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Impacto Internacional do 25 de abril de 1974
Após a revolução do 25 de abril e durante o "verão quente" deram-se algumas manifestações de agrupamentos políticos contra as ações radicais de forças políticas de esquerda e militares, tendo sido, por exemplo, fechado o jornal pró-Partido Socialista República por trabalhadores radicais, o que causou uma onda de protestos. Por estes factos, além das nacionalizações de empresas, as expropriações de latifundiários e a progressiva supremacia da CGTP-IN (Confederação Geral de Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional) sobre os partidos democráticos, muitos dos países da Europa Ocidental e os Estados Unidos recearam que Portugal, estando na NATO, fosse tomado pelo ideal marxista-leninista, o que levou a que os partidos de tendência democrática fossem financiados internacionalmente. Por outro lado, a ditadura franquista sofreu um grande abanão, uma vez que a democratização de um apoiante tão empenhado e próximo como Portugal abalava a sua solidez. A situação agravava-se ao observar-se que a Espanha ficou então a ser o único país não democrático da Europa Ocidental, uma vez que só na Península Ibérica restaram regimes autoritários (a nível europeu) na progressiva democratização que se sucedeu à Segunda Grande Guerra. Contudo, já a tendência anti-ditatorial tinha surgido antes do golpe português, conforme se tornou manifesto em livros e medidas sociais e políticas mais de acordo com as necessidades do povo tomadas por alguns dirigentes. Aquando da Revolução dos Cravos deram-se inclusivamente manifestações de apoio em terras espanholas, tendo o 25 de abril contribuído para o reforço das organizações sindicais, a descolonização do Saara, e novas formas de atuação das Forças Armadas, da imprensa e dos grupos políticos espanhóis. No entanto foram tanto positivas como negativas as influências em Espanha, pois desde a Revolução de abril até setembro de 1974, altura em que foi derrubado o marechal Spínola, a contribuição foi positiva, uma vez que concorreu para que o regime franquista empreendesse salutares reformas; a partir desta data até ao final do ano de 1975, a preponderância que o Partido Comunista Português atingiu tornou-se altamente preocupante a nível internacional, como já se mencionou, temendo a Espanha o alastramento. Em 1975 a situação agudizou-se em Espanha, tendo franco, no final da sua vida, optado por tomar duras medidas de repressão contra o terrorismo, que tinha aumentado exponencialmente com o incentivo da revolução portuguesa.
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Como referenciar
Porto Editora – Impacto Internacional do 25 de abril de 1974 na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2022-08-16 10:38:08]. Disponível em
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