Maçonaria
Sociedade secreta (atualmente algum desse secretismo já desapareceu), espécie de confraria laica, cuja doutrina tem como rótulo a fraternidade e a filantropia universais e que usa como símbolos os instrumentos do pedreiro e do arquiteto (o triângulo e o compasso). Surgida em Londres, no primeiro quartel do século XVIII, e que em breve se encontrava espalhada por toda a Europa. Depressa se fixou em grandes burgos como Paris, Roma, Berlim, Haia e Lisboa. Um dos ideais dos pedreiros-livres era a construção de uma ordem política nova, surgida da consciência burguesa e da filosofia das Luzes. Aliás, a interferência da Maçonaria na Revolução Francesa é hoje ponto assente, tendo ficado a dever-se à coincidência de objetivos e ideias.
A primeira loja maçónica portuguesa estabeleceu-se em Lisboa, em 1735, graças à ação de João Custon (francês) e de Jacques Mouton (suíço). Nove anos depois, os primeiros maçons portugueses foram condenados pela Inquisição. A perseguição às lojas maçónicas fez-se de forma mais ou menos declarada ao longo dos tempos. Em 1801 haveria cinco lojas em Lisboa pertencentes a indivíduos de classes abastadas e intelectuais, entre os quais se contavam alguns eclesiásticos. O ano de 1804 ficaria marcado pela eleição do primeiro grão-mestre português, Sebastião José de Sampaio e Melo Castro e Luzignano.
Na época das invasões francesas (1807-1810), existiam condições propícias ao engrossamento dos quadros maçónicos. À maçonaria estiveram então ligadas algumas personagens do liberalismo e do anti-clericalismo português, como Almeida Garrett, Gomes Freire de Andrade, Manuel Fernandes Tomás, Saldanha e o próprio D. Pedro, entre outros. Torna-se visível o contributo da ideologia maçónica para a instauração do liberalismo. Em 1821, é eleito grão-mestre João da Cunha Souto Maior, homem que havia pertencido ao núcleo portuense dos conspiradores liberais.
A Maçonaria encontrou-se desde cedo associada também ao Republicanismo. Após um período de crise, em 1869 passa a existir um organismo central chamado Grande Oriente Lusitano Unido. Entre 1911 e 1926 a organização abarcava figuras de vulto como Costa Cabral, António Augusto de Aguiar, Elias Garcia, Bernardino Machado, António José de Almeida e Norton de Matos. Em 1935 foram proibidas as sociedades secretas pelo Estado Novo, o que constituiu um golpe difícil para a organização, embora se saiba que as atividades maçónicas não cessaram totalmente.
A Maçonaria divide-se em regular (que aceita a transcendência) e irregular (laicista). Em ambos os casos, o seu funcionamento interno é altamente ritualizado, dependente de símbolos e comportamentos rigorosamente estabelecidos e de feição iniciática. A hierarquia maçónica é constituída por três graus simbólicos: aprendiz, oficia ou companheiro, e mestre. Em algumas lojas, as mulheres são também admitidas (foi recentemente criada em Portugal, aliás, uma instituição maçónica feminina autónoma).
A primeira loja maçónica portuguesa estabeleceu-se em Lisboa, em 1735, graças à ação de João Custon (francês) e de Jacques Mouton (suíço). Nove anos depois, os primeiros maçons portugueses foram condenados pela Inquisição. A perseguição às lojas maçónicas fez-se de forma mais ou menos declarada ao longo dos tempos. Em 1801 haveria cinco lojas em Lisboa pertencentes a indivíduos de classes abastadas e intelectuais, entre os quais se contavam alguns eclesiásticos. O ano de 1804 ficaria marcado pela eleição do primeiro grão-mestre português, Sebastião José de Sampaio e Melo Castro e Luzignano.
Na época das invasões francesas (1807-1810), existiam condições propícias ao engrossamento dos quadros maçónicos. À maçonaria estiveram então ligadas algumas personagens do liberalismo e do anti-clericalismo português, como Almeida Garrett, Gomes Freire de Andrade, Manuel Fernandes Tomás, Saldanha e o próprio D. Pedro, entre outros. Torna-se visível o contributo da ideologia maçónica para a instauração do liberalismo. Em 1821, é eleito grão-mestre João da Cunha Souto Maior, homem que havia pertencido ao núcleo portuense dos conspiradores liberais.
A Maçonaria divide-se em regular (que aceita a transcendência) e irregular (laicista). Em ambos os casos, o seu funcionamento interno é altamente ritualizado, dependente de símbolos e comportamentos rigorosamente estabelecidos e de feição iniciática. A hierarquia maçónica é constituída por três graus simbólicos: aprendiz, oficia ou companheiro, e mestre. Em algumas lojas, as mulheres são também admitidas (foi recentemente criada em Portugal, aliás, uma instituição maçónica feminina autónoma).
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Como referenciar
Porto Editora – Maçonaria na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-12-09 08:56:55]. Disponível em
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