLN. A 20 de agosto, o Congresso de Soummam dota o Exército de Libertação Nacional Argelino de um só Estado-Maior, entregue a Belkacem Krim. Quanto à França, já em 1955 a ONU pusera em causa a sua atuação na Argélia. Porém, mantém a repressão ativa do nacionalismo argelino até à crise de 13 de maio de 1958, que derruba a IV República.
Em setembro de 1958, a FLN constituiu Governo Provisório no Cairo da República Argelina (GPRA), com o qual o general De Gaulle, primeiro presidente da V República, aceitou negociar, ainda que a maioria dos franceses da Argélia, que contavam com o apoio da extrema direita, recusasse.
Em junho de 1960, as negociações em Melun com o GPRA são mal sucedidas.
A 8 de janeiro de 1961, um referendo em França dá carta branca a De Gaulle para obter a paz.
Entre 21 e 26 de abril do mesmo ano, vários antigos chefes militares franceses da Argélia (Challe, Solan, Zeller, Jouhaud) tentam evitar a independência, lançando nesta data um "putsch" que malogra. Criam mesmo a OAS (Organização do Exército Secreto), composta por milícias armadas de colonos que foram proibidos de se organizar paramilitarmente e desarmados, apesar de terem levado a cabo algumas operações na clandestinidade.
A Guerra da Argélia findava, assim, em solo argelino, com confrontos entre o terrorismo europeu e muçulmano, entre colonos, "soldados perdidos" e a polícia da metrópole.
A 18 de março de 1962, assinam-se os Acordos de Évian entre o Governo francês e o GPRA e a 19 dá-se o cessar-fogo e reconhecimento da soberania da Argélia sobre os departamentos franceses da Argélia e do Sara. A 1 de julho de 1962, um referendo na Argélia assinala a independência total, dois dias depois reconhecida pelos franceses.
A Guerra na Argélia levada a cabo pela FLN resume-se a operações de guerrilha e inúmeras ações terroristas, nos campos e nas cidades, não só contra o exército e os colonos, mas também contra argelinos favoráveis à França e contra os seguidores de Messali (os messalistas), que combatiam simultaneamente a França e a FLN. O objetivo desta era separar definitivamente os argelinos da França, provocando um sistema de combinação de terrorismo e repressão.
O Exército francês, que tinha por missão oficial a "pacificação" e manutenção da ordem, não a podia concretizar sem percorrer o país continuamente, o que exigia numerosos meios humanos. Depois de 1955 teve que começar a recorrer a "reservistas", chegando a ter na Argélia cerca de 400 000 homens.
Em 1956, o conflito é marcado pelo captura, a 22 de outubro, de um avião marroquino que levava os principais chefes da rebelião (Ben Bella e Boudiaf, por exemplo) e pela entrada dos líderes moderados do PC argelino na FLN. A 20 de agosto, o Congresso de Soummam dota o Exército de Libertação Nacional Argelino de um só Estado-Maior, entregue a Belkacem Krim. Quanto à França, já em 1955 a ONU pusera em causa a sua atuação na Argélia. Porém, mantém a repressão ativa do nacionalismo argelino até à crise de 13 de maio de 1958, que derruba a IV República.
Em setembro de 1958, a FLN constituiu Governo Provisório no Cairo da República Argelina (GPRA), com o qual o general De Gaulle, primeiro presidente da V República, aceitou negociar, ainda que a maioria dos franceses da Argélia, que contavam com o apoio da extrema direita, recusasse.
Em junho de 1960, as negociações em Melun com o GPRA são mal sucedidas.
A 8 de janeiro de 1961, um referendo em França dá carta branca a De Gaulle para obter a paz.
Entre 21 e 26 de abril do mesmo ano, vários antigos chefes militares franceses da Argélia (Challe, Solan, Zeller, Jouhaud) tentam evitar a independência, lançando nesta data um "putsch" que malogra. Criam mesmo a OAS (Organização do Exército Secreto), composta por milícias armadas de colonos que foram proibidos de se organizar paramilitarmente e desarmados, apesar de terem levado a cabo algumas operações na clandestinidade.
A Guerra da Argélia findava, assim, em solo argelino, com confrontos entre o terrorismo europeu e muçulmano, entre colonos, "soldados perdidos" e a polícia da metrópole.
A 18 de março de 1962, assinam-se os Acordos de Évian entre o Governo francês e o GPRA e a 19 dá-se o cessar-fogo e reconhecimento da soberania da Argélia sobre os departamentos franceses da Argélia e do Sara. A 1 de julho de 1962, um referendo na Argélia assinala a independência total, dois dias depois reconhecida pelos franceses.
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Como referenciar
Porto Editora – Guerra na Argélia na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-09-29 23:28:35]. Disponível em
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