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Hospital de Santo António
O Hospital de Santo António, no Porto, foi construído pela Misericórdia, após obter autorização régia para substituir as antigas instalações da Rua das Flores, datadas do século XVII. Foi D. José quem nomeou o governador João de Almada, parente do Marquês de Pombal, superintendente da obra do novo hospital.
A intenção de recorrer a um arquiteto inglês foi muito provavelmente determinada pelo cônsul inglês no Porto, John Whitehead, pessoa bastante influente e ele próprio arquiteto autodidata. A escolha de John Carr, amigo de infância de Whitehead e um dos mais importantes arquitetos ingleses da altura (representante da escola neopalladiana), para assumir a autoria do projeto representa uma significativa alteração da prática e da cultura arquitetónica da cidade. Um gesto assumido contra o estilo barroco, numa altura em que o seu representante máximo na cidade, Nicolau Nasoni, era ainda vivo. Esta tentativa de recuperação do classicismo da renascença e da antiguidade clássica, respondia ao espírito iluminista e racionalista, caro aos governantes da altura (saliente-se que o Marquês de Pombal fora embaixador em Londres e estava já familiarizado com este estilo). Este retorno a Palladio, por influência da poderosa colónia inglesa do Porto, representa o eclodir do estilo neoclássico em Portugal.
O Reverendo Henry Hood, capelão da colónia britânica do Porto, serviu como intermediário entre o dono da obra e o projetista. Em outubro de 1769 John Carr envia para o Porto o projeto definitivo do novo hospital (um enorme edifício retangular com quatro imponentes fachadas), constituído por um conjunto de elementos desenhados assim como por uma extensa memória descritiva. Nesse mesmo ano o projeto foi aprovado pelo governador João de Almada assim como pelo próprio Marquês de Pombal, sendo então efetuado o seu pagamento.
Em julho de 1770 foi lançada a primeira pedra, tendo os trabalhos iniciado pela ala sul voltada ao rio. Este corpo requereu um grande aterro do terreno e a construção de um muro para suporte de parte da Rua da Restauração, sobranceira ao vale das Virtudes. Esta fase da obra durou apenas quatro anos, tendo sido suspensa devido a problemas de índole financeira. Um novo avanço permitiu que em 1799 se fizesse já a então transferência de doentes do antigo hospital da rua das Flores.
De 1807 a 1824 verificou-se nova paragem, desta vez determinada pela instabilidade criada aquando das invasões napoleónicas e, só entre 1824 e 1832 as obras puderam prosseguir.
Projetado sem vistoria do terreno e pensado por John Carr para ser construído em tijolo, a obra de alvenaria apresentou custos acrescidos que se tornaram incomportáveis para a Misericórdia, determinando a interrupção definitiva da obra. Integralmente concluída ficou somente a fachada nascente; as alas norte e sul pouco ultrapassam metade da dimensão prevista e a igreja (com planta de cruz grega), que ocupava o centro do conjunto, não chegaria a ser construída.
Formando um amplo quadrilátero em torno de um pátio, o edifício apresenta aspeto sóbrio e severo pela grande simplicidade e clareza dos volumes nos quais as ordens clássicas reassumem uma função estrutural dum ponto de vista figurativo.
A fachada principal, com dois pisos e 177 metros de comprimento, articula-se em cinco corpos que definem outros tantos planos. O piso inferior ostenta aparelho rusticado enquanto o superior é de alvenaria lisa. O remate é assegurado por uma balaustrada com urnas. O corpo central, ligeiramente saliente, é composto por um pórtico com seis colunas dóricas e rematado por frontão. Os corpos intermédios são recuados e têm novamente frontões de remate. Os pavilhões de remate da fachada apresentam, no andar nobre, um balcão central com entablamento coroado por uma estátua.
A intenção de recorrer a um arquiteto inglês foi muito provavelmente determinada pelo cônsul inglês no Porto, John Whitehead, pessoa bastante influente e ele próprio arquiteto autodidata. A escolha de John Carr, amigo de infância de Whitehead e um dos mais importantes arquitetos ingleses da altura (representante da escola neopalladiana), para assumir a autoria do projeto representa uma significativa alteração da prática e da cultura arquitetónica da cidade. Um gesto assumido contra o estilo barroco, numa altura em que o seu representante máximo na cidade, Nicolau Nasoni, era ainda vivo. Esta tentativa de recuperação do classicismo da renascença e da antiguidade clássica, respondia ao espírito iluminista e racionalista, caro aos governantes da altura (saliente-se que o Marquês de Pombal fora embaixador em Londres e estava já familiarizado com este estilo). Este retorno a Palladio, por influência da poderosa colónia inglesa do Porto, representa o eclodir do estilo neoclássico em Portugal.
O Reverendo Henry Hood, capelão da colónia britânica do Porto, serviu como intermediário entre o dono da obra e o projetista. Em outubro de 1769 John Carr envia para o Porto o projeto definitivo do novo hospital (um enorme edifício retangular com quatro imponentes fachadas), constituído por um conjunto de elementos desenhados assim como por uma extensa memória descritiva. Nesse mesmo ano o projeto foi aprovado pelo governador João de Almada assim como pelo próprio Marquês de Pombal, sendo então efetuado o seu pagamento.
De 1807 a 1824 verificou-se nova paragem, desta vez determinada pela instabilidade criada aquando das invasões napoleónicas e, só entre 1824 e 1832 as obras puderam prosseguir.
Projetado sem vistoria do terreno e pensado por John Carr para ser construído em tijolo, a obra de alvenaria apresentou custos acrescidos que se tornaram incomportáveis para a Misericórdia, determinando a interrupção definitiva da obra. Integralmente concluída ficou somente a fachada nascente; as alas norte e sul pouco ultrapassam metade da dimensão prevista e a igreja (com planta de cruz grega), que ocupava o centro do conjunto, não chegaria a ser construída.
Formando um amplo quadrilátero em torno de um pátio, o edifício apresenta aspeto sóbrio e severo pela grande simplicidade e clareza dos volumes nos quais as ordens clássicas reassumem uma função estrutural dum ponto de vista figurativo.
A fachada principal, com dois pisos e 177 metros de comprimento, articula-se em cinco corpos que definem outros tantos planos. O piso inferior ostenta aparelho rusticado enquanto o superior é de alvenaria lisa. O remate é assegurado por uma balaustrada com urnas. O corpo central, ligeiramente saliente, é composto por um pórtico com seis colunas dóricas e rematado por frontão. Os corpos intermédios são recuados e têm novamente frontões de remate. Os pavilhões de remate da fachada apresentam, no andar nobre, um balcão central com entablamento coroado por uma estátua.
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Como referenciar
Porto Editora – Hospital de Santo António na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-06-08 10:17:02]. Disponível em
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