Lenda das Águas de Almofala
Há muito tempo, vivia em Almofala uma jovem muito bela chamada Salúquia. Fascinados pela sua beleza, todos os que a conheciam satisfaziam os seus caprichos.
Um dia, um jovem governador árabe veio chefiar aquela região. Pediu a todos obediência na organização da luta contra os cristãos. Todos baixaram as cabeças, exceto Salúquia, habituada a não obedecer e a ser obedecida.
O governador, inteirando-se do estranho poder de Salúquia, disse-lhe que se não obedecesse seria castigada. Desafiadora, Salúquia respondeu que se ele ousasse castigá-la seria amaldiçoado. Perante o desafio, o governador mandou que lhe dessem seis vergastadas.
Passado algum tempo, o governador começou a padecer de dores estranhas que nem os melhores físicos conseguiam curar. Era a maldição de Salúquia que começava a fazer efeito.
Salúquia, amargurada pelo castigo, andava pelos campos, vagueando sozinha. Num dos seus passeios, encontrou um cristão velho e ferido que lhe pediu ajuda. Temendo agir contra as ordens do governador, Salúquia recusou o pedido. Quando o cristão lhe perguntou se o governador era cruel, Salúquia surpreendeu-se a si própria ao dizer que era apenas justo.
Foi então que o cristão lhe deu o recado do seu Deus: apesar de ter amaldiçoado o governador, Salúquia amava-o. Pelo seu lado, o governador também a amava e nunca a tinha esquecido. Se Salúquia o ajudasse, o Deus dos cristãos também a ajudaria a reparar o mal que tinha feito com a sua maldição.
Assim, Salúquia levou-o a uma fonte próxima e verificou com espanto que as suas águas lhe saravam as feridas. Nesse momento, ia a passar o governador que os viu. As dores fortes que sentia interromperam as suas primeiras recriminações.
Salúquia deu-lhe a beber a água da fonte e começou a chorar, dizendo-lhe que era capaz de dar a vida por ele. Sentindo-se curado das dores, o governador abraçou-a.
O cristão desapareceu e Salúquia e o governador viveram felizes para sempre. Mais tarde, quando aquelas terras foram conquistadas pelos cristãos, foram ambos batizados.
As águas de Almofala continuam ainda hoje, diz o povo, a manter os seus incríveis poderes curativos.
Um dia, um jovem governador árabe veio chefiar aquela região. Pediu a todos obediência na organização da luta contra os cristãos. Todos baixaram as cabeças, exceto Salúquia, habituada a não obedecer e a ser obedecida.
O governador, inteirando-se do estranho poder de Salúquia, disse-lhe que se não obedecesse seria castigada. Desafiadora, Salúquia respondeu que se ele ousasse castigá-la seria amaldiçoado. Perante o desafio, o governador mandou que lhe dessem seis vergastadas.
Passado algum tempo, o governador começou a padecer de dores estranhas que nem os melhores físicos conseguiam curar. Era a maldição de Salúquia que começava a fazer efeito.
Salúquia, amargurada pelo castigo, andava pelos campos, vagueando sozinha. Num dos seus passeios, encontrou um cristão velho e ferido que lhe pediu ajuda. Temendo agir contra as ordens do governador, Salúquia recusou o pedido. Quando o cristão lhe perguntou se o governador era cruel, Salúquia surpreendeu-se a si própria ao dizer que era apenas justo.
Foi então que o cristão lhe deu o recado do seu Deus: apesar de ter amaldiçoado o governador, Salúquia amava-o. Pelo seu lado, o governador também a amava e nunca a tinha esquecido. Se Salúquia o ajudasse, o Deus dos cristãos também a ajudaria a reparar o mal que tinha feito com a sua maldição.
Assim, Salúquia levou-o a uma fonte próxima e verificou com espanto que as suas águas lhe saravam as feridas. Nesse momento, ia a passar o governador que os viu. As dores fortes que sentia interromperam as suas primeiras recriminações.
Salúquia deu-lhe a beber a água da fonte e começou a chorar, dizendo-lhe que era capaz de dar a vida por ele. Sentindo-se curado das dores, o governador abraçou-a.
O cristão desapareceu e Salúquia e o governador viveram felizes para sempre. Mais tarde, quando aquelas terras foram conquistadas pelos cristãos, foram ambos batizados.
As águas de Almofala continuam ainda hoje, diz o povo, a manter os seus incríveis poderes curativos.
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Como referenciar
Porto Editora – Lenda das Águas de Almofala na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-12-04 22:36:58]. Disponível em
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