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Isabel de Perón

Figura pública e da política argentina, Maria Estela Martinez Cartas nasceu a 4 de fevereiro de 1931, em La Rioja, localidade nas cercanias de Buenos Aires, Argentina. Quarta de sete filhos de um funcionário bancário, Carmelo Martinez, e de Maria Josefa Cartas, entrou em 1938 - quando seu pai falece - no colégio Liberador San Martín, onde estudou piano e se tornou mais tarde professora de música. Mas a sua carreira como professora de música não durou muito tempo, abandonando-a pouco depois de se mudar para Buenos Aires. Passou a dedicar-se à dança, estudando ballet e danças tradicionais. Pertencia a um grupo folclórico, onde adotou o nome artístico de Isabel, talvez em homenagem à sua professora de música.
Em setembro de 1955 foi com um grupo folclórico em deslocação até à América Central, patrocinado pela Fundação Eva Perón. Mas com a queda do governo de Juan Perón, derrubado por um golpe militar, o grupo entra em dificuldades e Isabel tem que seguir outro rumo, pois a Argentina tinha também mergulhado no caos financeiro e político. Enveredando por shows tipo cabaret, Isabel e alguns membros do grupo acabam por vir a atuar numa festa na residência de Perón. Isabel já o conhecia de vista, pois morava perto da Casa Rosada, residência oficial dos chefes de estado argentinos, e não poucas vezes via o ex-presidente a sair na sua moto nas horas livres. Isabel foi apresentada ao general, vindo pouco depois a ser sua secretária.
No entanto, o general Perón teve que se exilar da Argentina, indo primeiro para Caracas e depois para a República Dominicana, até que, finalmente, o ditador espanhol Francisco Franco decidiu conceder-lhe asilo político em Espanha. Perón e Isabel chegaram a Espanha a 5 de janeiro de 1961. Viveram primeiro em Málaga, transferindo-se depois para Madrid, tendo sido vizinhos de Ava Gardner e vivido no bairro de Puerta de Hierro, onde se instalaram definitivamente numa casa a que chamaram Villa 17 de Octobre, data que assinalava a libertação de Perón em 1945. A 15 de novembro de 1961 casavam-se secretamente em casa.
Perón nunca perdeu o contacto com a Argentina, e através de Jorge Antonio e John William Cooke, seus conselheiros, controlava politicamente a situação e mantinha coesos os seus seguidores do Partido Judicialista (JP, como Juan Perón), preparando um eventual regresso à Argentina e uma consequente retoma do poder. Ainda o tentou fazer em 1964, mas não passou do Brasil. Isabel, durante este exílio madrileno, manteve-se afastada da política, atuando como uma verdadeira dona de casa.
Em 1965, Isabel foi enviada por Perón para o Paraguai, munida de cartas para Jorge Antonio, preparado para controlar as eleições para o Congresso na Argentina. Defendendo as ideias peronistas durante dois meses, Isabel revelou-se uma figura com grandes potencialidades políticas. Mais tarde, em 1966, conhecedor dessas capacidades, Perón enviará mesmo Isabel para a Argentina. Todavia, esta estadia vai mudar a vida de Isabel, quer a nível político quer provavelmente a nível pessoal. Nessa estadia, conheceu José Lopez Rega, um astrólogo e escritor especializado em ciências ocultas, que impressionou fortemente a mulher de Juan Perón, ao ponto de se tornar um "Rasputine" argentino, mais conhecido entre o povo por "El Brujo". Lopez Rega vem então com Isabel para Madrid, como seu secretário, caindo nas boas graças de seu marido, de quem passa a ser o chefe da sua casa pessoal, afastando os seus conselheiros. Provavelmente também vivia na villa.
