João de Barros
Historiador português, João de Barros nasceu cerca de 1496, provavelmente em Viseu. Filho do corregedor de entre Tejo e Guadiana, Lopo de Barros, foi, ainda muito jovem, servidor do Paço real e "moço de guarda-roupa" de D. João III. Nomeado por este, após ter tomado posse do trono, para cumprir uma missão no castelo de S. Jorge da Mina, João de Barros segue, a partir de 1525, uma carreira de funcionário, começando por ser tesoureiro das casas da Índia, da Mina e de Ceuta e depois, entre 1533 e 1562, feitor da Casa da Índia.
Autor de uma variadíssima obra, começa por escrever a novela de cavalaria O Imperador Clarimundo, obedecendo às leis deste género e enformando já um esboço épico da História de Portugal.
Em 1532, escreveu o colóquio Ropicapnefma, texto de prosa filosófica, onde combina habilmente uma apologética cristã e uma sátira à sociedade portuguesa; em 1533, compôs o Panegírico do Rei D. João III, onde desenha o retrato do Príncipe Perfeito.
De 1539 a 1545, publicou uma vasta obra: Cartilha para Aprender a Ler, publicada juntamente com Gramática da Língua Portuguesa, Diálogo de Preceitos Morais e Diálogo da Viciosa Vergonha, Diálogo Evangélico sobre os Artigos da Fé contra o Talmud dos Judeus e Panegírico da Infanta D. Maria.
Fiel aos princípios do Humanismo, João de Barros deixa transparecer nos seus textos uma antipatia pela forma como eram tratados os cristãos-novos, manifestando o desejo de uma evangelização pacífica dos mesmos. Estas posições, nomeadamente as que defende no Diálogo evangélico sobre os artigos da fé contra o Talmud dos Judeus, levaram à sua perseguição por parte da Inquisição.
Conhecedor das obras dos humanistas europeus, não se abstém de louvar O Elogio da Loucura de Erasmo de Roterdão, um dos principais representantes deste movimento na Europa.
No último período da sua vida, levou a cabo uma notável obra sobre a expansão ultramarina dos Portugueses em três aspetos: conquista, navegação e comércio. Em vida, só apareceram as três primeiras Décadas da Ásia (1552, 1553, 1563). A quarta Década da Ásia foi publicada posteriormente em 1615. A insuficiência do conhecimento dos locais e ambientes da expansão e a dureza da censura cortesã impediram-no de construir uma obra de inteira verdade. Mas as Décadas contêm notáveis passos narrativos e descritivos.
João de Barros concebeu uma história do mundo centrada na expansão portuguesa, dividida em quatro partes abrangendo os quatro continentes: Europa, Ásia, África e Santa Cruz. Deste grandioso plano apenas ficou a Ásia, dividida, como já se disse, em quatro Décadas. Pretendeu o Autor justificar a expansão ultramarina com argumentos espirituais, apresentando-a como uma cruzada religiosa contra os Mouros. Adotou um estilo grave, semeado de hipérboles que anunciam Os Lusíadas, em longos períodos alatinados.
Autor de uma variadíssima obra, começa por escrever a novela de cavalaria O Imperador Clarimundo, obedecendo às leis deste género e enformando já um esboço épico da História de Portugal.
Em 1532, escreveu o colóquio Ropicapnefma, texto de prosa filosófica, onde combina habilmente uma apologética cristã e uma sátira à sociedade portuguesa; em 1533, compôs o Panegírico do Rei D. João III, onde desenha o retrato do Príncipe Perfeito.
De 1539 a 1545, publicou uma vasta obra: Cartilha para Aprender a Ler, publicada juntamente com Gramática da Língua Portuguesa, Diálogo de Preceitos Morais e Diálogo da Viciosa Vergonha, Diálogo Evangélico sobre os Artigos da Fé contra o Talmud dos Judeus e Panegírico da Infanta D. Maria.
Fiel aos princípios do Humanismo, João de Barros deixa transparecer nos seus textos uma antipatia pela forma como eram tratados os cristãos-novos, manifestando o desejo de uma evangelização pacífica dos mesmos. Estas posições, nomeadamente as que defende no Diálogo evangélico sobre os artigos da fé contra o Talmud dos Judeus, levaram à sua perseguição por parte da Inquisição.
Conhecedor das obras dos humanistas europeus, não se abstém de louvar O Elogio da Loucura de Erasmo de Roterdão, um dos principais representantes deste movimento na Europa.
No último período da sua vida, levou a cabo uma notável obra sobre a expansão ultramarina dos Portugueses em três aspetos: conquista, navegação e comércio. Em vida, só apareceram as três primeiras Décadas da Ásia (1552, 1553, 1563). A quarta Década da Ásia foi publicada posteriormente em 1615. A insuficiência do conhecimento dos locais e ambientes da expansão e a dureza da censura cortesã impediram-no de construir uma obra de inteira verdade. Mas as Décadas contêm notáveis passos narrativos e descritivos.
João de Barros concebeu uma história do mundo centrada na expansão portuguesa, dividida em quatro partes abrangendo os quatro continentes: Europa, Ásia, África e Santa Cruz. Deste grandioso plano apenas ficou a Ásia, dividida, como já se disse, em quatro Décadas. Pretendeu o Autor justificar a expansão ultramarina com argumentos espirituais, apresentando-a como uma cruzada religiosa contra os Mouros. Adotou um estilo grave, semeado de hipérboles que anunciam Os Lusíadas, em longos períodos alatinados.
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – João de Barros na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-05-30 22:36:43]. Disponível em
Artigos
-
Lopo BarrigaNascido na Sertã, no século XVI. Nuno Fernandes de Ataíde, assim que recebeu o cargo de governador d...
-
Henrique Barrilaro RuasHistoriador, político e professor português, Henrique José Barrilaro Fernandes Ruas nasceu a 2 de ma...
-
Frei João da BarrocaSem data conhecida de nascimento, este profético frade da Ordem Terceira de São Francisco foi em 138...
-
João de BarrosEscritor, pedagogo e político português nascido a 4 de fevereiro de 1881, na Figueira da Foz. Conclu...
-
Henrique da Gama BarrosHistoriador e erudito nascido a 23 de agosto de 1833 e falecido a 29 de agosto de 1925. Formou-se em...
-
Soares de BarrosAstrónomo, geógrafo, economista e político, de nome completo José Joaquim Soares de Barros, nascido ...
-
Tomé Barros QueirósPolítico português, Tomé José de Barros Queirós nasceu a 2 de fevereiro de 1872, em Quintãs, Ílhavo,...
-
José Manuel Durão BarrosoPolítico português nascido em 1956. Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, realizou uma ...
-
Maria Barroso SoaresAtriz, declamadora e ativista política portuguesa, Maria Barroso Soares nasceu a 2 de maio de 1925, ...
-
Bartolomeu DiasNavegador português. Não é ao certo conhecida a data do seu nascimento. Notabilizou-se como capitão ...
Partilhar
Como referenciar 
Porto Editora – João de Barros na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-05-30 22:36:43]. Disponível em