Legião Portuguesa (1808)
Em 1808, Portugal foi invadido pelas tropas francesas, lideradas pelo general Junot, que imediatamente se propôs desarmar o país e canalizar para o seu exército as estruturas militares existentes. Para tal aprovou um decreto, em 20 de fevereiro desse ano, formando duas divisões com os regimentos já existentes.
A Legião Portuguesa então formada contava com cerca de nove mil homens, assim distribuídos: os soldados dos 24 regimentos de Infantaria formavam cinco de Infantaria e um de Caçadores a Pé; com os doze regimentos de cavalaria formou três, dos quais um com artilharia. Tratava-se de pôr em prática uma política napoleónica repetida em todos os países. Após a formação da Legião, esta seria afastada de Portugal, onde ficariam estacionadas somente as tropas francesas.
O general Junot escolheu para chefiar a Legião Portuguesa o general de Divisão D. Pedro de Almeida, marquês de Alorna, coadjuvado por um segundo-comandante, o tenente-coronel Gomes Freire de Andrade, um antigo combatente nas tropas de Catarina II da Rússia, onde se notabilizara na conquista de Oczacov, e que também combatera no Rossilhão. Quanto ao Estado-Maior, este era constituído pelos brigadeiros Manuel Inácio Martins Pamplona e D. José Carcome Lobo. Os oficiais mais destacados eram o major Maximiliano de Brito Mosinho, o marquês de Loulé, o marquês de Ponte de Lima, o marechal-de-campo João de Brito Mosinho, o conde de S. Miguel, o brigadeiro D. Manuel de Sousa, o conde de Sabugal, D. José Benedito de Castro Pamplona, o coronel Álvaro Xavier Póvoas, entre outros. Este último, futuro general de D. Miguel, foi o único, aliás, a não deixar o país.
A partida da Legião Portuguesa foi marcada para abril de 1808. Em junho desse ano, esta já se encontrava em França, com menos de três mil membros, que entretanto desertaram pelo caminho (em Espanha, pois recusavam-se a combater por Napoleão), onde foi inspecionada pelo imperador. A Legião Portuguesa fora também alvo de um decreto, publicado em França a 5 de maio, que a organizava e estabelecia formalmente, recebendo o nome que a acompanhou até 1813.
A segunda divisão da Legião Portuguesa voltou a Espanha, por onde passara recentemente na viagem para França, para ajudar as tropas francesas a controlarem as revoltas contra os invasores, que entretanto tinham rebentado neste país. Deste modo, os soldados portugueses vieram a participar, por exemplo, no cerco de Saragoça, de 2 de junho a 13 de agosto, onde pereceram para cima de 140. As baixas sofridas pelas forças invasoras e os seus aliados levaram Napoleão a reorganizar a Legião Portuguesa, que de seguida foi enviada para Grenoble.
Em março do ano seguinte, Napoleão ordenou a organização de uma décima terceira meia-brigada, composta por soldados portugueses que foram integrados nos granadeiros do marechal Oudinot, onde estes se destacaram a ponto de o imperador ter ordenado, a 12 de junho, que estes recebessem o mesmo pré e os oficiais o mesmo soldo que os militares franceses de igual patente.
Em 1809, os soldados portugueses voltaram a evidenciar-se em Aspern e em Wagram (somente com 1800 efetivos), onde foram decisivos para a vitória francesa e onde sofreram 491 baixas, entre as quais a do marquês de Loulé. No ano de 1810 os soldados portugueses voltaram a França, altura em que lhes foram concedidas sessenta cruzes de Legião de Honra. Seguidamente, foram incorporados no exército de Massena, que iria invadir Portugal. Alguns destes soldados desertaram mal chegaram a Portugal.
Os soldados que se mantiveram na Legião Portuguesa viajaram até à Rússia em 1812, incorporados no Grande Exército, onde mais uma vez deram mostras do seu valor. De regresso a França, os cerca de cem homens que restavam da Legião Portuguesa participaram nas batalhas de Lutzen e de Bautzen.
A 25 de novembro desse ano, os exércitos "estrangeiros" foram dissolvidos por Napoleão, e os que ainda resistiam na Legião Portuguesa foram integrados nos corpos de sapadores das tropas francesas, onde permaneceram até ao fim do Império.
