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Igreja de San Lorenzo
Em 1418 o prior do convento de San Lorenzo em Florença consegue a expropriação dos terrenos junto à cabeceira da sua velha igreja conventual, o que permite encetar uma campanha de obras de ampliação do templo.
Os trabalhos de construção tiveram início em 1421, desenvolvendo-se de acordo com uma tradicional planta monástica basilical, como se observa na igreja de Santa Croce.
A partir de 1422, o arquiteto Filippo Brunelleschi (1377-1446) trabalha na construção da nova sacristia, um espaço cúbico coberto por uma cúpula assente sobre pendentes e coroado por um lanternim, que integrava o plano de renovação global do templo e cujo projeto lhe fora encomendado por João de Medici.
Este espaço, que na realidade se tornou numa das capelas privadas da poderosa família Medicis (testemunha-o o túmulo de João de Medici realizado por Verrochio e colocado no centro da capela), causou tal sensação na altura, pelo arrojo das solução formal e compositiva que lhe foram encomendados em 1425 os planos de toda a igreja.
San Lorenzo é uma basílica de três naves de diferentes alturas, cortadas por um transepto saliente com cinco absides, recordando o plano típico das igrejas cistercienses.
A originalidade da solução encontra-se no traçado compositivo, absolutamente regular e simétrico, formado por um agrupamento de unidades espaciais quadradas, quatro delas formando a nave central, três o transepto e uma a capela-mor. As naves e as capelas laterais foram definidas a partir de um módulo igualmente quadrado mas com um quarto da dimensão do anterior. Consegue-se desta forma uma relação proporcional simples, estabelecida com valores inteiros, entre todos os elementos espaciais do templo a partir de uma unidade padrão simples.
A nave é coberta por um teto plano, em madeira, sendo o cruzeiro coroado por uma cúpula assente em arcos. Nas naves laterais empregou abóbadas brancas, de aresta e sem nervuras, formando uma superfície lisa e regular que era autonomizada pelos arcos limítrofes.
Pioneira no ressurgimento das formas clássicas, que Brunelleschi teve oportunidade de estudar quando visitou Roma, esta igreja apresenta todos os elementos articulados de acordo com as regras derivadas de uma releitura das ordens gregas e romanas, associadas ao emprego do rígido arco de volta perfeita. Este sistema geométrico conferia unidade ao organismo arquitetónico que era acentuada pela presença de linhas horizontais, como as arquitraves contínuas que sobrepujavam os arcos da nave e que evidenciavam o carácter perspético do espaço. Uma ordem fria e racional que contraria a anterior visão dinâmica do espaço gótico e que se traduz na forma como todo o espaço é iluminado. De facto, em San Lorenzo, a luz deixa de ter o carácter místico e sobrenatural característico do estilo gótico para se tornar numa luz natural e neutra que percorre e unifica todo o organismo.
A construção deste templo prolongou-se bastante no tempo, ficando o interior concluído somente em 1469, vinte anos após a morte do arquiteto. Considera-se provável que tenha sido Michelozzo, que na altura era responsável pelo projeto do vizinho Palácio Medici-Riccardi, a acompanhar a fase final das obras.
O exterior manteve-se por concluir, apesar dos vários concursos realizados durante os séculos XV e XVI para o desenho da fachada poente, nos quais participaram alguns dos mais importantes arquitetos da época, entre os quais Aristotele da Sangallo e Michelangelo.
Os trabalhos de construção tiveram início em 1421, desenvolvendo-se de acordo com uma tradicional planta monástica basilical, como se observa na igreja de Santa Croce.
A partir de 1422, o arquiteto Filippo Brunelleschi (1377-1446) trabalha na construção da nova sacristia, um espaço cúbico coberto por uma cúpula assente sobre pendentes e coroado por um lanternim, que integrava o plano de renovação global do templo e cujo projeto lhe fora encomendado por João de Medici.
Este espaço, que na realidade se tornou numa das capelas privadas da poderosa família Medicis (testemunha-o o túmulo de João de Medici realizado por Verrochio e colocado no centro da capela), causou tal sensação na altura, pelo arrojo das solução formal e compositiva que lhe foram encomendados em 1425 os planos de toda a igreja.
San Lorenzo é uma basílica de três naves de diferentes alturas, cortadas por um transepto saliente com cinco absides, recordando o plano típico das igrejas cistercienses.
A originalidade da solução encontra-se no traçado compositivo, absolutamente regular e simétrico, formado por um agrupamento de unidades espaciais quadradas, quatro delas formando a nave central, três o transepto e uma a capela-mor. As naves e as capelas laterais foram definidas a partir de um módulo igualmente quadrado mas com um quarto da dimensão do anterior. Consegue-se desta forma uma relação proporcional simples, estabelecida com valores inteiros, entre todos os elementos espaciais do templo a partir de uma unidade padrão simples.
A nave é coberta por um teto plano, em madeira, sendo o cruzeiro coroado por uma cúpula assente em arcos. Nas naves laterais empregou abóbadas brancas, de aresta e sem nervuras, formando uma superfície lisa e regular que era autonomizada pelos arcos limítrofes.
Pioneira no ressurgimento das formas clássicas, que Brunelleschi teve oportunidade de estudar quando visitou Roma, esta igreja apresenta todos os elementos articulados de acordo com as regras derivadas de uma releitura das ordens gregas e romanas, associadas ao emprego do rígido arco de volta perfeita. Este sistema geométrico conferia unidade ao organismo arquitetónico que era acentuada pela presença de linhas horizontais, como as arquitraves contínuas que sobrepujavam os arcos da nave e que evidenciavam o carácter perspético do espaço. Uma ordem fria e racional que contraria a anterior visão dinâmica do espaço gótico e que se traduz na forma como todo o espaço é iluminado. De facto, em San Lorenzo, a luz deixa de ter o carácter místico e sobrenatural característico do estilo gótico para se tornar numa luz natural e neutra que percorre e unifica todo o organismo.
A construção deste templo prolongou-se bastante no tempo, ficando o interior concluído somente em 1469, vinte anos após a morte do arquiteto. Considera-se provável que tenha sido Michelozzo, que na altura era responsável pelo projeto do vizinho Palácio Medici-Riccardi, a acompanhar a fase final das obras.
O exterior manteve-se por concluir, apesar dos vários concursos realizados durante os séculos XV e XVI para o desenho da fachada poente, nos quais participaram alguns dos mais importantes arquitetos da época, entre os quais Aristotele da Sangallo e Michelangelo.
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Como referenciar
Porto Editora – Igreja de San Lorenzo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-03-24 00:53:12]. Disponível em
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