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Horta
Aspetos Geográficos
Cidade e sede de concelho, Horta constitui o único concelho da ilha do Faial, ilha pertencente ao grupo central do arquipélago dos Açores. Localiza-se na Região Autónoma dos Açores (RAA) (NUTS I, II, III). Horta é limitada pelo oceano Atlântico, ocupando uma superfície de 173,1 km2, distribuída pelas seguintes 13 freguesias: Horta (Angústias); Capelo; Castelo Branco; Cedros; Horta (Conceição); Feteira; Flamengos; Horta (Matriz); Pedro Miguel; Praia do Almoxarife; Praia do Norte; Ribeirinha e Salão.
Em 2005, o concelho apresentava 14 934 habitantes.
O clima nesta região é ameno e húmido, com temperaturas médias que oscilam entre os 14 ºC e os 22 ºC, e com uma precipitação regular ao longo do ano, responsável pela fertilidade dos solos e pela existência de alguns recursos hídricos, de que são exemplo a ribeira do Rato e a ribeira Funda. O relevo é caracterizado pela existência de várias formações geológicas, nomeadamente: Cabeço do Fogo (532 m), Cabeço do Garcia (343 m), Cabeço do Manuel Gato (281 m), Cabeço Verde (488 m), Cabeço do Santo (346 m), Monte da Guia (145 m), Castelo Branco (93 m), Vulcão dos Capelinhos, Caldeira do Faial (cratera vulcânica), Pontinha, Ponto da Boca da Ribeira e praia de Porto Pim.
História e Monumentos
Horta deve o seu nome muito provavelmente à tradução para português do sobrenome do primeiro colonizador do concelho: Joe Van Huerter. A elevação a ilha ocorreu em finais do século XV. As frequentes incursões e ataques dos piratas levaram à edificação de várias fortalezas ao longo da ilha. A cidade começou por prosperar através da agricultura e exportação de pastel para as tinturarias europeias. No entanto, o período de domínio espanhol, os saques sucessivos e o sismo de 1672 fizeram com que o desenvolvimento económico da região entrasse em declínio.
No século XIX, Horta assume um papel mais ativo nos acontecimentos históricos. Torna-se palco das lutas liberais, recebendo a visita de D. Pedro IV em 1832 e passando a cidade em 1833. O concelho começa a prosperar, graças ao porto que servia como escala nas rotas comerciais e de ponto de abastecimento aos baleeiros da Nova Inglaterra e de reabastecimento de carvão na era dos navios a vapor. Inclusivamente, em 1755, a ilha serviu de escala ao descobridor inglês capitão James Cook.
Em finais do século XIX, com a instalação dos cabos telegráficos submarinos que ligaram primeiramente Horta a Lisboa e depois ao resto do Mundo, Horta tornou-se um posto de comunicações intercontinental, entre a América, África e Europa. A ilha também serviu de escala ao primeiro voo transatlântico em 1919 e de porto naval nas duas guerras mundiais. Atualmente, Horta é uma das sedes da Administração Regional e do Parlamento açoriano, e o seu porto continua a servir de escala a iates na travessia do Atlântico, assumindo em pleno o seu papel de porto cosmopolita e turístico.
O património arquitetónico existente no concelho é essencialmente de natureza religiosa, destacando-se a igreja matriz, uma construção renascentista do século XVI, com uma imponente fachada, o Convento dos Franciscanos (século XVI), o Convento das Carmelitas Descalças, a Igreja do Convento das Clarissas (século XVIII) e a Igreja da Conceição, que foi reconstruída após o terramoto de 31 de agosto de 1926.
Os fortes da Lagoa e do Bom Jesus e os castelos de Santa Cruz, da Greta, de Porto-Pim e de São Sebastião são também locais que não devem ser esquecidos.
A Torre do Relógio, uma torre sineira de 1700 e que foi adossada à primitiva matriz, constitui um dos pontos de interesse do concelho.
Existem igualmente solares, exemplos de arquitetura típica da ilha, com arabescos de influência oriental.
Tradições, Lendas e Curiosidades
A atividade cultural no concelho é marcada pelas festas do Espírito Santo. Estas festas remontam aos primeiros colonos, que pediam proteção contra os desastres naturais. O ritual inclui a coroação de uma criança, que usa o cetro e uma placa de prata, símbolos do Espírito Santo, tendo lugar uma grande festa no sétimo domingo depois da Páscoa. Para além desta festa, que é celebrada em praticamente todas as ilhas, ocorre a 24 de junho a festa de São João e na primeira semana de agosto realiza-se a Semana do Mar, em que se concentram dezenas de veleiros no porto, havendo convívio, bailes e competições ligadas ao mar.
