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Hierarquias Eclesiásticas
As hierarquias eclesiásticas fundamentam-se através do sacramento da ordem que os vários ministros da Igreja recebem nas várias fases da sua vivência e atividade ao serviço da Igreja. Os bispos, sacerdotes e diáconos recebem o sacramento da ordem desde a sua formação ao longo da sua progressão hierárquica, ainda que a maior parte dos clérigos não passe da condição dos segundos (sacerdotes). Pelo sacramento da ordem, que os adjudica à hierarquia, todos aqueles passam a ser ministros da Igreja, habilitados a transmitir os dons de Deus e a receber múnus (missões), em nome daquela, ao serviço do chamado "povo de Deus", a comunidade dos fiéis.
O sacramento da ordem, base da hierarquização da Igreja, nasceu na comunidade dos Apóstolos por instituição de Jesus Cristo, ao enviá-los em missão. Ao impor as mãos sobre os ordenados, consuma-se o sacramento e define-se a hierarquia das ordens, que possui vários graus. A hierarquia da Igreja dos tempos primevos compunha-se de três graus: bispos, presbíteros e diáconos. Depois na Idade Média a hierarquia passou a constar de sete graus, por via da divisão das ordens em "maiores" (ou sacras) e "menores". As ordens maiores eram compostas por subdiácono, diácono, sacerdote e bispo (por esta ordem hierárquica); as menores por ostiário (ou porteiro), leitor, exorcista e acólito. Na Cristandade de matriz grega, ou bizantina, apenas existiam os diáconos e sacerdotes como ordens maiores e os leitores, subdiáconos e bispos entre as menores.
Na hierarquia da Igreja Católica Apostólica Romana (ocidente), para além do fundamento das ordens, existe também o enquadramento de carácter pessoal ou territorial. O primeiro, em escala ascendente, temos na base o pároco (sacerdote), acima do qual de imediato surgem os arciprestes ou vigários, coordenadores de grupos territoriais de paróquias. Depois surgem os bispos, assistidos pelos cabidos (onde figuram os cónegos) e, eventualmente, por auxiliares. Os arcebispos são os bispos de arquidioceses ou metrópoles, em cuja jurisdição se incluem vários bispos (dioceses), que formam províncias eclesiásticas. Acima destes vêm os arcebispos maiores, ou primazes, como os de Braga ou Toledo, por exemplo (antes com rito próprio). Existem também os patriarcas - depois do séc. VI, era este o título dado aos bispos de Roma, Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém, a que depois se juntaram os titulares das arquidioceses de Veneza, Lisboa, Goa e Índias Orientais (todos honoríficos). Na Igreja oriental existe também o patriarcado de Constantinopla, de rito bizantino. Acima de todos estes graus hierárquicos, no Ocidente, prevalece o Papa, bispo de Roma e Pontífice da Igreja Católica, além de vários outros títulos.
Do ponto de vista territorial, a hierarquia define-se, ascensionalmente, a partir da paróquia. Depois vêm os arciprestados ou vigararias, as dioceses (ou bispados), as arquidioceses ou metrópoles eclesiásticas (arcebispados), os arcebispados maiores e os patriarcados. No topo está o papado, autoridade supranacional e supradiocesana de toda a Igreja.
De referir que o título de cardeal, conselheiro e eleitor do papa, existe desde o século XII, embora a tradição aponte para o século V, no que erra. Os cardeais herdaram, de facto, os títulos dos clérigos das principais igrejas de Roma nos alvores do Cristianismo (daí muitos serem cardeais presbíteros e cardeais diáconos) ou dos bispos das dioceses suburbicárias (próximas da Urbe, ou seja, Roma), daí os cardeais bispos. A partir do século XII, muitos bispos de várias dioceses da Cristandade, fora de Roma, foram nomeados cardeais, num número que no total tem vindo sempre a aumentar. A escolha e nomeação dos cardeais é feita pelo papa. De recordar que até 1919 para se ser cardeal não era necessário ser-se presbítero, podendo ser mesmo um simples clérigo de ordens menores. Os cardeais compõem o Sacro Colégio, desde o século XII, o qual se reúne sob a direção do papa ou do decano, para eleição daquele, como acontece desde 1059, quando se reuniu o primeiro conclave para eleição papal. Só depois de 1970 é que os titulares do cardinalato deixaram de poderem ser eleitos ou elegerem papas.
