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Kanem Bornu

Região do interior de África a oeste do lago Chade, antigamente um império independente e que chegou a grande florescimento.
As origens de Kanem Bornu situam-se entre o século VIII e XI (750-1075). Foi uma das regiões mais importantes na história do continente africano, por duas razões: primeiro, nas suas origens viu diferentes povos praticarem estilos de vida variados nas proximidades do lago. O quotidiano destas populações ia desde a caça e pesca à pastorícia e agricultura. Esta diversidade de culturas e economia encorajou os intercâmbios entre as diferentes sociedades desta região, mas também significou a intensificação da competição, proporcionando uma maior coesão dos diferentes grupos, já que cada um deles se encontrava em diferentes estádios de desenvolvimento social e governamental; segundo, dada a sua situação geográfica, o lago Chade era um ponto de confluência das rotas sudanesas e sarianas. Tal como no Mali e Songhai, este comércio deu origem ao crescimento de Estados poderosos encabeçados por reis, primeiro no nordeste do lago (Kanem) e mais tarde no sudoeste (Bornu).
Apesar de haver ainda muito por explicar, a tradição dos governantes ou mais de Kanem recorda o reino de Hummay, que teve o seu início por volta de 1075, como ponto de viragem fundamental nas história dos reinos do lago Chade. O crescimento da autoridade desses governantes esteve intimamente ligado com a islamização. O Islão penetrou no Kanem muito antes do século XI através das rotas transarianas e também graças ao interesse demonstrado pelos reis Zaghawa pela nova religião.
Após um longo período de acalmia em Kanem, eram iminentes os fatores desestabilizadores que irromperam algumas décadas após a morte de Dibalami em 1248: rivalidades entre a família real, fundamentadas pela prática de Dibalami nomear para os altos cargos os seus próprios filhos, levaram a uma desagregação interna; apesar de os muçulmanos terem dado grandes passos sob a proteção de Dibalami, povos não muçulmanos que foram alvo das hostilidades daquele - as suas Jihads e destruição da mune, por exemplo -, procuravam uma oportunidade para retaliar; a dinastia Sefuwa começou a ser desafiada por Bulala, uma dinastia rival que estabeleceu a sua base nas proximidades do lago Fitri, a este do lago Chade; por fim, a economia Kanem encontrava-se debilitada - a região possuía poucos recursos naturais e a sua maior fonte de receitas era a guerra.
Por volta do século XIII, estes e outros fatores de conflito levaram ao colapso do estado Kanem, que, no entanto, não desapareceu. Em vez disso, deslocou-se para Bornu, a sudoeste do lago Chade.
A estabilidade e segurança do emergente império de Bornu foi atingida sob Sefuwa mai Ali Gaji, cujo reinado (cerca 1465-1497) acabou com as lutas pelo trono entre os diversos ramos dos Sefuwa.
A herança patrilinear do trono de pai para filho, que antes não era costume entre os Kanuri, torna-se agora a forma de sucessão ao trono. Mai Ali foi um militar bem-sucedido, que sem dúvida contribuiu para o fortalecimento e a duração do seu reino: uma vitória decisiva sob os Bulala acabou de uma vez por todas com a ameaça destes velhos rivais e permitiu a conquista da antiga capital Sefuwa, Njimi, no reinado do sucesso de Ali Gaji, Idris Katakarmabe (cerca 1497-1515).
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Como referenciar
Porto Editora – Kanem Bornu na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-03-24 00:02:00]. Disponível em
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