< voltar
2 min
Igreja Matriz de Machico
A Igreja Matriz de Machico da ilha da Madeira teve início na fundação da quatrocentista Capela dos Reis Magos (rebatizada posteriormente de Senhor dos Milagres), remodelada e ampliada na segunda metade do século XV tornando-se a Matriz de Machico - consagrada a N. Sra. da Conceição. Este templo nasceu por vontade de Branca Teixeira, filha do primeiro Capitão-Donatário Tristão Vaz Teixeira.
A Matriz sofreu várias obras de restauro, as mais significativas realizadas nos séculos XVII e XVIII, sem contudo modificarem o esquema organizativo do templo medieval.
A fachada é marcada por elegante portal gótico em basalto, formado por cinco arquivoltas em ogiva, sustentadas por capitéis naturalistas, seguidos de colunelos assentes em pedestais ornamentados. O portal é encimado por rosácea finamente rendilhada de pétalas entrecruzadas. Na fachada sul abre-se um outro portal, de estrutura semelhante à do principal, mas com arquivoltas e colunelos mais volumosos e menos ornamentados. Diferencia-se também no vão formado por arcos geminados, ligeiramente apontados, assentes em colunas de mármore branco com capitéis coríntios.
Interiormente, o templo de nave única apresenta cobertura aconchada, revestida a caixotões, que enquadram símbolos inscritos em escudos. Na nave foram abertas diversas capelas patrocinadas por vários senhores. A do Santíssimo Sacramento destaca-se pela sua graciosa abóbada de nervuras, com os panos intermédios preenchidos com pinturas do século XVII. Na capela dos primeiros donatários de Machico, dedicada a S. João Batista, podemos encontrar vestígios da sua primitiva construção na cantaria e brasão.
Os retábulos colaterais formam-se numa composição policroma de um barroco não muito característico. O arco triunfal é composto por três elegantes pilastras adossadas, rematadas por capitéis lavrados sustentando os arcos plenos. A ousia, de vão profundo, é coberta por abóbada de berço ligeiramente rebaixado, pintada com revolteados motivos vegetalistas. Ao centro, um medalhão com a representação de dois anjos sustentando uma coroa de flores. Nos flancos da capela-mor encontra-se o interessante cadeiral, com sobrecéu sobrepujado por tribuna em balaustrada. O pano de fundo é preenchido por excelente retábulo maneirista. Este desenvolve-se a partir de um elevado arco pleno, ladeado por quatro nichos sobrepostos, ostentando figuras de santos, enquadrados por colunas e frontão curvo que encerra pintura circular. Nesta representa-se a Santíssima Trindade envolta por moldura, tratada à maneira de um pórtico. Ostenta ainda o retábulo uma tábua central pintada e representando a Glorificação da Virgem. Documentação coeva revela os responsáveis pelo trabalho da talha: Manuel Pereira, Domingos Moniz, José Fernandes, Martinho Bettencourt e Inácio Ferreira como entalhadores; Manuel Lima, António Mendes e Miguel Fernandes como mestres carpinteiros.
Possuía este templo duas belíssimas obras doadas pelo rei D. Manuel I, conjuntamente com o mármore das colunas do portal e algumas alfaias litúrgicas de metal nobre, hoje no Museu de Arte Sacra do Funchal. Referimo-nos a uma tábua pintada, onde se representa a Adoração dos Magos, da Escola de Antuérpia, e uma escultura da Virgem com o Menino, dotada de grande expressividade, possivelmente flamenga ou pelo menos sofrendo influência desta escola.
A Matriz sofreu várias obras de restauro, as mais significativas realizadas nos séculos XVII e XVIII, sem contudo modificarem o esquema organizativo do templo medieval.
A fachada é marcada por elegante portal gótico em basalto, formado por cinco arquivoltas em ogiva, sustentadas por capitéis naturalistas, seguidos de colunelos assentes em pedestais ornamentados. O portal é encimado por rosácea finamente rendilhada de pétalas entrecruzadas. Na fachada sul abre-se um outro portal, de estrutura semelhante à do principal, mas com arquivoltas e colunelos mais volumosos e menos ornamentados. Diferencia-se também no vão formado por arcos geminados, ligeiramente apontados, assentes em colunas de mármore branco com capitéis coríntios.
