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Livraria Real
Esta Livraria (ou Biblioteca) foi constituída por D. João V, que a 13 de agosto de 1712 instalou no terceiro andar do Paço da Ribeira a Livraria da Casa de Bragança, formada por 6000 obras.
A este acervo o rei juntou os livros que estavam distribuídos pelo Paço das Necessidades e pelo Convento de Mafra. D. João V encarregou Manuel Pereira de Sampaio, seu enviado a Roma, de mandar cópias de tudo o que na Biblioteca do Vaticano se encontrasse sobre Portugal, vindo assim para o país a valiosa obra Symmicta Lusitana.
Nesta época de prosperidade adquiriram-se muitos livros, por ordem dada aos livreiros Gendeau e Reycend e ao bibliotecário real Martim de Mendonça. Os padres João Batista Carbone e Alexandre Cabral, da Companhia de Jesus, contribuíram também para o aumento do número de volumes, tendo Martim de Pina Proença catalogado 20 000 mil livros da biblioteca real. Este número chegava aos 70 000 em 1755, data do terramoto que destruiu este repositório de erudição. Registou-se inclusivamente a confissão de um negro que se escapou da prisão depois das paredes terem aluído, dizendo este que ateara fogo ao Paço Real com o intuito de matar a família do rei.
As obras que sobreviveram a esta tragédia foram reunidas a alguns acervos (como os do conde de Redondo, de José Freire de Monterroio Mascarenhas, de Nicolau Xavier de Araújo e do abade Diogo Barbosa Machado), aos espólios de alguns conventos e famílias condenadas ou proscritas, formando assim a génese de uma nova Real Biblioteca. O responsável pela reorganização, Nicolau Pagliarini, foi acusado de subtrair livros, cessando esta situação com a nomeação em 1770 de Marques Perdigão para o cargo.
Com a partida da família real para o Brasil em 1807, grande parte do acervo da Real Biblioteca foi encaixotado, seguindo os monarcas. Assim, as obras desta biblioteca encontram-se hoje distribuídas pela Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (antiga Real Biblioteca), pela Biblioteca Nacional (que D. Maria I criou em 1796, denominando-a Real Biblioteca Pública da Corte) e pela Biblioteca da Ajuda, que surgiu quando a família real voltou a Portugal.
A extinção das Ordens religiosas em Portugal em 1834 foi um dos fatores que mais contribuiu para o aumento do acervo destas bibliotecas, tendo-se inclusivamente a Real Biblioteca Pública da Corte mudado do Terreiro do Paço para o Convento de São Francisco da Cidade.
A este acervo o rei juntou os livros que estavam distribuídos pelo Paço das Necessidades e pelo Convento de Mafra. D. João V encarregou Manuel Pereira de Sampaio, seu enviado a Roma, de mandar cópias de tudo o que na Biblioteca do Vaticano se encontrasse sobre Portugal, vindo assim para o país a valiosa obra Symmicta Lusitana.
Nesta época de prosperidade adquiriram-se muitos livros, por ordem dada aos livreiros Gendeau e Reycend e ao bibliotecário real Martim de Mendonça. Os padres João Batista Carbone e Alexandre Cabral, da Companhia de Jesus, contribuíram também para o aumento do número de volumes, tendo Martim de Pina Proença catalogado 20 000 mil livros da biblioteca real. Este número chegava aos 70 000 em 1755, data do terramoto que destruiu este repositório de erudição. Registou-se inclusivamente a confissão de um negro que se escapou da prisão depois das paredes terem aluído, dizendo este que ateara fogo ao Paço Real com o intuito de matar a família do rei.
As obras que sobreviveram a esta tragédia foram reunidas a alguns acervos (como os do conde de Redondo, de José Freire de Monterroio Mascarenhas, de Nicolau Xavier de Araújo e do abade Diogo Barbosa Machado), aos espólios de alguns conventos e famílias condenadas ou proscritas, formando assim a génese de uma nova Real Biblioteca. O responsável pela reorganização, Nicolau Pagliarini, foi acusado de subtrair livros, cessando esta situação com a nomeação em 1770 de Marques Perdigão para o cargo.
Com a partida da família real para o Brasil em 1807, grande parte do acervo da Real Biblioteca foi encaixotado, seguindo os monarcas. Assim, as obras desta biblioteca encontram-se hoje distribuídas pela Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (antiga Real Biblioteca), pela Biblioteca Nacional (que D. Maria I criou em 1796, denominando-a Real Biblioteca Pública da Corte) e pela Biblioteca da Ajuda, que surgiu quando a família real voltou a Portugal.
A extinção das Ordens religiosas em Portugal em 1834 foi um dos fatores que mais contribuiu para o aumento do acervo destas bibliotecas, tendo-se inclusivamente a Real Biblioteca Pública da Corte mudado do Terreiro do Paço para o Convento de São Francisco da Cidade.
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Como referenciar
Porto Editora – Livraria Real na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-03-24 00:54:35]. Disponível em
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