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Guerras Indo-Paquistanesas
Conjunto de três guerras travadas entre a Índia e o Paquistão, que remontam desde o tempo em que se tornaram países independentes com a retirada da potência colonial britânica do Sul da Ásia.
A primeira guerra ocorreu em 1947 e foi motivada pela disputa do Estado de Jammu e Caxemira, que fora uma monarquia independente durante a dominação inglesa da Índia.
A retirada das forças britânicas estipulava que os estados principescos deveriam juntar-se ao Estado indiano ou ao Estado paquistanês, consoante o credo religioso que professassem fosse ele hindu ou islâmico e consoante as relações fronteiriças que mais lhes conviessem.
Caxemira era maioritariamente constituída por muçulmanos, mas partilhava a sua fronteira com os dois países. O seu marajá de início recusou-se integrar qualquer um destes estados, contudo com o início de uma crise interna aproveitada pelos paquistaneses, teve de se socorrer das tropas indianas, vindo depois a fazer parte da Índia pela assinatura de um acordo de 26 de outubro de 1947. O conflito prolongou-se até 1948, todavia nessa altura era mediado pelas Nações Unidas.
A segunda guerra iniciada em agosto de 1965 também foi gerada pela posse de Caxemira. Em janeiro de 1965 os paquistaneses atravessaram ilegalmente a fronteira no Estado indiano de Gujarate, mas como esta região ao longo de Ran de Kutch não tinha grande relevância estratégica a resposta indiana à intromissão territorial paquistanesa não foi muito agressiva.
Os paquistanese contavam com o apoio do povo de Caxemira que em dezembro de 1963 se manifestara contra as autoridades indianas na sequência do roubo de uma relíquia sagrada da Mesquita de Srinagar, situada na capital de inverno de Caxemira. Contrariamente ao que esperavam a população autóctone entregou os agentes infiltrados aos indianos. Nas zonas fronteiriças continuaram as escaramuças e em setembro de 1965 os paquistaneses lançaram dois assaltos a Caxemira, aos quais a Índia respondeu com o ataque a Punjab, perto da cidade de Lahore. O conflito foi resolvido pela intervenção do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que negociou o cessar-fogo de 22 de setembro.
O terceiro conflito indo-paquistanês começou logo após a guerra civil do Paquistão que rebentou com a pretensão da província de Bengali, no Paquistão Oriental, de se tornar uma região autónoma do Paquistão.
A guerra na parte oriental do Estado paquistanês resultou na fuga de um preocupante número de refugiados, que procuraram instalar-se na Índia. A primeiro-ministra indiana Indira Gandhi procurou resolver esta situação que trazia graves repercussões para o seu país. Os seus objetivos eram a reinstalação dos refugiados e a criação de um novo Estado no Paquistão Oriental.
A Índia temia que a República Popular da China viesse auxiliar o Paquistão e para se precaver desta eventual situação negociou um tratado de cooperação com a União Soviética em agosto de 1971.
Na região onde se circunscrevia o conflito surgira entretanto um movimento de resistência, Mutki Bahini, que contava com o apoio da Índia, nomeadamente material e logístico.
A tensão entre estas duas nações terminou em dezembro de 1971 quando as duas partes acordaram as condições das tréguas. A derrota do Paquistão nesta guerra conduziu à criação do Estado de Bangladesh, um estado reconhecido antes de todas as outras nações pela Índia.
Atualmente, está na iminência um novo conflito, que pode ser substancialmente agravado pelo facto de ambos os países serem já potências nucleares. O problema continua a ser Caxemira e o terrorismo islâmico.
A primeira guerra ocorreu em 1947 e foi motivada pela disputa do Estado de Jammu e Caxemira, que fora uma monarquia independente durante a dominação inglesa da Índia.
A retirada das forças britânicas estipulava que os estados principescos deveriam juntar-se ao Estado indiano ou ao Estado paquistanês, consoante o credo religioso que professassem fosse ele hindu ou islâmico e consoante as relações fronteiriças que mais lhes conviessem.
Caxemira era maioritariamente constituída por muçulmanos, mas partilhava a sua fronteira com os dois países. O seu marajá de início recusou-se integrar qualquer um destes estados, contudo com o início de uma crise interna aproveitada pelos paquistaneses, teve de se socorrer das tropas indianas, vindo depois a fazer parte da Índia pela assinatura de um acordo de 26 de outubro de 1947. O conflito prolongou-se até 1948, todavia nessa altura era mediado pelas Nações Unidas.
A segunda guerra iniciada em agosto de 1965 também foi gerada pela posse de Caxemira. Em janeiro de 1965 os paquistaneses atravessaram ilegalmente a fronteira no Estado indiano de Gujarate, mas como esta região ao longo de Ran de Kutch não tinha grande relevância estratégica a resposta indiana à intromissão territorial paquistanesa não foi muito agressiva.
Os paquistanese contavam com o apoio do povo de Caxemira que em dezembro de 1963 se manifestara contra as autoridades indianas na sequência do roubo de uma relíquia sagrada da Mesquita de Srinagar, situada na capital de inverno de Caxemira. Contrariamente ao que esperavam a população autóctone entregou os agentes infiltrados aos indianos. Nas zonas fronteiriças continuaram as escaramuças e em setembro de 1965 os paquistaneses lançaram dois assaltos a Caxemira, aos quais a Índia respondeu com o ataque a Punjab, perto da cidade de Lahore. O conflito foi resolvido pela intervenção do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que negociou o cessar-fogo de 22 de setembro.
O terceiro conflito indo-paquistanês começou logo após a guerra civil do Paquistão que rebentou com a pretensão da província de Bengali, no Paquistão Oriental, de se tornar uma região autónoma do Paquistão.
A guerra na parte oriental do Estado paquistanês resultou na fuga de um preocupante número de refugiados, que procuraram instalar-se na Índia. A primeiro-ministra indiana Indira Gandhi procurou resolver esta situação que trazia graves repercussões para o seu país. Os seus objetivos eram a reinstalação dos refugiados e a criação de um novo Estado no Paquistão Oriental.
A Índia temia que a República Popular da China viesse auxiliar o Paquistão e para se precaver desta eventual situação negociou um tratado de cooperação com a União Soviética em agosto de 1971.
Na região onde se circunscrevia o conflito surgira entretanto um movimento de resistência, Mutki Bahini, que contava com o apoio da Índia, nomeadamente material e logístico.
A tensão entre estas duas nações terminou em dezembro de 1971 quando as duas partes acordaram as condições das tréguas. A derrota do Paquistão nesta guerra conduziu à criação do Estado de Bangladesh, um estado reconhecido antes de todas as outras nações pela Índia.
Atualmente, está na iminência um novo conflito, que pode ser substancialmente agravado pelo facto de ambos os países serem já potências nucleares. O problema continua a ser Caxemira e o terrorismo islâmico.
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Porto Editora – Guerras Indo-Paquistanesas na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-05-28 13:24:42]. Disponível em
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