Livros e Autores

Weyward

Emilia Hart

O perigo de estar no meu perfeito juízo

Rosa Montero

Os segredos de Juvenal Papisco

Bruno Paixão

Bom português

gratuito ou gratuíto?

ver mais

isenção ou insenção?

ver mais

precariedade ou precaridade?

ver mais

moinho ou moínho?

ver mais

verosímil ou verosímel?

ver mais

convalescença ou convalescência?

ver mais

incerto ou inserto?

ver mais

bolos-reis ou bolos-rei?

ver mais

ironia (retórica)

Retórica: Figura de estilo através da qual se pretende dar a entender precisamente o contrário do que se diz. A ironia parece elogiar quando na verdade critica ou destrói, como se pode observar neste excerto de Almada Negreiros a respeito de Júlio Dantas:
"E fique sabendo o Dantas que se um dia houver justiça em Portugal todo o mundo saberá que o autor dos Lusíadas é o Dantas que num rasgo memorável de modéstia só consentiu a glória do seu pseudónimo Camões." (Almada Negreiros, Manifesto Anti-Dantas, p.12)
A ironia como tropo indica a atitude enunciativa do locutor, apresentando um desnível frágil entre sentido literal e sentido figurado. A ironia é um artifício retórico complexo que pode variar do gracejo suave ao sarcasmo, passando pelo escárnio, pela zombaria, pela ofensa, pelo desdém, etc. Trata-se de um fenómeno cuja interpretação decorre da análise do contexto textual ou situacional. Na linguagem oral a interpretação da ironia resulta também da combinação entre os elementos prosódicos e cinésicos (mímica, gestos, expressões faciais, posicionamento do corpo) e os conteúdos linguísticos. A ironia pode realizar-se através da antífrase, da hipérbole, do eufemismo, da litote entre outras figuras e outros processos linguísticos.
Linguística: a Pragmática tem-se interessado pelo funcionamento da ironia, devido à sua enorme dependência contextual e à importância assumida pelo alocutário como recetor e intérprete final da ironia. A ironia representa um dos exemplos melhores de violação da máxima conversacional da clareza (máxima do modo) formulada por H. P. Grice (1975, 1978), pelo que o seu valor pragmático se torna ainda mais interessante. Apresentamos duas perspetivas sobre a ironia de um ponto de vista pragmático:
1. Oswald Ducrot (1984) analisou a ironia à luz da sua Teoria Polifónica. De uma forma muito simplista, podemos resumir assim a proposta de Ducrot: o locutor põe em cena uma outra voz diferente da sua, a voz do enunciador, da qual se distancia no discurso fingindo que não tem culpa pela convocação dessa outra voz. No entanto, a mensagem que passa vai de encontro à intenção inicial do locutor, embora a personagem fictícia (o enunciador) que o locutor utiliza para a proferir exprima o contrário do que ele pretende.
2. A. Berrendonner (1981) entende a ironia como uma enunciação paradoxal através da qual o locutor invalida o conteúdo da mensagem que profere ao mesmo tempo que a profere.
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – ironia (retórica) na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-06-01 02:20:06]. Disponível em
Livros e Autores

Weyward

Emilia Hart

O perigo de estar no meu perfeito juízo

Rosa Montero

Os segredos de Juvenal Papisco

Bruno Paixão

Bom português

gratuito ou gratuíto?

ver mais

isenção ou insenção?

ver mais

precariedade ou precaridade?

ver mais

moinho ou moínho?

ver mais

verosímil ou verosímel?

ver mais

convalescença ou convalescência?

ver mais

incerto ou inserto?

ver mais

bolos-reis ou bolos-rei?

ver mais