Estes, sucessores de Pedro como líder da comunidade dos apóstolos e logo da Cristandade, estão no topo a hierarquia da Igreja. Todos os bispos de Roma na primitiva Igreja se designavam "papas", termo plural grego para "pai"; depois, apenas o de Roma passou a ser assim designado. Chefe do colégio dos bispos, é assim a cabeça da hierarquia da Igreja não apenas pessoal como territorialmente. Eleitos vitaliciamente entre o colégio de cardeais, são já 265 desde S. Pedro. Responsáveis pelo governo da Igreja, como pastores universais, residem no Vaticano, em Roma. Porém, a igreja catedralícia desta cidade (Roma) é em S. João de Latrão. Os papas ensinam e doutrinam os fiéis através de bulas e encíclicas, convocam e presidem aos concílios e aos sínodos, definem e promulgam dogmas e impõem as decisões conciliares para governo espiritual da Igreja.
Também existem hierarquias eclesiásticas no clero regular, próprias da natureza e regra de cada ordem religiosa, enquadradas na inspiração e carisma dos fundadores e na tradição. Cada instituto religioso possui a sua hierarquia, ao nível tanto da ordem no seu todo supranacional como no plano provincial e também em cada comunidade: por exemplo, nas ordens monásticas (Beneditinos, Cistercienses), no topo estão os abades, seguidos dos priores e subpriores (e correspondência feminina). Na Cartuxa, presidem o prior ou a prioressa. Entre as Ordens Mendicantes, os conventos franciscanos são dirigidos por Guardiães, enquanto os dos Dominicanos, Agostinhos e Carmelitas o são por priores. Entre os Jesuítas (Clérigos Regulares), existem os superiores das casas, por exemplo. Nestes dois últimos grupos (Mendicantes e Clérigos Regulares), existem os ministros provinciais e os gerais; nas ordens monásticas, a dirigir cada uma surgem os abades primazes (na Cartuxa os priores gerais).
O sacramento da ordem, base da hierarquização da Igreja, nasceu na comunidade dos Apóstolos por instituição de Jesus Cristo, ao enviá-los em missão. Ao impor as mãos sobre os ordenados, consuma-se o sacramento e define-se a hierarquia das ordens, que possui vários graus. A hierarquia da Igreja dos tempos primevos compunha-se de três graus: bispos, presbíteros e diáconos. Depois na Idade Média a hierarquia passou a constar de sete graus, por via da divisão das ordens em "maiores" (ou sacras) e "menores". As ordens maiores eram compostas por subdiácono, diácono, sacerdote e bispo (por esta ordem hierárquica); as menores por ostiário (ou porteiro), leitor, exorcista e acólito. Na Cristandade de matriz grega, ou bizantina, apenas existiam os diáconos e sacerdotes como ordens maiores e os leitores, subdiáconos e bispos entre as menores.
