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Lenda do Cavaleiro de Negro
D. Sebastião, rei de Portugal, desejoso por combater em África, procurou apoio junto do seu tio, D. Filipe II de Espanha. Nesse sentido, escolheu D. Pedro de Alcáçova como seu embaixador para tal missão.
Sentindo-se honrado com a preferência, D. Pedro aproveitou a ocasião para falar ao rei sobre um facto insólito: havia já alguns dias que um jovem cavaleiro, vestido de negro e com uma expressão sofredora, rondava o palácio, pedindo uma audiência com o rei. Sem quaisquer credenciais, o jovem cavaleiro de negro tinha como único traço identificador uma miniatura do escudo do próprio rei.
Curioso, D. Sebastião ordenou que o trouxessem à sua presença, perguntou-lhe a idade e a razão da sua vinda. O cavaleiro de negro dizia ter 18 anos, ser órfão e ter sido criado por uma serva que o levou para Fez, de onde tinha saído há cinco anos para ir viver nas Beiras. Mas a razão que o levava à presença do rei era que, tendo aprendido com a serva, em terras árabes, a ler o futuro, tinha previsto maus presságios para D. Sebastião, se este teimasse em prosseguir os seus desejos de combater no Norte de África: desapareceria como fumo e o seu povo chorá-lo-ia por muitos anos.
O cavaleiro, que tinha como único desejo salvar o rei, resolveu então revelar-lhe a sua verdadeira identidade: o seu traje masculino escondia um corpo de mulher. Irritado, D. Sebastião mandou-a embora dizendo-lhe que nunca mais a queria ver. A jovem respondeu-lhe que o rei ainda a iria ver muitas vezes e que aquelas visões não eram mensagens de amor, mas presságios de morte. Adiantou-lhe ainda que, em breve, cairiam sobre a cidade de Lisboa três agouros de morte.
Algum tempo depois, um violento incêndio deflagrou na Rua do Príncipe fazendo inúmeras vítimas, em seguida fortes chuvas inundaram o centro da cidade, e, por fim, a peste abateu-se sobre os lisboetas. Mas nem mesmo esses acontecimentos demoveram D. Sebastião, que avançou para Alcácer Quibir.
Estava o rei no acampamento militar, juntamente com os seus fidalgos, quando avistou um cavaleiro negro montado num cavalo branco cujas patas se tinham embaraçado nas cordas que sustentavam a tenda do rei, mas que, logo que se libertou, desapareceu no horizonte. D. Sebastião nem quis ouvir os fidalgos, que o avisavam de que se tratava de mais um presságio, nem aceitou modificar os planos de batalha e avançou para o seu destino fatal.
Em plena batalha, estavam os Portugueses a sofrer muitas baixas, prevendo-se uma pesada derrota, quando apareceu o cavaleiro de negro no meio dos soldados. Conta a lenda que D. Sebastião, alucinado, seguiu o cavaleiro, desaparecendo para sempre.
Conhecido pelo cognome o Desejado, D. Sebastião, simbolicamente, é ainda hoje esperado pelo povo português, que crê que este regressará numa manhã de nevoeiro.
Sentindo-se honrado com a preferência, D. Pedro aproveitou a ocasião para falar ao rei sobre um facto insólito: havia já alguns dias que um jovem cavaleiro, vestido de negro e com uma expressão sofredora, rondava o palácio, pedindo uma audiência com o rei. Sem quaisquer credenciais, o jovem cavaleiro de negro tinha como único traço identificador uma miniatura do escudo do próprio rei.
Curioso, D. Sebastião ordenou que o trouxessem à sua presença, perguntou-lhe a idade e a razão da sua vinda. O cavaleiro de negro dizia ter 18 anos, ser órfão e ter sido criado por uma serva que o levou para Fez, de onde tinha saído há cinco anos para ir viver nas Beiras. Mas a razão que o levava à presença do rei era que, tendo aprendido com a serva, em terras árabes, a ler o futuro, tinha previsto maus presságios para D. Sebastião, se este teimasse em prosseguir os seus desejos de combater no Norte de África: desapareceria como fumo e o seu povo chorá-lo-ia por muitos anos.
O cavaleiro, que tinha como único desejo salvar o rei, resolveu então revelar-lhe a sua verdadeira identidade: o seu traje masculino escondia um corpo de mulher. Irritado, D. Sebastião mandou-a embora dizendo-lhe que nunca mais a queria ver. A jovem respondeu-lhe que o rei ainda a iria ver muitas vezes e que aquelas visões não eram mensagens de amor, mas presságios de morte. Adiantou-lhe ainda que, em breve, cairiam sobre a cidade de Lisboa três agouros de morte.
Algum tempo depois, um violento incêndio deflagrou na Rua do Príncipe fazendo inúmeras vítimas, em seguida fortes chuvas inundaram o centro da cidade, e, por fim, a peste abateu-se sobre os lisboetas. Mas nem mesmo esses acontecimentos demoveram D. Sebastião, que avançou para Alcácer Quibir.
Estava o rei no acampamento militar, juntamente com os seus fidalgos, quando avistou um cavaleiro negro montado num cavalo branco cujas patas se tinham embaraçado nas cordas que sustentavam a tenda do rei, mas que, logo que se libertou, desapareceu no horizonte. D. Sebastião nem quis ouvir os fidalgos, que o avisavam de que se tratava de mais um presságio, nem aceitou modificar os planos de batalha e avançou para o seu destino fatal.
Em plena batalha, estavam os Portugueses a sofrer muitas baixas, prevendo-se uma pesada derrota, quando apareceu o cavaleiro de negro no meio dos soldados. Conta a lenda que D. Sebastião, alucinado, seguiu o cavaleiro, desaparecendo para sempre.
Conhecido pelo cognome o Desejado, D. Sebastião, simbolicamente, é ainda hoje esperado pelo povo português, que crê que este regressará numa manhã de nevoeiro.
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Como referenciar
Porto Editora – Lenda do Cavaleiro de Negro na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-09-22 10:12:53]. Disponível em
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