No artesanato, destacam-se as miniaturas em madeira de figueira que retratam cenas do dia a dia, casas, flores, animais e pequenos navios, sendo Euclides Rosa o mestre mais conhecido desta arte. A arte popular também engloba esculturas de barcos e sereias em dentes de cachalote; objetos em vime; os bordados a palha de trigo sobre tule; as flores de escama de peixe; as toalhas de papel recortado; chapéus e bolsas de palha.
As personalidades ligadas ao concelho que mais se distinguiram foram várias, nomeadamente o duque de Ávila e Bolama e Manuel de Arriaga, na política; marquês de Ávila e Bolama, como militar e geodesista; e José de Arriaga, no papel de historiador.
Ainda no aspeto cultural, são de referir o Museu Regional, que está instalado em parte do antigo Colégio dos Jesuítas, e o Museu de Arte Sacra, que guarda uma coleção de imagens religiosas do século XV de origem flamenga. A arte de gravar em dentes de baleia, considerados o marfim do mar, deu origem a um museu dedicado a esta técnica - o Museu do Scrimshau.
Economia
Horta é um concelho com um setor primário forte na área da agropecuária e em que a área agrícola ocupa 28% da área total do concelho. O cultivo é praticado em pequenas explorações, destacando-se as culturas forrageiras, a horta familiar, as culturas permanentes de citrinos e frutos subtropicais, as culturas temporárias de cereais para grão, os prados, pastagens permanentes e os prados temporários.
No que respeita à pecuária, os bovinos e os suínos constituem as principais espécies de criação de gado, havendo também lugar para a criação de aves.
A região apresenta uma baixa densidade florestal, de 14,1%, que corresponde a uma área florestal de 645 ha, salientando-se as faias (que deram origem ao nome da ilha), para além de cedros e zimbros.
Quanto ao setor secundário, é de referir a existência de indústrias de laticínios, relacionadas com a forte atividade agropecuária praticada na ilha.
No setor terciário, o turismo é uma atividade importante no concelho, que resulta fundamentalmente do movimento gerado pela passagem dos iates que fazem a travessia do Atlântico e do turismo às ilhas. O bar Peter's Café Sport é dos mais famosos, constituindo um ponto de passagem obrigatório de marinheiros e turistas. As principais atividades e atrações turísticas que se podem encontrar no concelho consistem em iatismo, excursões de observação de baleias e golfinhos, mergulho, pesca desportiva, vela, windsurf e passeios.
Na área da saúde, segundo dados de 1997-98, o concelho possuía um centro de saúde sem internamento, um hospital, dois serviços de apoio domiciliário, um lar de idosos e três farmácias.
Cidade e sede de concelho, Horta constitui o único concelho da ilha do Faial, ilha pertencente ao grupo central do arquipélago dos Açores. Localiza-se na Região Autónoma dos Açores (RAA) (NUTS I, II, III). Horta é limitada pelo oceano Atlântico, ocupando uma superfície de 173,1 km2, distribuída pelas seguintes 13 freguesias: Horta (Angústias); Capelo; Castelo Branco; Cedros; Horta (Conceição); Feteira; Flamengos; Horta (Matriz); Pedro Miguel; Praia do Almoxarife; Praia do Norte; Ribeirinha e Salão.
Em 2005, o concelho apresentava 14 934 habitantes.
História e Monumentos
Horta deve o seu nome muito provavelmente à tradução para português do sobrenome do primeiro colonizador do concelho: Joe Van Huerter. A elevação a ilha ocorreu em finais do século XV. As frequentes incursões e ataques dos piratas levaram à edificação de várias fortalezas ao longo da ilha. A cidade começou por prosperar através da agricultura e exportação de pastel para as tinturarias europeias. No entanto, o período de domínio espanhol, os saques sucessivos e o sismo de 1672 fizeram com que o desenvolvimento económico da região entrasse em declínio.
No século XIX, Horta assume um papel mais ativo nos acontecimentos históricos. Torna-se palco das lutas liberais, recebendo a visita de D. Pedro IV em 1832 e passando a cidade em 1833. O concelho começa a prosperar, graças ao porto que servia como escala nas rotas comerciais e de ponto de abastecimento aos baleeiros da Nova Inglaterra e de reabastecimento de carvão na era dos navios a vapor. Inclusivamente, em 1755, a ilha serviu de escala ao descobridor inglês capitão James Cook.
