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Igreja Matriz de S. Quintino
Situada nos arredores de Sobral de Monte Agraço, a aldeia de S. Quintino possui uma bonita Igreja Matriz fundada em 1520, prolongando-se as obras pela década seguinte. Patrocinada por D. Manuel I, a igreja mostra a convivência de várias linguagens artísticas, desde o manuelino até ao renascimento, passando por reformas barrocas do século XVIII. Notável é o seu pequeno batistério de linhas clássicas, obra de Simão Correia realizada em 1592.
Pode-se constatar a coexistência de diferentes linguagens artísticas no portal nobre misto da Igreja de S. Quintino. Este foi concebido em 1530 dentro do estilo manuelino, incorporando posteriormente elementos renascentistas - tal como o portal-moldura de pilastras e frontão triangular que envolve o portal manuelino, ou ainda os dois medalhões com bustos humanos. A porta manuelina abre-se em arco de linhas contracurvadas trilobado e está ponteada por cogulhos. No tímpano está uma mísula com anjos relevados, suporte para a escultura da Virgem com o Menino. Contígua à entrada está um entaipado arco gótico quebrado. Acima do portal nobre abre-se pequeno óculo, sobre o qual se desenha a empena triangular, rematada por pedestal com cruz latina. Um pouco mais recuada, face à linha da fachada, a torre sineira eleva-se em dois pisos, sendo marcada superiormente por fogaréus barrocos e cúpula bolbosa.
O interior do templo apresenta três naves repartidas por cinco tramos, ritmados por arcos plenos sobre colunas capitelizadas com motivos fitomórficos. As paredes das naves da igreja e capela-mor são quase totalmente preenchidas por azulejos dos séculos XVII-XVIII, transmitindo um notável e equilibrado colorido. Para além dos tapetes de azulejo-padrão, outros há que narram cenas hagiográficas, como é o caso do martírio de S. Quintino. O antigo retábulo maneirista do século XVI foi desmembrado, repartindo-se cinco das suas tábuas pelas paredes da igreja. Estas pinturas são de boa qualidade plástica, dos começos do maneirismo nacional e atribuídas ao denominado Mestre de S. Quintino.
Possivelmente o mais harmonioso exemplar de batistérios dos finais de Quinhentos é aquele que se encontra à direita da entrada deste templo. É uma obra de Simão Correia e data de 1592, revelando um apuro de formas clássicas na sua pequena cúpula, apoiada num jogo de finas colunas que repousam no cilindro envolvente de cantaria. A cúpula é revestida por notáveis azulejos seiscentistas em ponta de diamante, tendo no seu interior azulejos setecentistas figurando o Batismo de Cristo e a octogonal pia batismal, de sabor renascentista.
A cabeceira é formada por ábside e absidíolos, ambas cobertas por abóbadas de berço quebrado repartido por nervuras com chaves, apresentando belos arcos góticos de entrada. Se os absidíolos são transpostos por arcos góticos ligeiramente quebrados, o triunfal que antecede a capela-mor é adornado por um outro manuelino, de movimentadas linhas contracurvadas, sobre o qual está um nicho abrigando um Calvário pétreo. Nas diversas capelas colaterais podem observar-se algumas imagens do século XVI, nomeadamente S. Pedro, S. Quintino e uma Piètá.
S. Quintino foi decretada Monumento Nacional (M.N.) em 1910.
Pode-se constatar a coexistência de diferentes linguagens artísticas no portal nobre misto da Igreja de S. Quintino. Este foi concebido em 1530 dentro do estilo manuelino, incorporando posteriormente elementos renascentistas - tal como o portal-moldura de pilastras e frontão triangular que envolve o portal manuelino, ou ainda os dois medalhões com bustos humanos. A porta manuelina abre-se em arco de linhas contracurvadas trilobado e está ponteada por cogulhos. No tímpano está uma mísula com anjos relevados, suporte para a escultura da Virgem com o Menino. Contígua à entrada está um entaipado arco gótico quebrado. Acima do portal nobre abre-se pequeno óculo, sobre o qual se desenha a empena triangular, rematada por pedestal com cruz latina. Um pouco mais recuada, face à linha da fachada, a torre sineira eleva-se em dois pisos, sendo marcada superiormente por fogaréus barrocos e cúpula bolbosa.
O interior do templo apresenta três naves repartidas por cinco tramos, ritmados por arcos plenos sobre colunas capitelizadas com motivos fitomórficos. As paredes das naves da igreja e capela-mor são quase totalmente preenchidas por azulejos dos séculos XVII-XVIII, transmitindo um notável e equilibrado colorido. Para além dos tapetes de azulejo-padrão, outros há que narram cenas hagiográficas, como é o caso do martírio de S. Quintino. O antigo retábulo maneirista do século XVI foi desmembrado, repartindo-se cinco das suas tábuas pelas paredes da igreja. Estas pinturas são de boa qualidade plástica, dos começos do maneirismo nacional e atribuídas ao denominado Mestre de S. Quintino.
Possivelmente o mais harmonioso exemplar de batistérios dos finais de Quinhentos é aquele que se encontra à direita da entrada deste templo. É uma obra de Simão Correia e data de 1592, revelando um apuro de formas clássicas na sua pequena cúpula, apoiada num jogo de finas colunas que repousam no cilindro envolvente de cantaria. A cúpula é revestida por notáveis azulejos seiscentistas em ponta de diamante, tendo no seu interior azulejos setecentistas figurando o Batismo de Cristo e a octogonal pia batismal, de sabor renascentista.
A cabeceira é formada por ábside e absidíolos, ambas cobertas por abóbadas de berço quebrado repartido por nervuras com chaves, apresentando belos arcos góticos de entrada. Se os absidíolos são transpostos por arcos góticos ligeiramente quebrados, o triunfal que antecede a capela-mor é adornado por um outro manuelino, de movimentadas linhas contracurvadas, sobre o qual está um nicho abrigando um Calvário pétreo. Nas diversas capelas colaterais podem observar-se algumas imagens do século XVI, nomeadamente S. Pedro, S. Quintino e uma Piètá.
S. Quintino foi decretada Monumento Nacional (M.N.) em 1910.
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Como referenciar
Porto Editora – Igreja Matriz de S. Quintino na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-10-03 10:50:19]. Disponível em
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