A Legião Portuguesa então formada contava com cerca de nove mil homens, assim distribuídos: os soldados dos 24 regimentos de Infantaria formavam cinco de Infantaria e um de Caçadores a Pé; com os doze regimentos de cavalaria formou três, dos quais um com artilharia. Tratava-se de pôr em prática uma política napoleónica repetida em todos os países. Após a formação da Legião, esta seria afastada de Portugal, onde ficariam estacionadas somente as tropas francesas.
O general Junot escolheu para chefiar a Legião Portuguesa o general de Divisão D. Pedro de Almeida, marquês de Alorna, coadjuvado por um segundo-comandante, o tenente-coronel Gomes Freire de Andrade, um antigo combatente nas tropas de Catarina II da Rússia, onde se notabilizara na conquista de Oczacov, e que também combatera no Rossilhão. Quanto ao Estado-Maior, este era constituído pelos brigadeiros Manuel Inácio Martins Pamplona e D. José Carcome Lobo. Os oficiais mais destacados eram o major Maximiliano de Brito Mosinho, o marquês de Loulé, o marquês de Ponte de Lima, o marechal-de-campo João de Brito Mosinho, o conde de S. Miguel, o brigadeiro D. Manuel de Sousa, o conde de Sabugal, D. José Benedito de Castro Pamplona, o coronel Álvaro Xavier Póvoas, entre outros. Este último, futuro general de D. Miguel, foi o único, aliás, a não deixar o país.
A partida da Legião Portuguesa foi marcada para abril de 1808. Em junho desse ano, esta já se encontrava em França, com menos de três mil membros, que entretanto desertaram pelo caminho (em Espanha, pois recusavam-se a combater por Napoleão), onde foi inspecionada pelo imperador. A Legião Portuguesa fora também alvo de um decreto, publicado em França a 5 de maio, que a organizava e estabelecia formalmente, recebendo o nome que a acompanhou até 1813.
A segunda divisão da Legião Portuguesa voltou a Espanha, por onde passara recentemente na viagem para França, para ajudar as tropas francesas a controlarem as revoltas contra os invasores, que entretanto tinham rebentado neste país. Deste modo, os soldados portugueses vieram a participar, por exemplo, no cerco de Saragoça, de 2 de junho a 13 de agosto, onde pereceram para cima de 140. As baixas sofridas pelas forças invasoras e os seus aliados levaram Napoleão a reorganizar a Legião Portuguesa, que de seguida foi enviada para Grenoble.
Em março do ano seguinte, Napoleão ordenou a organização de uma décima terceira meia-brigada, composta por soldados portugueses que foram integrados nos granadeiros do marechal Oudinot, onde estes se destacaram a ponto de o imperador ter ordenado, a 12 de junho, que estes recebessem o mesmo pré e os oficiais o mesmo soldo que os militares franceses de igual patente.
Em 1809, os soldados portugueses voltaram a evidenciar-se em Aspern e em Wagram (somente com 1800 efetivos), onde foram decisivos para a vitória francesa e onde sofreram 491 baixas, entre as quais a do marquês de Loulé. No ano de 1810 os soldados portugueses voltaram a França, altura em que lhes foram concedidas sessenta cruzes de Legião de Honra. Seguidamente, foram incorporados no exército de Massena, que iria invadir Portugal. Alguns destes soldados desertaram mal chegaram a Portugal.
Os soldados que se mantiveram na Legião Portuguesa viajaram até à Rússia em 1812, incorporados no Grande Exército, onde mais uma vez deram mostras do seu valor. De regresso a França, os cerca de cem homens que restavam da Legião Portuguesa participaram nas batalhas de Lutzen e de Bautzen.
A 25 de novembro desse ano, os exércitos "estrangeiros" foram dissolvidos por Napoleão, e os que ainda resistiam na Legião Portuguesa foram integrados nos corpos de sapadores das tropas francesas, onde permaneceram até ao fim do Império.
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Como referenciar
Porto Editora – Legião Portuguesa (1808) na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-03-29 20:53:36]. Disponível em
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