Na hierarquia da Igreja Católica Apostólica Romana (ocidente), para além do fundamento das ordens, existe também o enquadramento de carácter pessoal ou territorial. O primeiro, em escala ascendente, temos na base o pároco (sacerdote), acima do qual de imediato surgem os arciprestes ou vigários, coordenadores de grupos territoriais de paróquias. Depois surgem os bispos, assistidos pelos cabidos (onde figuram os cónegos) e, eventualmente, por auxiliares. Os arcebispos são os bispos de arquidioceses ou metrópoles, em cuja jurisdição se incluem vários bispos (dioceses), que formam províncias eclesiásticas. Acima destes vêm os arcebispos maiores, ou primazes, como os de Braga ou Toledo, por exemplo (antes com rito próprio). Existem também os patriarcas - depois do séc. VI, era este o título dado aos bispos de Roma, Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém, a que depois se juntaram os titulares das arquidioceses de Veneza, Lisboa, Goa e Índias Orientais (todos honoríficos). Na Igreja oriental existe também o patriarcado de Constantinopla, de rito bizantino. Acima de todos estes graus hierárquicos, no Ocidente, prevalece o Papa, bispo de Roma e Pontífice da Igreja Católica, além de vários outros títulos.
De referir que o título de cardeal, conselheiro e eleitor do papa, existe desde o século XII, embora a tradição aponte para o século V, no que erra. Os cardeais herdaram, de facto, os títulos dos clérigos das principais igrejas de Roma nos alvores do Cristianismo (daí muitos serem cardeais presbíteros e cardeais diáconos) ou dos bispos das dioceses suburbicárias (próximas da Urbe, ou seja, Roma), daí os cardeais bispos. A partir do século XII, muitos bispos de várias dioceses da Cristandade, fora de Roma, foram nomeados cardeais, num número que no total tem vindo sempre a aumentar. A escolha e nomeação dos cardeais é feita pelo papa. De recordar que até 1919 para se ser cardeal não era necessário ser-se presbítero, podendo ser mesmo um simples clérigo de ordens menores. Os cardeais compõem o Sacro Colégio, desde o século XII, o qual se reúne sob a direção do papa ou do decano, para eleição daquele, como acontece desde 1059, quando se reuniu o primeiro conclave para eleição papal. Só depois de 1970 é que os titulares do cardinalato deixaram de poderem ser eleitos ou elegerem papas.
Estes, sucessores de Pedro como líder da comunidade dos apóstolos e logo da Cristandade, estão no topo a hierarquia da Igreja. Todos os bispos de Roma na primitiva Igreja se designavam "papas", termo plural grego para "pai"; depois, apenas o de Roma passou a ser assim designado. Chefe do colégio dos bispos, é assim a cabeça da hierarquia da Igreja não apenas pessoal como territorialmente. Eleitos vitaliciamente entre o colégio de cardeais, são já 265 desde S. Pedro. Responsáveis pelo governo da Igreja, como pastores universais, residem no Vaticano, em Roma. Porém, a igreja catedralícia desta cidade (Roma) é em S. João de Latrão. Os papas ensinam e doutrinam os fiéis através de bulas e encíclicas, convocam e presidem aos concílios e aos sínodos, definem e promulgam dogmas e impõem as decisões conciliares para governo espiritual da Igreja.
Também existem hierarquias eclesiásticas no clero regular, próprias da natureza e regra de cada ordem religiosa, enquadradas na inspiração e carisma dos fundadores e na tradição. Cada instituto religioso possui a sua hierarquia, ao nível tanto da ordem no seu todo supranacional como no plano provincial e também em cada comunidade: por exemplo, nas ordens monásticas (Beneditinos, Cistercienses), no topo estão os abades, seguidos dos priores e subpriores (e correspondência feminina). Na Cartuxa, presidem o prior ou a prioressa. Entre as Ordens Mendicantes, os conventos franciscanos são dirigidos por Guardiães, enquanto os dos Dominicanos, Agostinhos e Carmelitas o são por priores. Entre os Jesuítas (Clérigos Regulares), existem os superiores das casas, por exemplo. Nestes dois últimos grupos (Mendicantes e Clérigos Regulares), existem os ministros provinciais e os gerais; nas ordens monásticas, a dirigir cada uma surgem os abades primazes (na Cartuxa os priores gerais).
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Como referenciar
Porto Editora – Hierarquias Eclesiásticas na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-03-23 10:59:19]. Disponível em
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