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interjeição
Na gramática tradicional, as interjeições foram sempre consideradas como elementos marginais à língua, alegadamente por não exercerem função sintática na frase, por terem difícil caracterização morfológica e por terem origens muito diversas, desde origem onomatopaica (Ex: chiu) a derivacional (ex: obrigado).
Em latim, interjeição significa "meter entre", por serem palavras que se encaixavam entre as sequências do discurso.
As interjeições pareciam pertencer maioritariamente ao domínio da expressão das emoções, como alegria, aplauso, dor, surpresa, etc.
Os desenvolvimentos mais recentes da análise do discurso trouxeram algumas perspetivas sobre a forma como esta categoria marginalizada deve ser encarada. A primeira ideia é que a interjeição deve ser olhada à luz do discurso e do contexto em que ela ocorre, com o objetivo com que é dita. Nesta perspetiva radicada na pragmática, as interjeições exprimem atos ilocutórios expressivos, por serem formas verbais de agradecimento, saudação, cumprimento, etc. Além disso, ao exprimirem de forma condensada sentimentos e emoções, deixam margem para com elas intervirem outros sistemas para-linguísticos, como a entoação e a mímica, o gesto do falante. A sua interpretação deve sempre decorrer da análise do contexto em que ocorrem, uma vez que as interjeições também são polissémicas, ou seja, uma mesma interjeição pode ter valores diferentes. Uma vez mais a informação redundante fornecida pela entoação pode ser fundamental para essa desambiguação.
As interjeições são assim marcadores de expressividade que merecem um tratamento mais desenvolvido e atento aos novos usos que estão ativos na língua falada.
Na linha das outras palavras invariáveis da língua, a gramática tradicional propõe uma divisão morfológica entre interjeições simples e locuções interjetivas:


A proposta trazida pela gramática tradicional de classificação das interjeições segundo a emoção por elas expressa aguarda revisão e esclarecimentos à luz da análise do discurso e da pragmática.
Em latim, interjeição significa "meter entre", por serem palavras que se encaixavam entre as sequências do discurso.
As interjeições pareciam pertencer maioritariamente ao domínio da expressão das emoções, como alegria, aplauso, dor, surpresa, etc.
Os desenvolvimentos mais recentes da análise do discurso trouxeram algumas perspetivas sobre a forma como esta categoria marginalizada deve ser encarada. A primeira ideia é que a interjeição deve ser olhada à luz do discurso e do contexto em que ela ocorre, com o objetivo com que é dita. Nesta perspetiva radicada na pragmática, as interjeições exprimem atos ilocutórios expressivos, por serem formas verbais de agradecimento, saudação, cumprimento, etc. Além disso, ao exprimirem de forma condensada sentimentos e emoções, deixam margem para com elas intervirem outros sistemas para-linguísticos, como a entoação e a mímica, o gesto do falante. A sua interpretação deve sempre decorrer da análise do contexto em que ocorrem, uma vez que as interjeições também são polissémicas, ou seja, uma mesma interjeição pode ter valores diferentes. Uma vez mais a informação redundante fornecida pela entoação pode ser fundamental para essa desambiguação.
As interjeições são assim marcadores de expressividade que merecem um tratamento mais desenvolvido e atento aos novos usos que estão ativos na língua falada.
Na linha das outras palavras invariáveis da língua, a gramática tradicional propõe uma divisão morfológica entre interjeições simples e locuções interjetivas:
A proposta trazida pela gramática tradicional de classificação das interjeições segundo a emoção por elas expressa aguarda revisão e esclarecimentos à luz da análise do discurso e da pragmática.
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Como referenciar
Porto Editora – interjeição na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-05-30 12:38:48]. Disponível em
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