Interiormente, o templo de nave única apresenta cobertura aconchada, revestida a caixotões, que enquadram símbolos inscritos em escudos. Na nave foram abertas diversas capelas patrocinadas por vários senhores. A do Santíssimo Sacramento destaca-se pela sua graciosa abóbada de nervuras, com os panos intermédios preenchidos com pinturas do século XVII. Na capela dos primeiros donatários de Machico, dedicada a S. João Batista, podemos encontrar vestígios da sua primitiva construção na cantaria e brasão.
Os retábulos colaterais formam-se numa composição policroma de um barroco não muito característico. O arco triunfal é composto por três elegantes pilastras adossadas, rematadas por capitéis lavrados sustentando os arcos plenos. A ousia, de vão profundo, é coberta por abóbada de berço ligeiramente rebaixado, pintada com revolteados motivos vegetalistas. Ao centro, um medalhão com a representação de dois anjos sustentando uma coroa de flores. Nos flancos da capela-mor encontra-se o interessante cadeiral, com sobrecéu sobrepujado por tribuna em balaustrada. O pano de fundo é preenchido por excelente retábulo maneirista. Este desenvolve-se a partir de um elevado arco pleno, ladeado por quatro nichos sobrepostos, ostentando figuras de santos, enquadrados por colunas e frontão curvo que encerra pintura circular. Nesta representa-se a Santíssima Trindade envolta por moldura, tratada à maneira de um pórtico. Ostenta ainda o retábulo uma tábua central pintada e representando a Glorificação da Virgem. Documentação coeva revela os responsáveis pelo trabalho da talha: Manuel Pereira, Domingos Moniz, José Fernandes, Martinho Bettencourt e Inácio Ferreira como entalhadores; Manuel Lima, António Mendes e Miguel Fernandes como mestres carpinteiros.
Possuía este templo duas belíssimas obras doadas pelo rei D. Manuel I, conjuntamente com o mármore das colunas do portal e algumas alfaias litúrgicas de metal nobre, hoje no Museu de Arte Sacra do Funchal. Referimo-nos a uma tábua pintada, onde se representa a Adoração dos Magos, da Escola de Antuérpia, e uma escultura da Virgem com o Menino, dotada de grande expressividade, possivelmente flamenga ou pelo menos sofrendo influência desta escola.
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – Igreja Matriz de Machico na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-09-21 19:25:45]. Disponível em
Artigos
-
FunchalAspetos Geográficos Cidade da ilha da Madeira, sede de concelho e capital da região autónoma, locali...
-
LimaAspetos Geográficos Capital do Peru, Lima situa-se num terreno plano costeiro que corresponde aos va...
-
Igreja Matriz de Ponta DelgadaSegundo alguns autores, a construção desta igreja ficou a dever-se ao cumprimento de uma promessa fe...
-
Igreja de N. Sra. dos RemédiosSituada na povoação da Fajãzinha, Lages das Flores, Açores, este imponente edifício data do século X...
-
Igreja Matriz de TaroucaMonumento Nacional consagrado a S. Pedro, a Igreja Matriz de Tarouca é um templo medieval erguido na...
-
Igreja Matriz de RatesTemplo do românico condal dos inícios do século XII, a Igreja Matriz de Rates foi reconstruída por D...
-
Igreja de S. Frutuoso de MontéliosExpoente máximo da arquitetura nacional pré-românica é a pequena e graciosa Igreja de S. Frutuoso de...
-
Santuário de N. Sra. dos RemédiosA Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, mandada construir no século XVIII, em Lamego, situa-se no lo...
-
Igreja Matriz de MonchiqueA Igreja Matriz da vila algarvia de Monchique é uma bela construção do reinado de D. Manuel I, remod...
-
Igreja de S. João EvangelistaA Igreja de S. João Evangelista, em Aveiro, é uma construção do século XVII que integrava o antigo m...
Partilhar
Como referenciar 
Porto Editora – Igreja Matriz de Machico na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-09-21 19:25:45]. Disponível em