O poder político do peronismo ganhava novamente expressão na Argentina e era tido como inevitável o regresso do peronismo ao poder, se não mesmo do próprio general. Um outro facto ocorreria que ajudaria a insuflar força e entusiasmo no projeto de retorno do JP: a exumação do cadáver da maior heroína da história da Argentina, Eva Perón, que estava sepultada em Milão sob o nome de Maria Maggi de Magistris. Este processo ocorreu secretamente em setembro de 1971, depois do governo argentino ter revelado a sua sepultura, até então desconhecida oficialmente. A própria Isabel dedicaria atenções ao cadáver embalsamado de Evita, retirando-lhe os adornos enferrujados e refazendo-lhe o puxo do cabelo. Este "regresso"de Evita redimensionou fortemente a aura crescente do peronismo e criou condições para se reinstalar na Argentina. Assim, em 1973, o JP concorre a eleições, vencendo, através de um médico chamado Hector Campóra, que resignará em julho desse ano, sob pressão intensa de Isabel e de Lopez Rega. Neste ano, aliás, o casal Perón tinha já regressado à Argentina, não sem alguma turbulência e um regresso da guerrilha. Em novas eleições, a 23 de setembro, o JP vence novamente, graças a uma ação política intensa de Isabel e de Lopez Rega, cada vez mais uma dupla incontornável na política argentina e no peronismo. Mas os símbolos do novo poder baseavam-se na trindade peronista: Juan, Isabel e o estigma perpétuo de Evita.
Isabel jogava, contudo, em lobby com Lopez Rega, em torno das duas figuras, uma da memória nacional e do sentimento, Evita, a outra como a face e a força do poder vivo, Juan. Apenas estas duas figuras conseguiram acalmar a guerrilha montonera e evitar um novo derramamento de sangue a nível nacional. Mas a 1 de julho o peronismo passa a centrar-se exclusivamente em Isabel, pois nesse dia morre Juan Perón, a única figura conciliadora na Argentina. Isabel é então designada como sucessora de Perón, uma situação que o general tinha já previsto em 1974. Isabel foi assim a primeira mulher a ser presidente de uma democracia em todo o mundo. Como seu secretário e ministro dos Assuntos Sociais foi designado Lopez Rega, a eminência parda do regime. Este criou a célebre polícia política "Triplo A" (Aliança Anticomunista Argentina), reacendendo a guerrilha e criando um caos político, social e económico na Argentina. Lopez Rega ganhou tanto poder que Isabel teve que o afastar compulsivamente em 1975. Isabel faz então umas "férias" do poder, delegando funções de presidente interino em Raúl Lastiri, genro de Rega.
Para acalmar os ânimos, Isabel traz definitivamente o corpo de Evita para a Argentina a 17 de novembro de 1975, numa cerimónia com cobertura televisiva e grande pompa e mobilização nacional. Isabel tentou criar um panteão para os heróis argentinos, mas nunca conseguiu cumprir tal desiderato. Isabel regressou entretanto ao poder, mas por pouco tempo, pois os militares depuseram-na a 24 de março de 1976, num golpe sem tiros liderado pelo general Jorge Videla. Mantida em prisão domiciliária em Bariloche, foi depois transferida para uma casa no sul da Argentina. Foi então acusada de desvio de fundos, embora já antes tivesse sido responsabilizada por outros delitos. Agora era chamada a tribunal pelo desvio de 700 000 dólares obtidos em ações de caridade, depositados em contas no exterior e usados na compra e manutenção de uma quinta para Juan Perón, joias, antiguidades e peles de chinchila. Isabel foi condenada e presa, tendo o general Videla dito aos argentinos para esquecerem Isabel mas recordarem os seus crimes. Isabel regressou a Madrid em 1981, tendo-se instalado definitivamente no hotel Ritz. Pontualmente vai à Argentina.
Em 1999, entretanto, o seu exílio dourado foi ameaçado pelo juiz espanhol Baltazar Garzón, que a chamou a depor em tribunal para responder a questões relacionadas com o desaparecimento de várias centenas de cidadãos espanhóis na Argentina durante a sua presidência, respondendo Isabel que se recordava apenas de ter assinado um decreto para "aniquilação" de guerrilhas de esquerda.
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Como referenciar
Porto Editora – Isabel de Perón na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-09-30 00:51:43]. Disponível em
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