Em finais do século XIX, com a instalação dos cabos telegráficos submarinos que ligaram primeiramente Horta a Lisboa e depois ao resto do Mundo, Horta tornou-se um posto de comunicações intercontinental, entre a América, África e Europa. A ilha também serviu de escala ao primeiro voo transatlântico em 1919 e de porto naval nas duas guerras mundiais. Atualmente, Horta é uma das sedes da Administração Regional e do Parlamento açoriano, e o seu porto continua a servir de escala a iates na travessia do Atlântico, assumindo em pleno o seu papel de porto cosmopolita e turístico.
O património arquitetónico existente no concelho é essencialmente de natureza religiosa, destacando-se a igreja matriz, uma construção renascentista do século XVI, com uma imponente fachada, o Convento dos Franciscanos (século XVI), o Convento das Carmelitas Descalças, a Igreja do Convento das Clarissas (século XVIII) e a Igreja da Conceição, que foi reconstruída após o terramoto de 31 de agosto de 1926.
Os fortes da Lagoa e do Bom Jesus e os castelos de Santa Cruz, da Greta, de Porto-Pim e de São Sebastião são também locais que não devem ser esquecidos.
A Torre do Relógio, uma torre sineira de 1700 e que foi adossada à primitiva matriz, constitui um dos pontos de interesse do concelho.
Existem igualmente solares, exemplos de arquitetura típica da ilha, com arabescos de influência oriental.
Tradições, Lendas e Curiosidades
A atividade cultural no concelho é marcada pelas festas do Espírito Santo. Estas festas remontam aos primeiros colonos, que pediam proteção contra os desastres naturais. O ritual inclui a coroação de uma criança, que usa o cetro e uma placa de prata, símbolos do Espírito Santo, tendo lugar uma grande festa no sétimo domingo depois da Páscoa. Para além desta festa, que é celebrada em praticamente todas as ilhas, ocorre a 24 de junho a festa de São João e na primeira semana de agosto realiza-se a Semana do Mar, em que se concentram dezenas de veleiros no porto, havendo convívio, bailes e competições ligadas ao mar.
No artesanato, destacam-se as miniaturas em madeira de figueira que retratam cenas do dia a dia, casas, flores, animais e pequenos navios, sendo Euclides Rosa o mestre mais conhecido desta arte. A arte popular também engloba esculturas de barcos e sereias em dentes de cachalote; objetos em vime; os bordados a palha de trigo sobre tule; as flores de escama de peixe; as toalhas de papel recortado; chapéus e bolsas de palha.
As personalidades ligadas ao concelho que mais se distinguiram foram várias, nomeadamente o duque de Ávila e Bolama e Manuel de Arriaga, na política; marquês de Ávila e Bolama, como militar e geodesista; e José de Arriaga, no papel de historiador.
Ainda no aspeto cultural, são de referir o Museu Regional, que está instalado em parte do antigo Colégio dos Jesuítas, e o Museu de Arte Sacra, que guarda uma coleção de imagens religiosas do século XV de origem flamenga. A arte de gravar em dentes de baleia, considerados o marfim do mar, deu origem a um museu dedicado a esta técnica - o Museu do Scrimshau.
Economia
Horta é um concelho com um setor primário forte na área da agropecuária e em que a área agrícola ocupa 28% da área total do concelho. O cultivo é praticado em pequenas explorações, destacando-se as culturas forrageiras, a horta familiar, as culturas permanentes de citrinos e frutos subtropicais, as culturas temporárias de cereais para grão, os prados, pastagens permanentes e os prados temporários.
No que respeita à pecuária, os bovinos e os suínos constituem as principais espécies de criação de gado, havendo também lugar para a criação de aves.
A região apresenta uma baixa densidade florestal, de 14,1%, que corresponde a uma área florestal de 645 ha, salientando-se as faias (que deram origem ao nome da ilha), para além de cedros e zimbros.
Quanto ao setor secundário, é de referir a existência de indústrias de laticínios, relacionadas com a forte atividade agropecuária praticada na ilha.
No setor terciário, o turismo é uma atividade importante no concelho, que resulta fundamentalmente do movimento gerado pela passagem dos iates que fazem a travessia do Atlântico e do turismo às ilhas. O bar Peter's Café Sport é dos mais famosos, constituindo um ponto de passagem obrigatório de marinheiros e turistas. As principais atividades e atrações turísticas que se podem encontrar no concelho consistem em iatismo, excursões de observação de baleias e golfinhos, mergulho, pesca desportiva, vela, windsurf e passeios.
Na área da saúde, segundo dados de 1997-98, o concelho possuía um centro de saúde sem internamento, um hospital, dois serviços de apoio domiciliário, um lar de idosos e três farmácias.
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Como referenciar
Porto Editora – Horta na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-09-30 20:21:52]. Disponível em
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